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16 DE OUTUBRO DE 1993

2-Í451)

. A degradação da procura externa em 1992, com crescimento negativo no 2.° semestre das importações nominais de bens com origem na Comunidade, o elevado crescimento dos custos em 1991 e 1992, com efeito negativo na competitividade da produção nacional, e a implementação do mercado único reforçaram a tendência de desaceleração da actividade, conforme sugere o gráfico u.2. '

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A transmissão dos efeitos cíclicos da' economia internacional à economia portuguesa apresenta um padrão temporal variável, observando-se em certos casos um desfasamento maior do que noutros. Os efeitos das situações recessivas na economia europeia sobre a economia portuguesa são evidentes na análise das situações ocorridas nos períodos mais recentes. Assim, enquanto no período de 1974-1975 o abrandamento do crescimento da economia europeia, devido ao ajustamento subsequente à crise do petróleo de 1973, conduziu a um crescimento médio de meio ponto na Comunidade, em Portugal o PIB cresceu negativamente no mesmo período à taxa média de 1,6%. Neste caso, verificou-se o ajustamento simultâneo na economia comunitária e na economia portuguesa,.com uma redução do PIB em Portugal significativamente maior.

Por sua vez, para ò período de 1981-1982, em que "se verificou um abrandamento da actividade económica na Comunidade, com um crescimento médio de 0,4 %, o ajustamento em Portugal foi feito com um atraso de:cerca de dois anos (crescimento negativo médio de 1,1 % em 1983--1984). Estes resultados sugerem que o ajustamento da economia portuguesa face à desaceleração da economia comunitária é inevitável.

A experiência do ajustamento fora do ciclo nos anos de 1983 e 1984 não.mostrou que houvesse ganhos em adiar o ajustamento. Pelo contrário, sendo este inevitável, traduziu--se, tal como nos anos de 1974-1975, em quebra da actividade e do emprego, mas desta vez acrescida com outros aspectos negativos. De facto, a circunstância ;de»ó ajustamento em Portugal ser realizado com desfasamento Ve\e como consequência que as empresas portuguesas sujeitas ao processo de ajustamento interno precisamente na fase ascendente do ciclo da economia europeia não puderam beneficiar da sua recuperação, tendo isto prejudicado a sua competitividade.

Na recente conjuntura, o impacte do ciclo europeu em Portugal parece ser contemporâneo, tal como se pode verificar no gráfico seguinte. O rápido ajustamento da economia portuguesa, em simultâneo com o da Comunidade, sugere que se estão a evitar os custos de uma repetição de desfasamento cíclico. A gestão do actual processo de ajustamento tem permitido, contudo, que se mantenha um crescimento da economia portuguesa superior ao da média comunitária, reforçando-se, deste modo, o processo de convergência real.

Gral*» 11.3 Convcrglncia Real Diference du Tajus de Crescimento do PIB

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As estimativas para 1993 relativas aos agregados da despesa encontram-se condicionadas pela disponibilidade de informação sobre o comércio externo. Tendo em conta este contexto de incerteza face à evolução do comércio externo, estíma-se para 1993 que a procura interna, em desaceleração, continue a contribuir positivamente para a evolução da actividade económica. A desaceleração do consumo privado acompanha a evolução do rendimento disponível, estimando--se para o consumo uma taxa de crescimento entre 1,5 % e 2 %, o que representa uma redução em mais de 2 pontos percentuais em relação a 1992. As componentes do investimento apresentam um andamento diferenciado: o investimento em construção deverá expandir-se ainda significativamente, em resultado de um crescimento muito forte das adjudicações de obras públicas, mas o investimento em equipamento deverá situar-se a um nível inferior ao do. ano anterior.. Dado o significativo peso da componente importada, particularmente das máquinas e material de transporte, é na estimativa desta componente do investimento que se reflecte de forma mais acentuada a inexistência de informação sobre a evolução do comércio externo.

A quebra dos mercados comunitários afecta a evolução das exportações nacionais e, dado o elevado conteúdo importado destas, a desaceleração da procura interna e a esperada desacumulação dos stocks de produtos importados em 1992, as importações deverão desacelerar de forma significativa. Desta forma, estima-se que o contributo da procura externa para a expansão da produção venha a ser menos negativo do que no ano anterior.

Com as incertezas associadas à insuficiência de informação, apresentam-se no quadro seguinte os intervalos mais prováveis para a variação dos principais agregados macroeconómicos.