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1015 | II Série A - Número 033 | 12 de Outubro de 2002

 

- Francisco de Matos, que casou (1831) com Joana Nunes, filha de António Francisco Bornas e de Maria Nunes.
O filho deste casal Francisco/Joana, José de Matos, casou (1857) com Margarida Correia dos Santos, filha de Francisco Ferreira Torres e de Maria Correia dos Santos, e veio a falecer, em 1907, com 71 anos.
Filhos do casal José/Margarida:
- Joaquim de Matos (falecido 1904)
- Manuel Maria de Matos (falecido 1937, com 60 anos), republicano histórico, 1.º Presidente da Junta de Freguesia de Ovar na Primeira República, proprietário do chalet Matos, situado ao sul da praia do Furadouro.
- Maria dos Santos Matos, que casou com Manuel Bernardino de Oliveira Gomes (o filho deste Manuel Bernardino, Francisco de Oliveira Gomes Rareada, nasceu em 1888, casou, em 1910, com Palmira Gomes Pinto, e faleceu, com 89 anos, em 1978).
- Rosa Correia dos Santos (falecido 1886).
- Francisco de Matos, industrial e comerciante, que nasceu a 7 de Setembro de 1869, casou (1900) com Rosa dos Santos Fragateiro Matos, filha de José Fragateiro de Pinho Branco e de Maria Rosa Correia dos Santos, e veio a falecer, a 29 de Março de 1962, com 92 anos.
Filhos do casal Francisco/Rosa:
- José Fragateiro Matos (1907-1953, com 45 anos).
- Maria Fausta Fragateiro Matos (1916-1991), que casou (1945) com Carlos Soares Ferreira Malaquias.
- Maria Celeste Matos de Sousa Lamy (1905-1969, com 64 anos), que casou (1926) com o médico Dr. José Eduardo de Sousa Lamy, que foi Presidente da Câmara Municipal de Ovar (1954-1959).
O filho do casal Maria Celeste/José Eduardo, Dr. Alberto Manuel Matos de Sousa Lamy, advogado, nasceu a 19 de Novembro de 1934; tendo casado (1963) com Rosa Maria Matos Lemos da Veiga Gil Carneiro Lamy, natural de Refojos, concelho de Santo Tirso.

22 - A religião e os pescadores no final da Primeira República

Os homens do mar eram eminentemente religiosos. Vulgarmente as companhas do Furadouro tinham o nome de Deus, de sua Mãe ou de santos: Coração de Maria, Santo André, Santo António, S. Cristóvão, S. Domingos, S. João, S. João Baptista, S. José (duas), S. Lourenço, S. Luís, S. Pedro, S. Vicente, Senhor dos Aflitos, Senhor dos Esquecidos, Senhora de Fátima, Senhora da Graça (duas), Senhora da Piedade, Senhora do Rosário, Senhora da Saúde, Senhora do Socorro e Senhora dos Navegantes.
Foram os pescadores da costa do Furadouro que fundaram a ermida das Areias (S. Jacinto) no século XVI, que ergueram a ermida da Sr.ª do Bom Sucesso (S. Paio da Torreira) no século XVIII, que devem ter construído as Almas do Carregal em 1808, que fizeram melhoramentos na capela de Santo António no princípio do século XIX, capela onde primitivamente chegaram a consertar as suas artes, abuso que lhes foi proibido para todo o sempre a 23 de Setembro de 1716.
Em 1890 as companhas do Furadouro despendiam quantias variáveis, por vezes apreciáveis, no cumprimento de promessas feitas aos santos da sua maior devoção. As promessas resumiam-se, em geral, a azeite para iluminação da ermida do Senhor da Piedade.
As companhas tinham a sua capelania privativa. Assim, a Boa Esperança estabeleceu na praia, em 1906, em capelania para que aos domingos e dias santos os pescadores pudessem assistir à missa antes do trabalho do mar.
Em 1926 a devoção da classe piscatória já tinha diminuído. Segundo o Padre Manuel Lírio (Monumentos e instituições religiosas, 1926), "presentemente deu de mão a toda a prática de religião, vivendo ignorância e boçalidade de crença somente comparável à sua rudeza, devido ao abandono a que estes últimos 30 anos tem sido votada a sua educação religiosa e ainda à indiferença neste negócio dos arrais das companhas. Outrora não havia meia dúzia de pescadores, por assim dizer, que faltassem ao cumprimento dos preceitos da Igreja que em nossos dias raros frequentam. É que então cada companha tinha o seu capelão ou havia um para algumas, os seus donos mandavam celebrar todos os anos solenes exéquias pelos seus homens falecidos e ainda: que nenhum dos seus empregados faltasse ao preceito pascal. Tudo isso caiu há muito em desuso; é que o mau exemplo é contagioso: o desleixo de cima animou a indiferença dos de baixo. O único sinal de devoção que ainda uma ou outra vez dão e nós filiamos num quid de atavismo, embora a um olhar superficial o não pareça, é com o auxílio dos banhistas, a festa do Mar com missa cantada, sermão e procissão com larga cópia de foguetes e andores ao longo da borda e grande arraial diurno e nocturno".
Para Arlindo de Sousa (Vocabulário de Entre-Douro e Vouga: I. Artes de pesca marítima, 1965), "o pescador do Furadouro não conhece outros trabalhos senão os de pesca, canta os seus produtos nas lotas e pelos sete caminhos de Ovar, reza e pragueja, pragueja e reza, e promete, cada ano, um círio da sua altura, ao Senhor dos Navegantes ou a S. Cristóvão, para que os dois santos o livrem das fúrias das águas, quando está cão o mar".

23 - Toponímia do Furadouro na Primeira República (1910-1926).

- Bartolomeu Dias, rua,
A sul da praia do Furadouro, entre a rua Álvares Cabral e a rua das Companhas.
- Cabral, rua Álvares
Rua paralela à avenida dos Bombeiros Voluntários do Porto (avenida Central), ao sul desta.
- Comércio, rua do
Entre a rua Álvares Cabral e a rua dos Mercantéis
- Machado dos Santos, largo
Na sessão de 10 de Outubro de 1910, por proposta do vogal Manuel Pereira Dias, a Câmara deu ao largo D. Maria Pia (anteriormente, largo da Capela do Senhor da Piedade) o nome do fundador da República,
- Patrícios de Lisboa, rua dos
A norte, parte da avenida da República para a avenida Infante D. Henrique.
- República, avenida da
Entre a avenida Tomás Ribeiro, a poente, e as ruas do Pintor Sousa Lopes e Raul Brandão, a nascente;

24 - O pintor Sousa Lopes na praia do Furadouro (1927).

O pintor Adriano de Sousa Lopes (1879-1944), autor do notável tríptico Moliceiros e da famosa teta Ondinas, passou