O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1832

II SÉRIE — NÚMERO 41

Sob o dique existem portas de água cuja finalidade é a saída da água proveniente da drenagem mas que, em muitos casos, também são utilizadas para a entrada de água que, conduzida através das valas de drenagem, é utilizada na rega. Como esta água nem sempre é de boa qualidade — o seu teor salino é, em alguns casos, bastante elevado—, os solos regados vão sendo progressivamente salinizados, estando algumas áreas em franca degradação.

No que respeita ao enxugo o sistema actual, ligado ao conjunto de portas de água existentes, depende da influência das marés que se propagam ao longo dos rios Tejo e Sorraia. Assim, a saída das águas está sempre condicionada à situação de baixa-mar, a qual, era períodos de cheias ou ventos fortes de sudoeste, não permite a sua descarga, permanecendo as águas das chuvas acumuladas vários dias no interior da Lezíria, provocando uma subida da toalha freática. Estas circunstâncias são agravadas pelo mau estado de conservação de alguns dos principais colectores, devido à grande sedimentação que manifestam e também à diminuição da sua capacidade de vazão resultante de infestantes, principalmente do jacinto-de-água e da erva-pinheira.

2 — Considerando a situação acima apresentada, foi assinado em 1977 um acordo de cooperação técnica entre os Governos de Portugal e da Holanda para a elaboração de um programa de desenvolvimento rural integrado para a Lezíria Grande. Na sequência deste acordo, formou-se uma equipa de projecto composta por técnicos portugueses (DGHEA e DGRAH) e holandeses (International lnstitute for Land Reclaman-tion and Improvement — ILR1), que estudaram exaustivamente as várias alternativas técnicas possíveis e analisaram a sua viabilidade económica face às perspectivas de estrutura fundiária previsíveis, na época, para a Lezíria.

3 — No estudo de viabilidade que resultou das actividades desenvolvidas ao longo de alguns anos por esse grupo de trabalho, foram quantificados os custos e benefícios das diversas alternativas, de modo a encontrar-se a melhor solução para o aproveitamento das potencialidades da Lezíria Grande. Foram seleccionadas para tratamento detalhado —face às taxas internas de rendibilidade encontradas— três alternativas:

0 Reabilitação simples do sistema actual de drenagem;

«) Dessalinização dos solos, através de um sistema de drenagem subsuperficial, usando-se para rega a água das valas de drenagem existentes, que seriam melhoradas;

iii) Rega total, com implantação de sistemas independentes de rega e drenagem.

4 — O actual estado do sistema de diques de protecção da Lezíria Grande, que, como se referiu, é bastante deficiente, condiciona fortemente o volume de investimentos a aplicar e, consequentemente, os tipos e desenvolvimento dos projectos a executar. O estudo económico das três alternativas seleccionadas revelou que a solução mais viável consistiria numa designada «alternativa intermédia», que contempla parcialmente a rega, a drenagem e dessalinização e reabilitação e

que poderá evoluir, a médio ou longo prazo, para uma situação mais perfeita de rega total da Lezíria:

Projectos de rega para os blocos 1 e 2, sitos no terço norte da Lezíria (tomada de água, derivação, estação elevatória de distribuição);

Projectos de drenagem da zona a norte da estrada nacional n.° 10 (estações elevatórias, redes primárias, secundárias, terciárias e quaternárias) e nivelamento;

Projecto de reabilitação da drenagem da zona a sul da estrada nacional n.° 10 e rede viária.

5 — Após um processo de concurso ilimitado, foi adjudicada à HIDROPROJECTO a elaboração de um projecto de execução, consistindo em:

Rede de rega independente da rede de drenagem nos blocos 1 e 2 de rega (4069 ha);

Dessalinização da zona intermédia entre o limite sul daqueles blocos e a estrada nacional n.° 10 (2552 ha);

Reabilitação de toda a área a sul da estrada nacional n.° 10 (6453 ha).

O conjunto de projectos incluídos nos objectivos acima referidos é o seguinte:

Projecto da tomada de água, derivação e estação elevatória do Conchoso, no extremo norte da Lezíria;

Projectos dos canais laterais de rega e respectiva rede viária, destinados a servir os blocos 1 e 2 da rega;

Projecto do canal principal de rega e respectiva rede viária, para servir, numa primeira fase, as zonas de dessanilização e reabilitação com rega imperfeita, a partir das valas de drenagem;

Projecto das redes terciárias de rega dos blocos 1 e 2;

Projectos de um sistema completo de drenagem (redes primárias, secundárias, terciárias e quaternárias) de quase toda a área a norte da estrada nacional n.° 10;

Projecto de nivelamento da área referida no ponto anterior, englobando a rede quaternária de rega;

Projecto da estação elevatória do Ruivo, que, juntamente com a estação elevatória do Conchoso (reversível), serve a drenagem da zona a norte da estrada nacional n." 10;

Projecto de reabilitação da drenagem a sul da estrada nacional n.° 10 e restante rede viária.

O investimento total é da ordem dos 5 025 000 milhares de escudos.

No que se refere à Região do Médio Tejo, foi delineado um plano de desenvolvimento para o chamado triângulo Tomar-Abrantes-Torres Novas, como, mais recentemente, foi dado início à organização de um PD AR para as zonas de Santarém e Chamusca, com a intervenção não só dos serviços regionais de agricultura, mas também com a estreita colaboração de entidades regionais, de forma a criar um quadro de referências para a aplicação dos meios facultados pelos incentivos ao investimento.

I