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II SÉRIE — NÚMERO 96

e 1977 não foi suficiente para colmatar as muitas c largas brechas que o tempo abriu, tanto mais que desde meados de 1978 tudo parece querer regressar à primeira forma.

A génese do problema está aqui e não em qualquer simpatia ou desprezo partcular que a CP alimente por este ou aquele conjunto de utentes. Se de facto acontece que em alguns itinerários da nossa rede o serviço não parece tão sujeito a críticas, tal se deve unicamente ao facto de aqui e ali se terem podido reunir antes da crise condições de que agora porfiadamente se vai tirando o melhor partido.

3 — Posto isto, parece-nos oportuno abordar directamente algumas questões concretas mencionadas no abaixo-assinado sobre a linha do Oeste:

A supressão de circulações referida resultou das inundações de Fevereiro último, as quais provocaram numerosos pontos de instabilidade na plataforma da via e nos taludes adjacentes, obrigando a muitas precauções e exigindo vultuosos trabalhos, ainda em curso, cuja execução é incompatível com a realização de determinadas circulações. Do facto foi, na altura, avisado o público, não tendo cabimento a expressão «sem razões justificáveis», tanto ma:s que sendo a realização do transporte a razão de ser da OP absurdo seria que deixasse de o fazer devidamente sem motivo forte. A situação tem--se prolongado, pois há que aproveitar o bom tempo para evitar a ocorrência de males maiores no próximo Inverno.

Pode porém a CP garantir que restabelecerá circulações adequadas logo que as obras fiquem concluídas.

As automotoras Allan não são tão velhas quanto se diz, e ainda recentemente foram equipadas com motores novos.

As perturbações assinaladas não provêm do seu mau estado, mas sim da dificuldade com que se debate a CP para obter do estrangeiro (e pagar ...) as peças necessárias à sua normal conservação e reparação. Por outro lado, a utilização de composições Jocomotiva-carruagem nos pequenos percursos não resulta de «má rotação do material circulante», mas tão-somente do reconhecimento de que as automotoras não podem oferecer suficiente número de lugares para esses serviços, que são os mais carregados. Não há, portanto, nesta altura outra solução significativamente diferente.

A referência ao «Sr. Chefe» carece de concretização, pois na estação do Cacém prestam serviço vários chefes em distintos turnos. Há que perguntar, porém, se os utentes, decerto mal guiados, não estarão por vezes a exigir soluções que ultrapassam o simples âmbito local e que, por isso mesmo, só podem ser consideradas e aplicadas (ou não) por interferência de outros centros de decisão mais ao corrente do conjunto da situação. O caminho de ferro, repete-se, é um sistema; ignorá-lõ seria retirar-lhe todo o carácter de segurança e capacidade que o d is-; tingue.

A exigência de levar ao Rossio comboios do Oeste nas horas de maior afluência não pode, pura e simplesmente, ser satisfeita.

Sab;-se (só não vê qu:m não quer) que a linha de Sintra atingiu um estado de saturação que não lhe permite desviar, pouco que seja, a sua capacidade para outros fins.

A situação presente só terá solução mediante obras de muito vulto, execução demorada e custo elevado. Entre estas figura a criação de condições que permitirão lançar um razoável número de novos combo:os da linha dê Sintra sobre a cintura (Sete Rios, Rego, Entrecampos, Areeiro, etc); quando tal for feito, será então possível encaminha;- para esta zona da cidade as oirculações de longo curso provenientes do Oeste. Para que isso possa acontecer dentro de cinco anos, necessário será que à CP sejam con-cedklos cm 1980 os necessários recursos para o arranque da obra.

4 — Finalmente, julgando ter d'to o suficente para aclarar a verdadeira natureza e as causas profundas do presente estadp de coisas, asseguramos o empenho da CP em melhorar a s;tuação dentro das suas possibilidades.

Com efeito, espera-sc lançar em brevs na linna do Oeste um novo horário que se julga globalmente mais adequado à satisfação dos desejos dos utentes, embora s; saiba que algumas das solictações reccb'das são Incompatíveis entre si e ainda que algumas incompreensões são insvitáveus.

Não se anuncia uma data, se bem qus se pense seja próxima, porquanto:

Há que concluir pilo menos algum dos trabalhos de reparação dos estragos causados pela última invenra.

Há que rsunir condições que psr/nitam deslocar para aqui materal de outros pontos da rede.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

GABINETE DO MINISTRO

Ex.mo Sr. Chefe do Gabinete do Sr. Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro:

Assunto: Requerimento dos Srs. Deputados Manuel Gomes e António Juzarte (PCP) sobre o contrato celebrado entre o Metropol:tano de Lisboa, E. P., e a empresa Sorefame para a adjudicação de 40 automotoras.

Incumbe-me o Sr. Ministro dos Transportes e Comunicações de transmitir a V. Ex.°, seguidamente, o despacho que lhe mereceu o requerimento acima referenciado:

Os documentos do contrato estão nas empresas. Não pode o Ministério actuar isoladamente, expondo peças de um processo que às partes contratantes diz respe;to.

Lisboa, 26 de Julho de 1979. — Marques da Costa.

Com os melhores cumprimentos.

O Chefe do Gabinete, Óscar Amorim.