I SÉRIE — NÚMERO 34
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O Sr. Luís Soares (PS): — Dizem que é tudo a correr, é tudo atabalhoado, que devia ter sido de forma diferente. Ó Srs. Deputados, vamos lá ver, este é um processo que se iniciou na anterior Legislatura, estamos agora no final, e o que os senhores defendiam, como em outras matérias, era para parar — pare-se tudo, pare-se tudo o que se começou em 2019!
Além disso, dizem que este foi um debate feito contra as ordens. O Governo fez uma primeira proposta, auscultou as ordens, o Parlamento trabalhou na proposta do Governo, auscultou as ordens, e muitas das propostas que hoje estamos a reapreciar resultam de contributos feitos pela Ordem dos Enfermeiros e pela Ordem dos Médicos. Isto não conta para nada? Não conta para nada? E agora vêm aqui dizer que, afinal, não havia diálogo nenhum!
Aplausos do PS. O Sr. João Dias (PCP): — Não é verdade! Apresentou a proposta e depois foi ouvir as ordens! O Sr. Bruno Nunes (CH): — Oiçam as ordens! O Sr. Luís Soares (PS): — A terceira questão — e para terminar, Sr. Presidente — tem que ver com o veto
presidencial. É que nós vimos aqui hoje porque houve, de facto, um veto político, e sobre o veto político do Sr. Presidente da República não ouvi nenhum partido dizer uma única palavra.
Pois nós não faltámos a este debate; estamos aqui para dizer o que pensamos, não dizemos só quando nos dá jeito. E, sobre esta matéria, sobre a questão do veto de natureza política, o PS deixou já a sua posição bem, bem clara: somos a favor de uma reforma que proteja, precisamente de forma mais transparente, o exercício das profissões, regule o exercício das profissões, precisamente para proteger, desde logo, os mais novos, é uma palavra para os mais novos. Onde é que estão os partidos que fazem o canto da sereia para os mais novos, mas que neste debate se põem do lado contrário? Onde é que eles estão, Srs. Deputados?!
Aplausos do PS. Protestos da Deputada do CH Rita Matias. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Os senhores usam os mais novos como escudos humanos! O Sr. Luís Soares (PS): — Uma última nota, sobre a tecnicalidade jurídica que o Sr. Presidente aduz aos
seus vetos presidenciais, para dizer que não podemos querer, mais uma vez, Sr. Deputado, «sol na eira e chuva no nabal». O Sr. Presidente da República diz, no seu veto presidencial, relativamente à Ordem dos Enfermeiros, que a proposta que foi aprovada nesta Assembleia da República é uma proposta que põe em causa a complementaridade entre as profissões.
O Sr. Deputado João Dias sabe bem o que é isso, porque, no caso dos enfermeiros, é dos Srs. Deputados a proposta que defende que os enfermeiros podem, por exemplo, desempenhar atos que, pela proposta de outros partidos, passariam a ser atos reservados aos fisioterapeutas. Nós quisemos, na nossa formulação, garantir que os enfermeiros continuassem a fazer o que faziam até agora e que, muitas vezes, são atos que se sobrepõem, efetivamente, e bem, a atos de outras profissões.
Já no que diz respeito aos médicos, o Sr. Presidente da República já não diz a mesma coisa. Já diz uma coisa diferente. Diz que, afinal, esses atos sobrepõem-se a atos de outras profissões e isso — vejam lá! — põe em causa o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Nós queremos dizer ao País, daqui, deste Parlamento, que o Partido Socialista é um partido progressista, é um partido que reforma, é um partido que não cede a pressões, mas, sobretudo, é um partido que definiu o seu caminho e não se desvia do seu caminho…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Isso é verdade!…