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II SÉRIE — NÚMERO 96

quadros 1 a 3 (em anexo) e diagramas juntos. Da sua análise se pode concluir que:

a) Os valores mais elevados da transacção de

miolo de amêndoa situam-se na ordem das 45001 anuais. A média anual pouco ultrapassa as 20001 (anexo 1);

b) Quanto ao figo, chegaram a ser transacciona-

das cerca de 13 0001, situando-se os números dos últimos anos apenas na ordem das 20001 anuais, redução esta que infelizmente traduz a realidade da produção. A média anuaí nos últimos dez anos foi da ordem das 46 0001, número este actualmente impossível de atingir pelo desaparecimento da maior parte das figueiras (anexo 2);

c) Os números que traduzem o movimento da

alfarroba têm-se mantido uniformes ao longo destes quarenta anos, o que traduz a normalidade da produção e respectiva comercialização, ao nível médio anual de 25 0001 (anexo 3).

A situação actual dos frutos secos é de regressão. Aliás, esta crise desenha-se desde há décadas atrás e filia-se em factos de ordem téonico-económica que derivam da extensa e irregularíssima policultura em que os frutos secos coexistem.

A renovação do pomar de sequeiro algarvio, que se impõe, passa nomeadamente por:

a) Amendoeira:

De uma forma geral, o amendoal algarvio é uma amálgama de variedades, de diferentes níveis de qualidade, o que levanta dificuldades na constituição de lotes uniformes para comercialização. A amêndoa oferecida não satisfaz completamente as exigências do marcado externo, normalmente propício a amêndoa de calibre grado e uniforme.

Paralelamente, os Estados Unidos da América passaram, em curto prazo, de consumidores a produtores na base de uma tecnologia de produção actualizada conducente a maiores produções unitárias, menores custo de produção e lote de miolo de aspecto uniforme e apreciável tamanho.

Assim, todo o aproveitamento cultural da amendoeira deverá ter em conta aqueles pressupostos — exigência de qualidade do mercado externo— e capacidade de resposta do produtor algarvio.

As linhas de trabalho para a reconversão desta cultura baseiam-se nos seguintes princípios orientadores:

1) Zonagem cultural da amendoeira, localizan-

do-a nas zonas de reconhecida aptidão cultural e que não possam ser susceptíveis de utilização por outras culturas mais exigentes, prioritárias e de maior rendimento (por exemplo bacia hidrográfica do Baixo Guadiana— Castro Marim e Alcoutim);

2) Cultivo e divulgação de um número restrito

de variedades adaptadas e já reconhecidas pelo seu elevado rendimento em miolo, produtividade, sabor e calibre;

3) Adopção de técnica cultural adequada e sis-

temas mais intensivos, mas que permitam a integral mecanização;

4) Constituição de um viveiro (fornecedor de

plantas com garantia varietal e vírus controle.

b) Figueira:

O figo foi o primeiro fruto seco sobre o qual o produtor algarvio começou a sentir maiores dificuldades.

O sistema tradicional de cultivo e a mão-de-obra por ele requerida, aliado a problemas fitossanitários que surgiram na cultura, vieram tornar a sua exploração antieconómica e contribuir para o acentuado decréscimo do interesse da produção de figo.

O aproveitamento das potencialidades do Algarve para a figueira passa pelas seguintes linhas de orientação, que vêm sendo prosseguidas:

1) Introdução de novas variedades orientadas para

a produção de figo para consumo em fresco e em menor grau para passa;

2) Selecção de varidades regionais de comprovada

qualidade de frutos .para consumo em natureza;

3) Adequação da técnica cultural às exigências

sanitárias e de qualidade do produto tío mercado externo.

c) Alfarrobeira:

A alfarrobeira é uma espécie em cujo cultivo a técnica pouco ou nada tem evoluído, até porque apenas se lhe faz um granjeio — a apanha dos frutos.

Como tal, os seus problemas não são muitos e o seu rendimento, embora não espectacular, é mais ou menos certo e constante. A cultura tem-se, pois, mantido estacionária.

O total aproveitamento desta cultura passa pela sua transformação tecnológica, como ficou demonstrado no recente Simposium Internacional sobre Alfarrobeira, realizado em Outubro de 1978 no Algarve.

A eventual evolução do interesse desta espécie depende do tipo de aproveitamento industrial com diferentes possibilidades de utilização:

Fabrico de rações para animais; Indústria alimentar (dietéticos); Corantes e taninos; Indústria farmacêutica, etc.

Como a indústria transformadora nacional apenas absorve alfarroba para o fabrico de rações (alimentos de animais), a evolução e expansão cultura! da alfarrobeira estará dependente da evolução da tecnologia da indústria nacional, que não depende do MAP.

Nesta fase o MAP apenas procede à caracterização e identificação das variedades regionais existentes com vista ao seu futuro aproveitamento agro-ir.dus-trial.

B) No sector da exportação:

Pelo gráfico n.° 1 referente à comercialização no mercado interno e externo dos três produtos em análise, verifica-se que:

a) Cerca de 3 °lo da amêndoa (miolo) são con-

sumidos internamente, destinando-se 97% ao mercado externo;

b) Cerca de 52 °fo do figo são destinados ao mer-

cado interno e a parte restante à exportação com tendência decrescente;

c) Cerca de 33 °lo da alfarroba são destinados ao

mercado interno e 67 % ao externo.