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1017 | II Série A - Número 033 | 12 de Outubro de 2002

 

Nos meados da década de 40, de colaboração com a Junta Geral da Casa dos Pescadores, construiu-se um bairro piscatório, com 18 fogos, na praia do Furadouro.
Em Agosto de 1970. foram erguidas as primeiras das 20 casas desmontáveis, com água, luz e saneamento, fornecidos através do Fundo de Fomento de Habitação, para os pescadores que perderam os seus palheiros com o avanço do mar no Furadouro.

31- Pesca desportiva (1949)

A pesca desportiva começou a ter adeptos em 1949, na costa do Furadouro, rica em robalo, sargo, linguado e solha.

32 - A iluminação fluorescente (1953)

Em 1953 foi pela primeira vez aplicado no concelho de Ovar, na avenida Beira-Mar, da praia do Furadouro, o sistema de iluminação com lâmpadas Osram, tipo fluorescente; mais práticas e económicas, em braços Cavan.

33 - Cinema na praia do Furadouro (15 de Julho de 1954). Paulo Rocha e o filme "Mudar de vida" (1967)

Desde 15 de Julho de 1954, exibam-se filmes no rinque de patinagem da Assembleia do Furadouro, praia onde, em Junho de 1954, trabalhava vários dias uma equipa de Walt Disney, de Hollywood, documentando-se sobre a arte da xávega.
O segundo filme de Paulo Rocha, Mudar de Vida, estreado a 20 de Abril de 1967, com música de Carlos Paredes, e com os actores Geraldo del Rey, Isabel Ruth e Maria Barroso, decorre na ria e na praia do Furadouro, focando "o problema da erosão marítima que obriga os pescadores a trabalhar uma terra que não conhecem" (Leis de Pina). "Adelino entre o amor passado (Júlia, interpretada por Maria Barroso) e o amor futuro (Albertina, interpretada por Isabel Ruth), personifica uma evolução que vai da companha à industrialização moderna".
Adelino (Geraldo del Rey) é um pescador que volta do Ultramar e descobre que a sua namorada, Júlia (Maria Barroso, aceitou o convite para interpretar este papel, uma mulher do povo, 20 anos depois de ter sido afastada dos palcos do Teatro Nacional por razões políticas), casou com o seu irmão. Albertina vai convencê-lo a deixar de ser pescador, a mudar de vida, o que ele fará, após a morte de Júlia: Mudar de vida "move-se como um baloiço, entre o mar e a terra, entre uma mulher e outra, entre a saudade e a vontade" (Nuno Henrique Luz, na Revista do Semanário, de 9 de Março de 1991).
Um dos filmes - referência do chamado Cinema Novo português, "conta a história das mudanças que começaram a transformar a vida dos habitantes de uma comunidade de pescadores, no Furadouro, perto de Ovar, na década de 60. A região, que dependia exclusivamente do trabalho no mar e na ria, é progressivamente invadida pelas águas, obrigando as suas gentes a emigrar":
O realizador Paulo Rocha nasceu no Porto, a 22 de Dezembro de 1935, filho de Crispim José da Rocha, de S. Vicente de Pereira e de Maria Cândida Alves Soares Malaquias, de Ovar, tendo passado largas temporadas na praia do Furadouro.

34 - A Volta a Portugal (ciclismo) no Furadouro (1956 e 1962)

Uma das etapas da XIX.ª Volta a Portugal (1956) terminou na praia do Furadouro, onde a 30 de Agosto mais de 20 000 pessoas aplaudiram Alves Barbosa a cortar a meta.
Na XXV.ª Volta a Portugal (1962), a etapa Vila Nova de Gaia-Furadouro (135 quilómetros), no dia 5 de Agosto, foi ganha por José Pacheco, do F.C. do Porto, ficando em 2.º lugar João Gomes, da ADO. A 3.ª etapa (circuito do Furadouro), com 9 quilómetros, teve como vencedores ex-aequo José Pacheco, do F.C. Porto, e Lima Fernandes; do Alpiarça.

35 - A nova paróquia de S. Pedro (14 de Outubro de 1967) - o Padre António Fernando Lopes Ferreira (10 de Outubro de 1967 a 1969) e o Abade Aníbal Duarte Pereira (desde 8 de Novembro de 1969)

A 14 de Outubro de 1967 D. Florentino de Andrade e Silva, Administrador - apostólico da diocese, nomeia o Padre António Fernando Lopes Ferreira capelão autónomo para dar, condições de vida à paróquia em formação na zona poente da freguesia de Ovar, com sede no lugar do Carregal. A zona poente de Ovar (S. Pedro) abrange os lugares do Carregal, Furadouro, Marinha e Torrão de Lameiro.
O primeiro Abade da paróquia de S. Pedro de Ovar, Padre António Fernando Lopes Ferreira (10 de Outubro de 1967-1969), abandonou o lugar por motivos de saúde.
Sucedeu-lhe o Abade Aníbal Duarte Pereira, desde 8 de Novembro de 1969. O Padre Aníbal nasceu no lugar de Guilhovai, da freguesia de S. João de Ovar, a 9 de Dezembro de 1930, filho de José Duarte Pereira e de Maria Fernandes Almeida, tendo sido ordenado presbítero na Sé do Porto, por D. António Ferreira Gomes, a 5 de Agosto de 1956, rezando a sua missa nova na Igreja de Ovar, a 15 desse mesmo mês.
O novo abade, solicitado por muitos dos seus paroquianos, realizou a partir de 9 de Dezembro de 1969 uma novena durante 9 dias, pelas 21 horas, novena que iniciando-se na Capela Nova se transformava em procissão de velas e terminava na praia, sendo então dada benção ao mar perante uma imagem de N.ª Sr.ª de Fátima, do cimo da alta e já então meia desfeita duna do extremo sul; na presença de centenas de pessoas.
O Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, visitou a 4 de Maio de 1970 a nova capela do Furadouro, percorrendo depois a nova paróquia do Carregal até ao seu extremo sul.

36 - A terceira Capela do Furadouro (28 de Julho de 1968)

A construção da actual Capela da praia do Furadouro teve início a 27 de Junho de 1966, e a primeira missa foi rezada pelo Abade António Lopes Fernandes, sem pompa, a 28 de Julho de 1968.
Em 1948 o vice-presidente da Câmara tinha organizado uma comissão destinada a erigir, em lugar seguro, uma nova e ampla capela; e, a 4 de Agosto de 1955, o Bispo auxiliar do Porto, D. Florentino de Andrade e Silva, presidira à benção da primeira pedra para o novo templo, cerimónia litúrgica que teve a assistência das autoridades civis e religiosas.
De 1959 a 1968, a missa no Furadouro foi celebrada no edifício da antiga fábrica de conservas Varina.
A capela, projecto do arquitecto Januário Godinho de Almeida, natural da freguesia de Válega e construída por António Silvina, está situada nos novos arruamentos, ao norte da praia, tendo a configuração de um peixe, e lembrando, a estrutura do telhado, o cavername de um barco. Tem uma torre sineira à ilharga.