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I SÉRIE — NÚMERO 40

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será um grande desafio para o próximo mandato, para o próximo ciclo político europeu, que resultará das próximas eleições europeias.

Num contexto internacional caracterizado por cada vez mais instabilidade, por potências cada vez mais hostis e por uma situação geopolítica bastante adversa — sobretudo se vier a confirmar-se um cenário, na sequência das eleições presidenciais norte-americanas, de menor compromisso norte-americano com a NATO (North Atlantic Treaty Organization) —, seguramente que a União Europeia terá de reforçar essa dimensão e as condições pelas quais garantirá a sua autonomia estratégica, também no contexto da defesa perante ameaças externas.

O Sr. Presidente: — Sr. Secretário de Estado, tem de terminar. O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Europeus: — Por fim, quanto às nossas contribuições militares

para a Ucrânia, elas são conhecidas e tem sido feito, sistematicamente, um relatório público desse apoio militar constante.

Aplausos do PS. O Sr. Presidente: — Para formular perguntas ao Governo, em nome do Grupo Parlamentar do Chega, tem

a palavra o Sr. Deputado Bruno Nunes. O Sr. Bruno Nunes (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas, Srs. Membros do Governo, Sr.as e

Srs. Deputados, quando oiço estas intervenções do Partido Socialista enquanto Governo em casa e, depois, quando vejo algumas atitudes do Partido Socialista nas relações externas, lembro-me sempre de Ivone Silva e da «Olívia Patroa, Olívia Costureira», quando, naquela noite longa do fascismo, se sentia mal ao acordar do CDS quando se tinha deitado da CDU (Coligação Democrática Unitária) — neste caso, do PCP.

Vimos aqui a questão do procedimento contra a Hungria, e uma das questões que surge é o facto de se considerar que a Hungria não é um Estado de pleno direito, porque tem uma ingerência grande nos órgãos de comunicação social. Mas depois olhamos para o debate das últimas semanas e vemos toda a esquerda a defender que deve existir uma ingerência por parte do Governo português no apoio aos órgãos de comunicação social, limitando aquilo que seria a liberdade de imprensa.

Sr. Secretário de Estado, gostaria de lhe fazer uma pergunta muito direta. O Sr. Secretário de Estado veio para aqui com toda uma retórica e fez a alegação de que a Hungria teve este comportamento por uma lógica de chantagem. Mas eu queria ir mais atrás, ir a montante na questão, e perguntar se considera ou não que a chantagem começou por ser feita pela própria União Europeia, quando reteve 10 mil milhões de euros à Hungria e não lhos queria pagar.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Bem lembrado! O Sr. Bruno Nunes (CH): — Pergunto se a questão vem ou não vem lá de trás. Colocamos aqui a questão como se estivesse meramente relacionada com o Sr. Viktor Orbán, mas depois

também percebemos que, ao longo deste ano, o posicionamento de Portugal lá fora é um e, quando chega aqui dentro, é outro, todo acerrimamente contra a Hungria. Mas todos nós assistimos ao jogo de futebol onde o Sr. Primeiro-Ministro, agora demissionário, esteve ao lado de Viktor Orbán — aliás, sentado até mais à direita, mas foi apenas uma questão de posicionamento da cadeira.

Portanto, esta é uma das questões. Depois, tentamos perceber a importância desta autonomia estratégica aberta de que agora vêm falar. Quanto

à questão da autonomia estratégica aberta, sentimos a preocupação, que já alavancámos em diversas reuniões, em relação àquilo que estão a fazer com a China, que não respeita os direitos humanos. Mas continuamos a sentir muita preocupação quando falam de todos aqueles que, depois, apoiam a Rússia, apesar de internamente dizerem que não. Os senhores estão desesperados, a alavancar na Europa, sem qualquer medida protecionista para as empresas europeias, um pacto com a Mercosul (Mercado Comum do Sul). Isto vai possibilitar a entrada