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261 | II Série A - Número: 026 | 10 de Novembro de 2008

qualidade da previsão piora com um alargamento do horizonte de previsão, uma vez que mais informação fica disponível à medida que o horizonte se previsão diminui.10 Consequentemente, é natural esperar que a precisão das previsões elaboradas na Primavera/Verão e para o ano seguinte (como é o caso das previsões da OCDE e da CE para Portugal aqui apresentadas) seja menor do que as das previsões elaboradas no Outono do mesmo ano. Atendendo à elevada incerteza prevalecente, bem como ao facto de a intensificação da crise financeira ter ocorrido em meados de Setembro, apenas as previsões do FMI e as do Governo português incorporam já essa nova informação. Consequentemente, devido a estas circunstâncias excepcionais, apenas fará sentido comparar a actual previsão do Governo da República com a do FMI.11

1.25 A estimativa governamental de crescimento do produto para 2008 tem como hipótese um valor previsto para o crescimento da área do euro (1,3%) idêntico ao da previsão intercalar da CE, de 10 de Setembro de 2008, ou seja ainda antes do agravamento dos efeitos sistémicos sobre o sistema financeiro despoletados pela falência do Lehman Brothers em 15 de Setembro; esse valor é também coincidente com a previsão do FMI de Outubro. O mesmo se verifica quanto à previsão de inflação do conjunto da área do euro (3,6%). Já os valores assumidos pelo Governo para o barril de Brent e para a taxa de câmbio do euro são inferiores ao utilizado na previsão da CE, em linha com os desenvolvimentos entretanto verificados nos mercados.12 1.26 O FMI prevê que o crescimento português desacelere para 0,6% em 2008 e 0,1% em 2009.
A previsão governamental para o crescimento económico para 2009 encontra-se assim 0,5 p.p.
acima do previsto em Outubro pelo FMI. Contudo, pelo facto de o FMI não apresentar o valor previsto para as diversas variáveis que compõem o PIB na óptica da despesa (consumo, investimento e exportações líquidas), não é possível analisar os factores explicativos dessa discrepância de previsões.

1.27 Quanto às hipóteses relativas às condicionantes externas assumidas pelo Governo na sua previsão para 2009, quer a previsão de crescimento da área do euro, quer a previsão de inflação referente a essa área são praticamente idênticas às previsões do FMI de Outubro. Relativamente a 2008, o Governo assume uma depreciação nominal de 6,8% do euro face ao dólar (evoluindo o valor do euro de $1,48 em 2008 para $1,38). A depreciação nominal assumida para a moeda tende, caso se traduza numa depreciação efectiva real e estando reunidas certas condições (restritivas), a ter um efeito benéfico sobre o saldo da balança comercial.

1.28 Relativamente à inflação, o Governo prevê 2,9% em 2008, ou seja mais 0,5 p.p. do que em 2007, e uma redução para 2,5% em 2009. O FMI prevê 3,2 e 2% para 2008 e 2009, respectivamente.
Quanto à taxa de desemprego prevê-se para 2008 uma redução de 0,4 p.p. face a 2007 (8%) e a manutenção dessa taxa em 2009 (7,6%). O FMI prevê uma taxa idêntica para 2008 (7,6%) e um ligeiro agravamento deste indicador (para 7,8%) em 2009. 10 Muito recentemente, a OCDE concluiu que a qualidade das previsões da Primavera para o ano seguinte têm sofrido uma tendência mais substancial para sobre-estimarem a evolução do PIB. Ver Vogel, Lukas (2007), How do the OECD growth projections for the G7 economies perform? A post-mortem, OCDE WP n.º 572.
11 A Comissão Europeia (CE) irá divulgar as previsões do Outono a 3 de Novembro de 2008. 12 Medido em euros, a CE assumia um preço do barril de petróleo de € 75,6, o Governo assume €69,3: