O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 34

34

Isso não foi prioritário, então, qual foi a prioridade? A prioridade foi arranjar confusão e, vai daí, o Partido Socialista decidiu arranjar uma confusão máxima, no seio da justiça, com as ordens quer dos solicitadores quer dos advogados.

Há coisas que podemos dizer que eram necessárias e incontornáveis. Acho que há coisas que são óbvias: não faz sentido o estágio durar tanto tempo e não faz sentido não prevermos o pagamento desse estágio. Como é óbvio, em pleno século XXI, o pagamento do trabalho tem de existir, senão é trabalho escravo e, muitas das vezes, existe trabalho escravo nos escritórios de advogados.

Daí a passar-se para o que retira de ser correto na definição dos atos próprios, para prever as sociedades multidisciplinares — que, na verdade, são uma forma de retirar responsabilidades até deontológicas a sociedades —, bem, é um passo de gigante que foi promovido pelo Partido Socialista e que, para nós, é incompreensível.

Poderia haver soluções? Podia, mas, graças ao Partido Socialista e à Sr.ª Ministra da Justiça, só temos complicações na justiça.

Aplausos do BE. A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Joana Sá Pereira,

do Grupo Parlamentar do PS. A Sr.ª JoanaSáPereira (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Estamos quase a concluir esta

sequência de reapreciações de decretos que foram vetados pelo Sr. Presidente da República e a primeira conclusão, que é simples de tirar ao longo destas horas em que estamos a discutir, é a de que a maioria — senão todos — dos grupos parlamentares têm estado ocupados a discutir a forma e o processo relativo a esta reforma das ordens profissionais e nenhum deles conseguiu sequer apontar um único problema no conteúdo desta reforma da lei das ordens profissionais.

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Muito bem! É isso mesmo! Protestos do Deputado do CH Pedro dos Santos Frazão e do Deputado do BE Pedro Filipe Soares. A Sr.ª JoanaSáPereira (PS): — Isto leva-me a acreditar, Sr.as e Srs. Deputados, que é uma reforma bem

feita e que, portanto, os grupos parlamentares vão reconsiderar a sua posição sobre o conteúdo destas propostas de estatuto.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Esteve a dormir a sesta? Esteve a fazer oó?! A Sr.ª JoanaSáPereira (PS): — O Grupo Parlamentar do Partido Socialista iniciou este caminho — e é

importante falarmos de caminho — em 2009, portanto, há quatro anos, Srs. Deputados. O Sr. Paulo Moniz (PSD): — 2019! A Sr.ª JoanaSáPereira (PS): — Não começámos a discutir isto na semana passada, nem há um mês,

começámos em 2019. Esta matéria consta do Programa Eleitoral do Partido Socialista de 2019 e tínhamos fundamentalmente três propósitos com esta reforma.

O primeiro propósito era separar organicamente a função de supervisão e a função disciplinar da função de representação e defesa dos interesses dos profissionais, o que foi manifestamente conseguido.

O segundo propósito era atenuar algum protecionismo que existia na entrada em algumas ordens profissionais com a existência de barreiras injustificadas ao acesso à profissão. Foi um objetivo manifestamente conseguido.

E o terceiro e último propósito tinha que ver com o reforço dos meios para o exercício de dois poderes que, para nós, são fundamentais, que é o poder de supervisão e o poder disciplinar. Esses poderes, Srs. Deputados, mantêm-se intocáveis…