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II SÉRIE — NÚMERO 96

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

2 — Horticultura protegida (estufas) (Resposta ao ponto 2)

A economia agrícola do Algarve assenta fundamentalmente na horticultura (que em 1977 contribui para o PAB1 regional em 35%), fruto das excelentes condições edafo-climáticas que aqui encontra.

Nas recentes Jornadas Luso-Espanholas de Horticultura Protegida, realizadas no Algarve, ficou bem patente o incremento que a horticultura tem sido nos últimos anos, particularmente no que se refere à forçagem e semiforçagem.

O quadro n.° 1 e gráficos n.os 1, 2 e 3 em anexo dão a imagem desse desenvolvimento, e sua distribuição especial por concelhos e as principais culturas empreendidas (tomate, pimento e pepino).

Para o desenvolvimento desta actividade tem contribuído o auto-investimento do agricultor, o recurso ao crédito de curto prazo (ainda que não vocacionado para o efeito) e ainda ao crédito agrícola de investimento.

Assim, a horticultura ocupa um modesto 6.° lugar wn termos de absorpção de crédito de investimento do Algarve, com 8,2% do total, representando a horticultura forçada cerca de 90% do valor desta rubrica (quadro n.° 2).

Os pedidos de crédito para a horticultura protegida, que deram entrada na DRAA, representam no triénio

1 O PAB para o Algarve registou em 1977 o valor global de 6 140000 contos.

1976-1978 11 % do número total de processos de financiamento e em termos de valor orçam os 50 000 contos, sendo os concelhos mais beneficiados oi de Faro (38%), Silves (28%) e Loulé (14%).

A produção de primores tem-se até aqui destinado quase exclusivamente ao mercado interno.

Ao repensar-se a horticultura algarvia em termos concorrenciais e de mercado, abrem-se perspectivas de expansão e fomento, mas igualmente de reformulação em termos de uma produção económica.

Há que produzir cada cultura na ocasião e no local devidos, utilizando-se as variedades mais indicadas e segundo a técnica apropriada. Só assim os produtos obtidos poderão concorrer no mercado internaconal em termos de oportunidade de colocação no mercado, qualidade e preço.

Não basta aumentar a quantidade produzida e fomentar a exportação, mas igualmente orientar a produção na adopção de técnicas e variedades que possam ter maior interesse para a região, perseguindo sempre o menor custo de produção e a melhor qualidade, tentando adaptar a nossa produção às necessidades do mercado interno e às possibilidades oferecidas pelo mercado externo.

Neste sentido, a DRAA tem já um projecto de demonstração e adaptação em horticultura protegida, que decorrerá com o apoio técnico-financeiro do Governo Alemão, de forma a obter resultados seguros não só da adaptação das espécies e variedades de maior interesse, mas também da sua exploração económica por forma a possibilitar uma concorrência rentável.

Este projecto visa igualmente o estudo dos diversos aspectos e possibilidades da comercialização de produtos hortícolas, nomeadamente:

Técnicas de marketing (tratamentos prévios, acondicionamento e embalagens);

Formas de passagem do produto acabado para o sistema de distribuição;

Estabelecimento de padrões — standard de qualidade, calibre e variedades, etc.

A resolução dos problemas de instalação da rede de frio e das estações de acondicionamento e embalagem deverá merecer atenção especial se se pretende fomentar a exportação. O saneamento dos actuais circuitos de comercialização de hoto^frutícolas é indispensável, como apoio à expansão desta actividade, se não se quiser correr o risco de crises de superabundância e correspondente ruína.

Prevê-se ainda a instalação de um campo de demonstração em horticultura, onde o agricultor possa encontrar estímulo para novos empreendimentos e orientação técnico-profissional adequada.

O projecto de horticultura em implementação prevê precisamente a realização de cursos de formação e treine para os horticultores, bem como a especialização de um corpo técnico e preparação de vulga-rizadores especializados para as áreas de maior expansão e potencial hortícola.

O MAP prevê igualmente medidas de política no âmbito do crédito agrícola de investimento através de programas de desenvolvimento de determinadas actividades e pensa implantar o sistema de seguros que poderá eventualmente abranger a horticultura protegida. O sistema de seguros está em fase do estudo de projecto.