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II SÉRIE-A — NÚMERO 1

Gráfico 1.10 Custos unitários do trabalho em termos relativos

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Fontes: Comissão Europeia, Economic Forcasts, Maio de 1996.

Contrariamente ao que se verificou em anos anteriores para 1996, a Comissão Europeia prevê que Portugal obtenha ganhos de competitividade tanto face à Espanha como à União Europeia. De facto, para este ano os custos laborais em Portugal deverão aumentar menos do que em Espanha ê a média na União Europeia. Estes valores sugerem que o esforço de moderação salarial se tem reflectido numa melhoria da competitividade das empresas portuguesas.

1.1.15 Preços

A inflação manteve em 1996 a sua trajectória descendente apoiada na estabilidade cambial do escudo, no comportamento dos preços internacionais, na moderação salarial e no comportamento não inflacionista da procura.

A adopção de uma política monetária orientada para a estabilidade cambial como objectivo intermédio, nomeadamente com a adesão do escudo ao Mecanismo de Taxas de Câmbio do Sistema Monetário Europeu em Abril de 1992, foi instrumental para a redução da inflação.

Até Setembro deste ano, a variação média do índice de Preços no Consumidor situava-se em 3,3 por cento, inferior em 0,8 pontos percentuais à verificada no final de 1995. Assim, tendo em conta o andamento provável da inflação até ao final do ano, a inflação média anual em 1996 situar-se-á no centro do intervalo de 3 a 3,5 por cento, atingindo, assim, plenamente o objectivo definido pelo Governo para este ano.

Para a desaceleração da taxa de inflação média, contribuiu mais fortemente o comportamento dos preços dos bens não transaccionáveis. De facto, enquanto que a taxa de inflação média dos bens transaccionáveis se reduziu em 0,7 pontos percentuais entre Dezembro de 1995 e Setembro de 1996, a dos não transaccionáveis diminuiu, no mesmo período, 1,3 pontos percentuais.

Este comportamento dos preços permitiu a diminuição do diferencial de inflação em relação à média da União Europeia. Em 1995, este diferencial foi de 1,1 pontos percentuais e em Agosto de 1996 era de 1 ponto percentual.

Quadro 1.2 A Evolução da inflação

Taxa de variação média

índice de Preços no

1990

1992

1994

1995

1996*

Consumidor

         

Portugal

13.4

8.9

5.2

4.1

3.3

UniJo Europeia

5.7

4.2

3,1

3,0

2,3

Diferencial

7.7

4.7

2.1

l.l

1.0

Em termos de índices intercalares1 de preços, indicador mais relevante na avaliação do critério de convergência relativamente à inflação, verifica-se que o diferencial em termos de inflação média se reduziu de 0,8 pontos percentuais, no início do ano, para 0,3 pontos percentuais no final do primeiro semestre.

1.1.2.6 Situação monetária e cambial

A estabilidade cambial e a evolução favorável da inflação permitiram ao Banco de Portugal proceder a uma diminuição gradual das suas taxas de juro de intervenção, em consonância com o movimento de descidas generalizadas de taxas de juro oficiais na Europa.

Nos primeiros nove meses de 1996, o valor externo do escudo acompanhou-a tendência de fortalecimento das divisas do Mecanismo de Taxas de Câmbio face ao marco alemão. No final de Setembro, o câmbio escudo/marco tinha-se apreciado 2,5 por cento face ao valor no final de Dezembro de 1995. No mesmo período, a taxa de câmbio efectiva do escudo manteve-se praticamente inalterada. No final de Setembro, o dólar dos EUA tinha-se apreciado 4 por cento face ao câmbio do final de Dezembro de 1995.

A taxa de absorção regular de liquidez manteve-se inalterada desde Abril, situando-se nos 6,8 por cento. Face a finais de Dezembro, esie nível é inferior em 1,2 pontos percentuais. A taxa de cedência de liquidez diminuiu de 1,45 pontos percentuais entre Dezembro de 1995 e inícios de Outubro, situando-se em 7,1 por cento. A última redução de 0,15 pontos percentuais ocorreu no dia 3 de Outubro passado.

Reflectindo a evolução das taxas de intervenção, as vasas, de juro do mercado monetário diminuíram ao longo dos primeiros nove meses de 1996. Do mesmo modo, as taxas de juro de longo prazo reduziram-se acentuadamente: em 11 de Outubro de 1996 a taxa de rendibilidade das Obrigações do Tesouro a. 10 anos era de 7,5 por cento, representando uma redução de 2,6 pontos percentuais face ao final de 1995. O diferencial face as taxas de juro alemãs reduziu-se de 4 pontos percentuais, em Dezembro de 1995, para 1,5 pontos percentuais, em Outubro de 1996.

O agregado monetário em sentido lato' (L) apresentava em Julho uma taxa de crescimento de 8 por cento relativamente ao mês homólogo de 1995. Em Julho, o total do Crédito Interno Bancário cresceu, em taxa homóloga, cerca de 5 por cento. O crédito a empresas e partkutares, apresentou-se dinâmico, tendo crescido, no mesmo período, a uma taxa dé 10,5 por cento.

1.1.2.7 Mercado de capitais

Nos primeiros oito meses de 1996 o mercado de capitais registou um aumento significativo das transacções. O volume transaccionado no mercado secundário global da Bolsa de Valores de Lisboa, no período Janeiro a Agosto, aumentou 43,5 por cento em termos homólogos. O mercado das obrigações continuou a representar o principal segmento.

' Dado que a estabilidade de preços dé um dos critérios òe convergência para a passagem à terceira fase da União Económica e Monetária, tornou-se necessário encontrar uma medida estatística comparável para os países da União Europeia. Essa medida é dada pelo índice Harmonizado de Preços no Consumidor mas. uma vez que apenas estará disponível a partir de Janeiro de 1997, a necessidade imediata de acompanhamento dos preços foi assegurada pela construção do Índice de Preços no Consumidor