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II SÉRIE-A — NÚMERO 1

1990, mas acentuou-se a partir do 2.° semestre de 1992. Os efeitos da reunificação alemã atenuaram o enfraquecimento da actividade da Comunidade em 1991, mas o progressivo abrandamento do consumo privado (com uma estimativa de redução de 0,2 % em 1993) e, sobretudo, do investimento em equipamento (— 1,6 % em 1992 e, possivelmente, — 3,5 % em 1993) e das exportações (5,8 % em 1991 para 1,2 % em 1993) acentuaram a evolução da conjuntura recessiva. A economia comunitária encontra-se numa situação recessiva cerca de 20 anos após a última experiência de contracção da actividade económica.

Na verdade, se exceptuarmos o período relativo à crise 1930-1932, quando o PIB correspondente aos actuais países da Comunidade se reduziu em cerca de 4 % o ao ano e o período relativo à II Guerra Mundial, os períodos subsequentes de recessão ou abrandamento significativo da actividade foram 1974-1975 (com um aumento médio do1 PIB de cerca de 0,5 %), 1981-1982 (período em que o PIB cresceu apenas 0,4 %) e 1992-1993 com uma estimativa de aumento médio do PIB inferior a 0,5 %.

Verifica-se, pois, que, exceptuando a crise de 1930-1932 e os períodos entre as guerras, a economia comunitária até 1992 apenas cresceu negativamente em 1975 (— 1 %), ano em que o crescimento do PIB nacional, reflectindo esta situação, cresceu também negativamente a uma taxa de 4,3 %.

De acordo com a estimativa dos serviços da Comissão para 1993, estima-se que o crescimento da economia comunitária seja negativo e da ordem dos 0,5 %. Estamos, pois, na presença do segundo pior desempenho económico da Europa, só superado pelo crescimento negativo em 1975.

O decréscimo da actividade económica tem tido repercussões nos mercados de trabalho e de bens e serviços. O emprego na Comunidade reduziu-se, em 1992, em 0,7 % e para o corrente ano estima-se uma redução de 1,6%. O elevado nível de desemprego na Comunidade (v. quadro 11.2), com uma taxa de desemprego estimada em 11,5 % em 1993 —mais de 1 ponto percentual acima da média de 1992—, deve-se, fundamentalmente, a factores estruturais, tais como a excessiva regulamentação do trabalho, a fraca mobilidade, as contribuições sociais excessivas e a rigidez da estrutura das remunerações. Nos EUA, a taxa de desemprego no 1.° semestre de 1993 situava-se nos 6,9%, cerca de meio ponto percentual abaixo do valor no período homólogo. No Japão, a taxa de desemprego elevava-se a 2,5 % em Maio do corrente ano, representando um aumento de 0,3 pontos percentuais relativamente ao valor médio de 1992.

QUADRO 11.2 Taxa de desemprego

 

1992

1993

1994 (P)

EUA.........................................................

7,4

7

6.6

 

2.2

2.5

2.6

CE............................................................

10.3

M.5

11.9

(E) Estimativa. (P) Previsão.

A desinflação nos países industrializados processou-se de uma forma sustentada desde 1990 (v. quadro JJ.3). Nesse ano, a taxa de inflação média (medida pelo índice de preços no consumidor) era de 5,1 %, reduzindo-se progressivamente para 3,3 % em 1992, situando-se, em Abril do corrente, em 2,9 %. Em termos de deflatores do consumo privado, as estimativas das instituições internacionais sugerem, para o período de 1993 e 1994, a continuação da desinflação na

Comunidade (dé 5,4 % em 1991 reduz-se para 4,2 % em 1993 e para 3,8 % em 1994) e estabilização nos EUA e no Japão, à volta dos 3 % e dos 1,5 %, respectivamente

QUADRO 11.3 Inflação — indicas de preços no consumidor

 

1990

1991

1992

1993 (E)

1994 (P)

Países industrializados................

5.1

4,6

3,3

3.1

2.8

 

(E) Estimativa. (P) Previsto.

Fonte: Fundo Monetário Internacional, World Economic Outlook, Agosto de 1993.

Neste contexto recessivo ou de fraco crescimento e elevado desemprego, os desequilíbrios orçamentais têm-se agravado de forma muito expressiva. Nà Comunidade Europeia, a situação do ciclo económico e as medidas orçamentais discricionárias tomadas em alguns países levaram a um agravamento do défice orçamental, que se estima que atinja os 6,3 % do PIB, mais de um ponto percentual superior ao do ano anterior, e ultrapasse o máximo de 5,2 % registado em 1982. A situação orçamental da Comunidade poderá melhorar ligeiramente em 1994, reflexo do efeito conjugado de uma retoma moderada da actividade e das medidas de consolidação orçamental.

QUADRO 11.4

. Taxas da crescimento mundial (em volume)

_(Em ptrçon topam)

 

1992

1993 (E)

1994 (P)

 

1,7

2.1

25

 

4.6

2,6

5

 

2.1

— 2.6

2,4

(a) Média das taxas de crescimento das exportações e importações. (E) Estimativa. (P) Previsto.

... Fonte: Fundo Monetário Internacional, World Economic Outlook, Agosto de 1993.

O FMI projecta para 1994 a manutenção da tendência de crescimento da economia mundial (v. quadro u.4). As previsões mais actuais daquela instituição apontam para uma taxa de expansão da actividade económica de 2,2% para o próximo ano, representando mais 0,1 ponto percentual do que a estimativa para o ano corrente. No entanto, o comércio mundial deverá registar uma taxa de crescimento de 5%, contra uma estimativa de crescimento de apenas 2,6% em 1993. Da mesma forma, a previsão para o volume de importações da Comunidade Europeia é mais favorável, esperando-se um crescimento de 2,4%, o que representa um acréscimo de 5 pontos percentuais face à estimativa para 1993.

O comércio mundial em volume deverá aumentar 2,6% em 1993, depois de ter registado um crescimento de 4,6% no ano anterior. Esta redução está associada por um lado à desaceleração das importações dos EUA, cujo crescimento em 1993 deverá ser 8,4% contra 11,5% em 1992, e, por outro, ao arrefecimento da actividade na CE e no Japão (estímando-se que as importações comunitárias decresçam