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II SÉRIE — NÚMERO 96

QUADRO 2

Distribuição regional do crédito agrícola de investimento para a horticultura protegida

(Em milhares de escudos)

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

3 — Estudos de adaptação de novas culturas (Resposta ao ponto 3)

A pergunta tal como está formulada pode ser encarada sob vários aspectos, e tantos mais quanto é sabido para aqueles que se dedicam às questões agrícolas o «realizar ou já realizou estudos sob adaptação de novas culturas» pouco significado contêm, pois em agricultura há que realizar continuadamente, nunca se chegando a dar por atingido o objectivo que se vai situando sempre mais ambicioso — maior produção, maior qualidade, mais baixo custo de produção. Igualmente por «nova cultura» pretende-se significar, estudar ou introduzir novas espécies culturais, ou novos sistemas culturais ou ainda novos cultivares adentro de uma cultura que tantas vezes causam revoluções culturais de expressão mais marcada do que, até, a introdução de novas espécies.

Assim, pela dúvida encara-se a pergunta sob os vários aspectos possíveis:

1 — Introdução de novas espécies (a):

Efectuaram-se ensaios de adaptação de tabaco, no Algarve, há cerca de trinta anos, mas, dada a falta de mão-de-obra existente, a falta de terras disponíveis, a vocação tradicional do Algarve para culturas mais ricas, a cultura do tabaco no continente, então concorrendo com a cultura no ultramar, não encontrou condições para se implantar.

Ultimamente, dada a valorização do tabaco no mercado e a procura dos tipos Burley e a possibilidade de cultivar estes na beira serra, onde a mão-de--obra está subaproveitada e onde há possibilidade de

(a) V. na p. 13 breve referência à cultura do algodão.

fomentar a instalação de pequenos regadios e a instalação de rudimentares abrigos para secagem, está a estudar-se a adaptação do tabaco nestas condições, obtendo-se o ano passado produções da ordem dos 70 aos 90 contos de rendimento líquido por hectare no agricultor.

Beterraba sacarina:

Apesar do interesse do Governo em fomentar esta cultura, o Algarve não se situa na zona de fomento por não existirem terrenos disponíveis para esta indústria, que requer uma rotação do tipo quadrienal e uma área mínima que justifique uma unidade fabril.

Mesmo que no Algarve venham a ser fomentadas as barragens previstas que poderão regar mais cerca de 30 000 ha, não é de esperar que nesta área venha a ter possibilidades concorrenciais a beterraba sacarina com a fruticultura e a horticultura.

Oleaginosas:

A produção de oleaginosas tem o seu valor nas grandes áreas extensivas de produção. O Algarve com o seu minifúndio não pode ser motivado para estas culturas. A cultura do cártamo e do girassol não se fazem propriamente; a cultura da soja não tem interesse em sequeiro onde atinge a produção de cerca de 600 kg/ha nos anos mais húmidos, mas já poderá ter interesse em regadio, onde as produções poderão atingir os 3000 a 5000 kg/ha. Por esta razão decorrem ensaios de adaptação de diferentes cultivares em regadio.

A cultura do amendoim é tradicional, principalmente na zona do Rogil, mas ainda em área que não justifica a montagem de uma linha de investigação. Aliás, existem cultivares bem adaptados à região. A expandir-se esta área, terá de se mecanizar a cultura.