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29 DE MAIO DE 1981

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Dia 25:

d) Reunião em Mirandela com o director e subdirector dos serviços regionais do MAP e outros técnicos agrários e ainda com agricultores isolados e representantes de assooiações da lavoura;

b) Visita ao Complexo Agro-Industrial do

Cachão para tomar conhecimento das obras em curso no matadouro e instalações de frio e observar ainda o estado da azeitona em laboração, saber do seu rendimento, bem como da qualidade do azeite;

c) Deslocação a locais nas redondezas de

Mirandela, Vila Flor e Torre de Moncorvo para observar aspectos dos efeitos da seca e das geadas.

Dia 26:

a) Reunião em Chaves com técnicos dos serviços regionais do MAP, reunião em parte assistida por autarcas da zona (presidentes das Câmaras de Chaves, Boticas e Vfla Pouca de Aguiar e presidente de uma freguesia do concelho de Chaves);

6) Curta Visita tios arredores de Chaves.

Dia 27:

Reunião ean Vila Real com técnicos dos serviços regionais do MAP.

Para além das impressões colhidas durante todas as visitas referidas no programa indicado, os membros da subcomissão, ao longo das muitas centenas de quilómetros que percorreram na região, ficaram com um conhecimento mais alargado, quer da acção nociva das geadas, quer, sobretudo, dos efeitos da seca.

2.2 — Em Trás-os-Momtes a seca não se fez sentir com igual intensidade em toda a região. As zonas mais afectadas foram as de Bragança e Mirandela; nas de Chaves, e sobretudo nas de Vila Real. os malefícios da seca não foram tão pronunciados.

Por outro lado, a acção nefasta das geadas fez-se sentir principalmente na terra fria.

Os prejuízos da seca reflectixam-se nos cereais, ou seja no centeio, que predomina na região, nos nabais e ainda nos prados permanentes. As searas semeadas tardiamente não nasceram ou tiveram nascimento irregular, com muitas falhas, por carência de humidade no solo. Por outro lado, se em grande parte as sementeiras realizadas cedo germinaram e nasceram regularmente, mostravam-se, entretanto, com fraco desenvolvimento, denotando também, muitas delas, a secura do solo. Em muitos casos a sua recuperação pode ter-se dado com as chuvas caídas a partir de Março. Igualmente os nabais, como a maioria das searas, reflectiam mau e irregular nascimento e também fraco aspeoto vegetativo, devido à secura do solo ou ausência de chuva.

Por outro lado, os prados permanentes, principalmente os designados por lameiros de secadal, revelavam um desoladpr aspecto, em consequência da acção conjugada da seca e das geadas. A falta de

água para Lima não os protegeu nem dos frios nem das geadas, e assim foram «queimados», apresentando-se secos, sem verde, como naturalmente se mostram no final do estio. Esta quase total «queima» e secura produzida nos prados —a principal fonte de forragem do gado —, cumulativamente com o mau estado dos nabais, veio a reflectir — se muito gravemente no efectivo pecuário, que, devido ao reduzido escoamento para abate, ficou perdendo peso nos currais ou nos passeios pelas rotineiras pastagens em procura do que nelas não existia: o verde habitual. A quebra no escoamento do gado, provocada pelo desinteresse intencional dos marchantes, mais se agudizou em consequência da medida profiláctica do encerramento de feiras e mercados imposta pela existência de surtos locais de febre aftosa.

Também a entrada ilegal de gado bovino na região transmontana originou uma sobrecarga no efectivo pecuário local, o que mais veio a agravar a complexa situação da carência de forragens.

Finalmente, a desejada intervenção da Junta Nacional dos Produtos Pecuários terá certamente modesto significado, não só pela conhecida incapacidade de meios para o escoamento de animais vivos, como também por falta de rede regional de matadouros e de frio.

A seca tornou-se ainda prejudicial na cultura da batata, limitando bastante a sua área de plantação, em consequência do insuficiente grau de humidade do solo, sobretudo na zona de Bragança e na terra quente. Por tal motivo, os dirigentes de algumas cooperativas de produtores de batata de semente manifestavam-se seriamente preocupados com as grandes quantidades de tubérculo armazenadas, sem escoamento, situação agravada em consequência da livre importação de batata de semente.

Os nefastos efeitos da seca ainda poderão vir a fazer-se senitir na próxima produção de amêndoa, azeite e vinho, já que as reservas de água no solo estão reduzidas ao mínimo € não se vê que possam vir a ser significativamente alteradas para melhor.

No que respeita às geadas, para além do que atrás já se relatou, os seus efeitos afectaram, em particular, a produção de castanha, mormente na zona de Valpaços (Carrazedo de Montenegro), e em menor escala e da azeitona, com quebra na produção e na funda; já nos citrinos a sua acção foi de pequeno significado, por serem reduzidas e dispersas as manchas daquelas fruteiras.

3 — Deslocação ao Algarve

3.1—Iniciámos com uma reunião na sede da Direcção Regional, em que estiverem presentes todos os mais altos responsáveis daquela Direcção Regional, que em todo o pormenor esclareceu a situação que se vivia no Algarve em face do momento difícil que os agricultores ali vivem.

A reunião, seguida de um debate esclarecedor dos objectivos que nos levavam àquela parte do País, acabou com a aprovação de um programa incentivador previamente elaborado pela Direcção Regional. O programa inclui visitas às cooperativas, associações de regantes, associações de produtores agrícolas, serviços locais do MAP e agricultores individuais, criteriosamente estudado em função das componentes