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II SÉRIE-A — NÚMERO 48

Demografia

Aumento dos desequilíbrios demográficos.

Um crescimento demográfico centrado nos países do Sul.

Uma fone pressão populacional sobre recursos — terra, água e fontes energéticas.

Uma redução do peso demográfico dos países industrializados, com envelhecimento das suas populações.

Uma forte probabilidade de grandes migrações populacionais com destino aos países industrializados.

Um processo acelerado de qualificação dos recursos humanos nalgumas regiões do Sul, factor base para uma mudança duradoura na geografia económica mundial.

Uma tomada de consciência da multiplicidade, gravidade e inter-relação dos riscos ambientais no planeta — do «efeito de estufa» à desertificação e à poluição urbana.

A necessidade de transformações tecnológicas, económicas e sociais para fazer face aos riscos ambientais:

Nos sistemas de produção e transporte;

No funcionamento das grandes cidades;

3 — Durante os anos 90, mas estendendo-se também ao início do próximo século, ir-se-á assistir a um aumento dos desequilíbrios demográficos, quer dentro dos países desenvolvidos, quer entre estes e os países subdesenvolvidos. Assim:

A população mundial, de acordo com algumas previsões mais preocupantes, pode vir a duplicar até ao ano 2050, antes de estabilizar. Cerca de 95 % desse aumento populacional localizar-se-á nos países em desenvolvimento, não obstante alguns países da Asia e da América Latina terem conseguido reduzir as taxas de crescimento da população, com reduções sensíveis nas taxas de fertilidade. A experiência das últimas décadas revela porém, que não são muito seguras as relações que se podem estabelecer entre a taxa de crescimento económico e o ritmo de redução na dimensão das famílias;

Este forte crescimento demográfico vai naturalmente exercer uma pressão acentuada sobre a capacidade de produção alimentar e sobre os recursos ambientais e energéticos. No entanto, desenvolvimentos recentes na biotecnologia vegetal e animal oferecem perspectivas animadoras de aumento substancial da produção agrícola;

O peso demográfico mundial dos países industrializados vai continuar a reduzir-se e, se não se considerarem os fenómenos migratórios, a sua população tenderá a envelhecer rapidamente, indo atingir-se em breve uma situação em que o número de pensionistas ultrapassará pela primeira vez o número de crianças. Este processo de envelhecimento, para além de ter impacte na mudança de padrões de consumo, irá aumentar de forma significativa a pressão sobre os sistemas de segurança social, nomeadamente dos sistemas públicos baseados no princípio de distribuição;

Os países industrializados, e nomeadamente a Europa Ocidental e os EUA, vão ser confrontados com movimentos migratórios de grande amplitude, originários do Leste Europeu, da ex-URSS, dos países do Mediterrâneo e da África ao sul do Sara, no primeiro caso, e da América Latina e da Ásia, no segundo. Esta vaga de imigração poderá contribuir para rejuvenescer as populações dos países industrializados. Mas, ao ocorrer num período de contracção de emprego nas indústrias tradicionais, pode criar fortes resistências culturais e políticas, nomeadamente nalguns dos países europeus;

A generalização do ensino secundário e superior em certas regiões, hoje ainda em desenvolvimento, e nomeadamente na Ásia, vai ampliar aceleradamente as reservas de mão-de-obra disponíveis para suportar processos de industrialização rápida e com dinamismo para aceder, num período curto, a produções mais sofisticadas. Esta situação não deixará de exercer pressões sobre o agregado mundial de capitais, tendendo a canalizá--los para essas regiões com elevado potencial de crescimento e diversificação.

Ambiente

4 — A realização da Cimeira da Terra em 1992 traduziu uma progressiva tomada de consciência da gravidade dos problemas ecológicos globais e regionais que, se não forem devidamente enfrentados, podem trazer danos irreparáveis ao planeta. O «efeito de estufa», as chuvas ácidas, a d es flores tacão, os processos acelerados de desertificação em várias regiões do mundo, a ameaça de extinção de espécies e a diminuição da biodiversidade, a degradação da qualidade dos recursos hídricos, o nível de poluição atingido nalgumas concentrações urbanas e os riscos crescentes de poluição costeira são outros tantos sintomas de disftincionamento que levantam a questão da sustenta-tibilidade a longo prazo dos actuais padrões de crescimento económico e de industrialização. 1

A dimensão dos problemas ambientais, para além de ir provocar grandes investimentos em sistemas de observação e de acompanhamento da evolução da Terra e de estimular o lançamento de programas mundiais de investigação sobre as mudanças globais (envolvendo nomeadamente o clima), vem chamar a atenção, designadamente, para:

A necessidade de renovar várias das soluções tecnológicas e dos sistemas produtivos em sectores da indústria e dos transportes;

A necessidade de reduzir a dimensão e os impactes ambientais dos fenómenos de congestionamento dos grandes centros urbanos, com facetas diferenciadas nas cidades do Norte e nas megacidades do Sul;