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II SÉRIE — NÚMERO 81

dos contadores e nas instalações interiores de utilização (estas últimas, por situadas a jusante da contagem, já não estatisticamente detectáveis). E isso resultante, obviamente, e em primeiro lugar, do facto de existirem, nas redes, válvulas e outros elementos móveis — cuja estanquecidade total não é possível garantir em permanência — bem como ligações entre canalizações asseguradas por aperto (basta pensarmos nas ligações de aparelhos em nossas casas).

Há também, obviamente, outras razões e que são as fugas derivadas de roturas nas canalizações — provocadas por quebra, por deterioração, por cedência de uniões, etc.

5 — julga-se que a questão que neste momento se põe, perante o conhecimento da existência de um número elevado de pedidos de intervenção por fugas de gás, é a de saber qual a sua origem e, a partir desse conhecimento, proceder a um diagnóstico da situação da «rede». O pressuposto (presume-se) é o de que essa situação é má, e que as condições de segurança geral são, por isso, deficientes.

6 — Antes de prosseguir, e retomando aspectos já referidos, deve esclarecer-se que a «rede de distribuição» da EDP comporta, essencialmente, as instalações de recepção e armazenagem, de compressão, as redes de média pressão, os postos depressores e as redes de baixa pressão, incluindo as ligações até às válvulas de segurança (situadas na via pública, junto aos prédios ou instalações de utilização).

A partir daí, as instalações são do foro do(s) uten-te(s) — com a excepção, obviamente, do contador e respectivas torneiras e ligações.

É, assim, frequente que os utilizadores solicitem a nossa intervenção porque «cheira a gás», e, da nossa visita, resulte a conclusão de que há, de facto, fugas ou razões de insegurança nas instalações (ou na aparelhagem de utilização) de sua responsabilidade. Em tais casos, a nossa actuação tem de limitar-se à orientação do consumidor quanto às acções a tomar e, sempre que as condições não ofereçam grau de segurança suficiente, a fechar o gás na válvula de ligação à rede (no exterior).

A título de exemplo, foi isso que se passou, recentemente — e com larga repercussão na imprensa — com a alimentação do Instituto Superior de Agronomia e da cantina que serve a correspondente população escolar: as péssimas condições da canalização (instalação particular) que o serve levou à criação de uma situação de insegurança que nos levou a cortar o fornecimento, cabendo ao Instituto (por si ou por outra entidade) a reparação indispensável, aliás, já prevista há meses — já houvera reunião com nossos técnicos para o efeito. Acabámos — embora não sendo do nosso foro —por colaborar activamente na implementação de uma solução transitória para o problema. De tudo —embora correctamente relatado nos meios de comunicação social — não terá deixado de ficar, mais uma vez, a sensação de que o caso algo teria a ver com a rede da EDP, o que, obviamente, não é o caso.

7 — Ainda, e antes de passar à apresentação dos elementos essenciais, valerá a pena referir um último aspecto:

Tirando as detecções que as nossas equipas de conservação fazem com meios técnicos apropriados, as indicações de fugas que nos são comunicadas

provêm, praticamente, dos utentes, e têm sempre origem no facto de que «cheira a gás».

O gás de cidade deveria, em princípio, ser-nos fornecido quase inodoro: temos, por isso, na Matinha, uma instalação de odorização — visando, precisamente, dotar o gás do cheiro característico com intensidade adequada a permitir a detecção, por essa via, das fugas.

Vem sucedendo desde há tempos que, por razãos próprias do ciclo de fabricação, o gás nos tem sido, frequentemente (e, praticamente, sempre, desde fins de Dezembro) entregue com odorização já de si excessiva— daí resultando, por força da nossa própria odorização adicional, um grau de odorização muito superior ao normal.

8 — Essa é uma explicação plausível — sobreposta ao clima psicológico criado— para a subida espectacular do número de pedidos de intervenção em pretensas fugas no interior das habitações/instalações registado nos últimos tempos — e que, obviamente, não pode encontrar qualquer justificação em súbita degradação dessas instalações.

Os elementos estatísticos quanto à matéria podem resumir-se no quadro seguinte, onde se comparam as «chamadas» registadas em Novembro de 1984 (mês normal) e Janeiro de 1985 (anormal número de pedidos de intervenção), com indicação da localização da «fuga» (independentemente da sua real importância):

Chamadas por «fugas» em instalações interiores

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Como pode verificar-se, sem qualquer razão aparente (trata-se de instalações interiores), o número de chamadas duplicou de um mês para o outro.

Serve —julgamos— para confirmar a hipótese de que, na origem do «alarme» estarão principalmente razões ligadas à sobre-odorização (causas a montante da nossa intervenção) e, também, e naturalmente, predisposição psicológica das pessoas.

9 — Abordemos, finalmente, a questão da rede de distribuição propriamente dita. Também aqui o número de fugas referenciadas em Janeiro ascende a valores acentuadamente superiores às médias usuais, como se reportará adiante.

Tratando-se de uma rede subterrânea, a detecção (para além da feita pelos nossos serviços, mediante «picagem» do solo sobre os traçados) é, frequentemente, feita também na sequência do «cheiro a gás» introduzido em casas de habitação ou outros locais através de outras canalizações subterrâneas (designadamente, esgotos e telefones).

10 — As estatísticas mostram que, em média, se encontram e corrigem cerca de 31 «fugas», na rede, por semana.