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16 | II Série A - Número: 035 | 13 de Janeiro de 2007

Criação e evolução do concelho

Em 1217, no reinado de D. Afonso II, é tomada aos árabes pela Ordem Militar de Avis. D. Dinis atribui-lhe foral em 1302. A área do concelho (circunscrita no foral) era bastante inferior aos actuais limites. Faltava-lhe quase toda a área correspondente à freguesia de Rio de Moinhos (pertença do concelho de Estremoz, à altura). Contudo, possuía duas pequenas parcelas das freguesias de Terrugem (Elvas) e dos Arcos (Estremoz). O barbo foi escolhido como distintivo do concelho, na altura de concessão do foral. Foi também D. Dinis quem promoveu o amuramento acastelado da povoação. O castelo dispunha-se em planta quardrilateral e a sua construção obedeceu ao sistema corrente das fortificações similares da região. De grossa alvenaria, tinha amuramento espesso em altura normal, coroado por merlões góticos e de largo adarve que corria a muralha. O fosso, pouco profundo, desapareceu com a construção do casario que se foi desenvolvendo na face exterior. Pelos inícios do século XVIII o governo militar da província determinou envolver a vila por um campo entrincheirado, com fossos, estacaria e estradas cobertas, obra que foi apenas esboçada e de que ainda existiam vestígios em 1766. Do castelo, edificado ou remodelado do século XIII, conserva-se a torre de menagem e duas portas, a de Estremoz e a do Celeiro.
Pouco se sabe de Borba do período que medeia entre a concessão de foral (reinado de D. Dinis) e o final do reinado de D. Fernando. A principal causa desta lacuna parece ser a destruição do cartório da Câmara, por D. João de Áustria, quando tomou o castelo, durante a Guerra da Restauração. Foram tempos difíceis para o concelho e, nos anos da crise de 1383-1385, a vila sofreu uma forte ruína com a passagem das tropas inglesas do Duque de Lencaster, que, acolhido como aliado e amigo, procedeu como em país conquistado, ultrajando, espoliando e roubando os alentejanos. Finda a crise, Borba é doada (com outras terras alentejanas) a D. Nuno Álvares Pereira.
O século XV corresponde a grande período de expansão. Tal como sucedeu por todo o país, com os Descobrimentos Portugueses, Borba viu a sua população prosperar, em número e riqueza. No reinado de D.
Manuel, em 1512, é-lhe atribuído novo foral (a 1 de Junho).
Com o domínio filipino, a Guerra da Restauração e as sistemáticas incursões das tropas castelhanas, comandadas por D. João de Áustria, o concelho arruinou-se e perdeu população. Desta altura fica a memória de um acontecimento notável da nossa história, o enforcamento do governador do castelo, Rodrigo da Cunha Ferreira, e de mais dois capitães portugueses da guarnição, no verão de 1662, após a invasão vitoriosa do exército de D. João da Áustria. Este terá mandado cometer o atroz acto como vingança pela morte de três capitães, um sargento e 20 soldados das suas forças, além de 50 feridos. A memória dos povos guardou a efeméride na tradição toponímica, com a «Rua dos Enforcados», que passou depois a chamar-se Rua Direita.
Não contente com a sua represália, D. João da Áustria mandou ainda incendiar os Paços do Concelho e o cartório municipal, perdendo-se todos os manuscritos antigos da história de Borba.
Em 1665 Borba esteve ocupada por três regimentos de infantaria e um terço de cavalaria e a população sofreu novamente o pânico da terrível invasão, que desmoronou no campo de Montes Claros, com a derrota dos exércitos de Filipe IV.
A Batalha de Montes Claros (a 17 de Junho de 1665) travada em solo borbense marca a derrota dos castelhanos nas Guerras da Restauração. Pela vila e concelho são inúmeros os elementos alusivos à Batalha e ao comandante das tropas portuguesas, o Marquês de Marialva.
Assinada a paz, o concelho de Borba prosperou. Activou-se a cultura dos cereais, aumentou-se a área de olival e multiplicaram-se os vinhedos, firmando-se mais no País a já antiga fama dos seus vinhos. Desta época, salientam-se as construções da Fonte das Bicas, os Paços do Concelho e vários palácios.
O princípio do século XIX marca, para Borba, uma fase de infortúnios com a primeira Invasão Francesa.
Durante a Guerra Peninsular levantou-se em Borba um grupo de milicianos que figurou na defesa de Évora, em 29 de Junho de 1808. Pouco depois, entre 1809 e 1811, na vila alojou-se uma brigada escocesa do exército anglo-luso, de Beresford.
Pela reforma administrativa de 1834 os limites concelhios foram alterados com a anexação da freguesia de Rio de Moinhos e perda de pequenas áreas das localidades de Arcos e Terrugem.
Em 1895 o concelho foi extinto e anexado a Vila Viçosa. No entanto, é restaurado três anos mais tarde, pelo decreto de 13 de Janeiro de 1898.

Património

Natural ou construído, o património existente, no concelho de Borba, é rico. Pequenos pormenores e a beleza das linhas fazem a diferença. Na zona alentejana dos mármores aquilo que marca a paisagem são as pedreiras, a vinha, as oliveiras, os pomares, a terra castanha e fértil, as lagoas e albufeiras. As casas brancas, as ruas limpas de se poder olhar com prazer. Os montes, as elevações, a Serra d'Ossa. Os povoados que salpicam de pontos brancos a paisagem. O património construído é ele mesmo também diversificado e instituído por marcos assinaláveis. A Fonte das Bicas, a muralha medieval da vila, os «Passos» da Via Sacra, o Convento das Servas, as igrejas e ermidas, o monumento alusivo à Batalha de Montes Claros, o Convento e