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II SÉRIE — NÚMERO 37

1.4.2 — Almeida Bruno — as boas Intenções

Aliás, esta posição do Ministro da Administração Interna não era inédita, já que ao longo do ano foi sendo manifestado o desejo e reconhecida a necessidade (algumas vezes por parte das chefias das corporações paramilitares) de se estabelecer um outro tipo de actuação dos agentes da autoridade junto dos jornalistas.

Foi o caso, por exemplo, do brigadeiro Almeida Bruno, comandante-geral da PSP, que — depois de se ter avistado com o director-geral da Informação a fim de com ele debater a forma de ultrapassar certas dificuldades que vinham surgindo entre as forças policiais e os profissionais da comunicação social — se afirma, em declarações à ANOP, na mais firme disposição de favorecer a eliminação dessas dificuldades. Almeida Bruno anuncia também a sua intenção de, periodicamente, reunir com os jornalistas «no sentido de se alcançar uma completa compreensão dos direitos e deveres entre a corporação e a comunicação social».

Quinze dias mais tarde, e ainda a propósito daquela reunião, o Sindicato dos Jornalistas afirma que a PSP tinha reconhecido a conveniência de uma «campanha de sensibilização nacional» para um melhor esclarecimento dos seus quadros relativamente às facilidades a dar aos profissionais da informação quando em serviço.

Este problema foi também levantado no decorrer de -um colóquio realizado na Polícia Judiciária em 24 de Novembro. Subordinado ao tema «Segredos de justiça, liberdade de informação», a sua organização esteve a cargo do adjunto do procurador-geral da República, Dr. Lopes Rocha, que, usando da palavra, sublinha: «As incompatibilidades e conflitos que quase permanentemente se geram nas relações entre jornalistas e autoridades policiais só poderão ser satisfatoriamente ultrapassados quando ambas as partes optarem pela via da concertação e do diálogo.»

1.4.3 —A ASOI contra a discriminação

Considerando que outros motivos podem também funcionar como entraves, ou dificuldades, ao exercício da informação, a ASDI, em requerimento apresentado em 22 de Maio ao Ministério dos Transportes, denuncia que «as condições de trabalho oferecidas aos representantes dos órgãos de comunicação social pelo Aeroporto são extremamente deficientes». O documento da ASDI salienta que os jornalistas não dispõem na Portela sequer de um telefone, tão-pouco «de uma simples mesa em que possam ordenar os seus apontamentos». E acrescenta: «Além do mais, são regularmente objecto de tratamento discriminatório que privilegia a televisão.»

No seu requerimento ao Ministério dos Transportes a ASDI pergunta ainda se estava prevista a instalação de uma sala de imprensa no Aeroporto de Lisboa e que razões têm determinado os benefícios concedidos à televisão e que são negados à generalidade dos outros meios de comunicação social.

2 — Quadro geral da imprensa (estatizada/privada — diária/não diária — nacional/regional)

2.1 - Novos órgãos e reaparecimento de ptlhicaçdas 2.1.1 — Novas publicações

O Búzio

Director: Augusto Gomes. Periodicidade: quinzenal.

Editado pelas sociedades de cultura e recreio da ilha Terceira (Açores), a 27 de Janeiro surge O Búzio, quinzenário dirigido por Augusto Gomes, que, subsidiado pela Secretaria Regional da Educação e Cultura, pretende ser um defensor das sociedades recreativas da ilha Terceira e um elo de ligação com as comunidades de emigrantes.

Roteiro

Periodicidade: mensal.

Destinado à divulgação de todos os assuntos relacionados com as actividades locais, começa a publicar-se em Janeiro e no Barreiro um mensário. Trata-se de uma revista ilustrada, de formato reduzido, excelente aspecto gráfico e boa colaboração.

Come e Cala

Director: Beja Santos. Periodicidade: quinzenal.

Em Fevereiro é anunciado o aparecimento de uma nova revista que, dirigida por Beja Santos, se destina a informar, orientar e proteger o consumidor. Trata--se do quinzenário Come e Cala, que, segundo um comunicado da Fundação Azedo Gneco, que apoia a nova publicação, objectiva «promover a exigência da critica e o combate ao nocivo, ao perigoso e ao inseguro».

Turismo

Director: Quirino Teixeira. Periodicidade: semanal.

A 10 de Março surge um novo semanário. Intitulada Turismo e dirigida por Quirino Teixeira, a publicação, que tem como chefe de redacção e redactor principal, respectivamente, Adriano Oliveira e Humberto Ferreira, passa a publicar-se às terças-feiras, em formato tablóide, com 32 páginas e impressa a duas cores.

Correio de Portugal

Director: Marta Larsen Costa. Periodicidade: mensal.

Também em Março inicia a sua publicação o mensário Correio de Portugal, que, dirigido por Marta Larsen da Costa, é consagrado à grande informação, à economia e ao turismo. No seu estatuto editorial afirma que «não questiona o sistema político e económico, que assenta na democracia», e que «pugnará pela dignificação do País com vista à sua integração europeia».

Jornal do Vale do Mondego

Director: Santos Martins. Periodicidade: semanal.

Lançado por uma cooperativa de jornalistas e com edições simultâneas na Guarda, Coimbra, Viseu e Figueira da Foz, o Jornal do Vale do Mondego, semanário regional dirigido por A. Santos Martins, começa a publicar-se em princípios de Abril. A defesa dos problemas regionais, os assuntos de carácter turístico, os problemas do património local a exigirem solução