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17 | II Série A - Número: 035 | 13 de Janeiro de 2007

a Quinta do Bosque, a Quinta do General e todo o património arquitectónico particular em que o mármore abunda em formas artísticas que é preciso preservar.
Os dados históricos e patrimoniais aqui incluídos constam no PDM de Borba.

1 — O Castelo: O castelo ou cerca medieval da vila de Borba, foi fundado por D. Dinis no ano de 1302. Está classificado como imóvel de interesse público pelo Decreto-Lei n.º 41191, de 18 de Julho de 1959. Dispõe-se em planta quadrilateral e a sua construção obedeceu ao sistema corrente das fortificações similares da região, de grossa alvenaria com espesso muro de altura normal, coroado por merlões góticos e de largo adarve que corria por toda a muralha. O fosso, pouco profundo, desapareceu com a construção do casario que se foi acumulando na face exterior. As únicas portas conhecidas dos historiadores são a Porta do Celeiro, a sul, e a Porta de Estremoz, a ocidente. Ambas se encontram desprovidas dos arcos góticos e respectivos passadiços. A porta do Celeiro, actualmente constituída por um único torreão, dá acesso à Rua Rodrigo da Cunha Ferreira, na qual existiu uma lápide latina referente a Júlio César. A porta de Estremoz dá acesso à Rua Maria de Borba. Esta fortificação sofreu a última grande transformação depois do terramoto de 1755, quando da construção da Torre do Relógio, de secção rectangular, de pedra do sítio e rematada por cúpula bolbosa, embandeirada.

2 — Paços do Concelho: Desconhecemos a localização da primitiva câmara da vila de Borba, que, a exemplo de outras terras fortificadas, se situava dentro das muralhas e, segundo alguns autores em dependências contíguas às Torres de Menagem e do Relógio. Mais tarde, e até 1797, o Senado funcionou num imóvel da Praça D. Carlos, hoje chamada Praça do Povo, defronte do Castelo.
Hoje em dia a Câmara funciona em lugar fronteiro à Praça da República, num edifício de dois pisos e dividido em três corpos formando um «U», respeitando um critério que na arquitectura civil portuguesa era frequente desde o século XVII. As paredes são de grossa alvenaria, em grande parte aproveitada dos derrubados muros do Castelo.
O telhado é de quatro águas, donde rompem regulares mansardas de falsa platibanda e de aberturas emolduradas dentro da tradição pombalina. Os quatro cunhais angulares são decorados nos acrotérios por elegantes pináculos em mármore que, juntamente com as mansardas, quebram a monotonia aparente das coberturas. As aberturas das faces laterais são de peitoril, mas as da fachada principal, fronteira à Praça da República, compreensivelmente a mais rica do edifício, ostenta três portais do r/c e sete balcões de sacada no primeiro andar.

3 — Fonte das Bicas: A Fonte das Bicas é o mais notável monumento civil da vila, e no seu género e época, dos mais belos do País. Se há monumento que sirva de ex-libris à vila de Borba, há-de ser a Fonte das Bicas a tomar primazia.
Localizada na Praça da República, esta monumental fonte foi edificada em 1781, a expensas do município, e consagrada aos reis consortes D. Maria I e D. Pedro III, deve-se ao risco do engenheiro José Álvares de Barros e aos escultores António Franco Painho e um dos irmãos Velez, artista de Borba. Está classificada como Monumento Nacional segundo o decreto-lei de 16 de Junho de 1910. A actual Fonte das Bicas sucedeu a outra com o mesmo nome que ficava sensivelmente onde se encontram plantados os copados plátanos da Praça da República, portanto mais próxima da Igreja Matriz. A monumental fonte, toda construída em mármore branco de Montes Claros, assenta em passadeira lajeada e dois degraus recurvos, estando protegida por labirintos de balaústres em pedra e gradeamento férreo. A fonte dispõe de cinco carrancas: três servindo a taça principal e duas as taças laterais, mais pequenas. Encimando as taças laterais, rompem os bustos dos monarcas reinantes, D. Maria I e D. Pedro III, sendo o de D. Maria I o da nascente dos Finados. O elevado frontispício, ligeiramente arredondado, é dividido por quatro pilastras guarnecidas de grinaldas em alto relevo, presas a laços de estilo Luís XVI. Ao centro ostenta a efígie da Rainha D. Maria I, em formoso medalhão elipsóide. A cornija, ornamentada por quatro pináculos flamejantes, ostenta em posição frontal e em destaque, o escudo coroado da Casa Real Portuguesa. A face posterior do frontispício, mais sóbria, conserva na cimalha o brasão de armas da vila de Borba na sua expressão primitiva. Nas laterais da fonte e integrado no complexo, situa-se o vasto lago disposto em rectângulo, de elevados muretes de alvenaria e de rebordo marmóreo que se prolonga pelo jardim municipal de frondoso arvoredo. Acompanhando a margem sul do lago, localiza-se o chafariz do gado e outro tanque mais pequeno, o antigo lavadouro público, tudo em mármore branco.
Estes elementos são separados por um lancete de escadas que dá acesso ao rebordo do lago.

4 — Igreja Matriz de Nossa Senhora do Soveral ou de Nossa Senhora das Neves: A Igreja Matriz de Borba foi fundada em 1420, conforme atesta a lápide de mármore de caracteres góticos existente no seu interior, incrustada na parede do lado direito, junto à Capela da Conceição.
O actual edifício, do terceiro quartel do século XVI, está isolado do casario e a sua fachada principal assenta em vasto adro de degraus marmóreos.