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II SÉRIE — NÚMERO 109

Foi para a Academia Real .das Sciencias, de onde ainda não voltou.

(Id., id., p. 36.)

Foi pára a Academia Real das Sciencias, aonde está ainda.

(Id., id., p. 58.)

4 — Além disso, nos livros das próprias da Biblioteca Municipal do Porto ou nos da Câmara, sempre que há uma oferta de livro à municipalidade, encontramos, num e noutro daqueles livros de registo, a respectiva referência.

Como exemplo chamamos a atenção para os documentos n.°° 8 e 9, onde surgem, respectivamente, no livro das próprias da Câmara Municipal do Porto o ofício sob o n.° 49 (documento n.° 8) e no 5.° livro das próprias da Biblioteca o ofício sob o n.° 87 (documento n.° 9), pelos quais se fica a saber de ofertas feitas à Câmara do Porto e que esta, por sua vez, remete para a sua biblioteca.

Se o precioso volume manuscrito tivesse dado entrada na Câmara e desta fosse remetido para a sua biblioteca, não seria de encontrar nos livros das próprias a documentação respectiva?

Em resumo:

a) Nos Livro das Offerias feitas a estar Reai^

Bibliotheca Pública do Porto, n.° 3 (de 1877 a ¡880), n.° 4 (de 1881 a 1884) e n.° 5 (de 1884 a 1903), não existe registo de entrada de tão valioso manuscrito;

b) Nos livros das próprias da Câmara Municipal

do Porto e da Biblioteca Municipal do Porto, no período 1879-1890 não existe documentação sobre tal oferta;

c) Nos catálogos da camoniana da Biblioteca

Municipal do Porto de 1880, 1883, 1891 e 1897 não há referência a tal manuscrito;

d) E, no entanto, em 1883 a Tipografia Elzevi-

riana, de Lisboa, lança uma edição litografada do mesmo volume manuscrito — e isto quando o desenvolvimento tecnológico da arte de fotografia de então obrigava à presença do autêntico volume no laboratório para dele se fazer a zincogravura.

Pergunta-se: em que laboratório foi executada a zincogravura: em Lisboa ou no Porto?

E quem cedeu o original ao laboratório?

Não esqueçamos que, no caso, contra toda a lógica, de o manuscrito ter chegado a entrar na Biblioteca Municipal do Porto, não lhe seria permitido sair «sob nenhum pretexto» (v.p.f. documento n.° 3). Logo: o manuscrito não entrou na biblioteca municipal do Porto.

É, pelo menos, esta a nossa opinião, com base na documentação que remetemos apensa e submetemos à apreciação de V. Ex.Q '.

Com os melhores cumprimentos.

Biblioteca Pública Municipal do Porto, 15 de Junho de 1981. — O Chefe de Divisão de Bibliotecas, (Assinatura ilegível.)

1A documentação apensa foi entregue ao depurado.

do Poeta». E, nessa mesma folha, o último parágrafo inicia-se com esta frase: «É destinado à Bibliotheca Publica do Porto, com a clausula de nunca mais sahir da bibliotheca, sob nenhum pretexto» /.../ (v.p.f. documento n.° 3).

O facto de a referência detalhada a este manuscrito vir antes do catálogo propriamente dito, bem revela o valor, a estima e a importância em quererá tido esse precioso exemplar.

2 — Entretanto os «Officiaes Gaurda-Salas» da Biblioteca Pública Municipal' compilaram um cuidado e minucioso catálogo da camoniana da Biblioteca Pública Municipal em 1880 (v.p.f. documento n.° 4), tendo-lhe acrescentado sucessivos suplementos: em 1883 («Supplemento») (v.p.f. documento n.° 5), em 1891 («Supplemento 2.°») e em 1897 («Catálogo da Camoniana /.../ 2." edição») (v.p.f. documento n.° 7).

Pois em nenhum desses catálogos figura qualquer referência ao manuscrito em questão.

Precioso como ele é (ou era ...) e, especialmente, após toda a referência feita no catálogo do Palácio de Cristal, não seria de esperar minimamente que a sua menção viesse bem destacada nos catálogos desta Biblioteca?

Que única conclusão poderá tirar-se desta inexistência de referências ao volume manuscrito? Só esta: o referido volume nunca deu entrada nesta Biblioteca.

3 — Repare-se ainda que em 1883 é produzida em Lisboa, na Tipografia Elzeveriana, uma edição fac--similada do manuscrito em questão.

De acordo çom o desenvolvimento tecnológico de então, essa edição só poderia ter sido executada sobre fototipia ou zincogravura do original. Quer num quer noutro caso, as chapas haveriam de ser feitas em laboratório especial.

Ao tempo, aqui no Porto só o editor BIEL estaria em condições de executar esse trabalho. Em Lisboa, também um só laboratório de então estava equipado . para o mesmo tipo de tarefa.

Donde se conclui que ou aqui no Porto ou em Lisboa o referido manuscrito esteve entregue a um laboratório.

Como teria ido para lá? Directamente da exposição do Palácio de Cristal?

Conforme o costume então corrente nesta Biblioteca, se acaso o manuscrito houvesse dado entrada ria Biblioteca Pública Municipal —e em nenhum ; dos livros de registos de ofertas à Biblioteca Pública Municipal, percorridos folha á folha desde 1875 a 1895, tal oferta aparece registada ...—, mas se houvesse dado entrada, logo nos catálogos posteriores '-~e seguindo a norma então corrente e repetidamente exemplificada nos catálogos impressos de 1880 a 1896— surgiria esta nota ou outra semelhante:

Foi este ms. há annos chamado à Academia Real das Sciencias, d'onde voltou depois de impressa a 1." parte supra, /.../

(Cat. de mms., 1.° fase, p. 15.)

Foi dos que foram requisitados pela Academia Real das Sciencias em 1885 e voltou em 1862.

(Id., id., p. 28.)