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22 | II Série A - Número: 176 | 7 de Maio de 2012

No consumo privado, fruto da forte deterioração do rendimento disponível das famílias e da evolução do mercado de trabalho, espera-se uma quebra de 6,3% em 2012. Para 2013, este agregado deverá registar uma significativa recuperação, apesar de se manter ainda em variação negativa (-0.7%).
Por sua vez, estima-se que o consumo público, na sequência das medidas de consolidação orçamental que têm vindo a ser adotadas pelo Governo, registe uma contração de cerca de 3,2% em 2012 e 2,9% em 2013.
Prevê-se, igualmente, uma quebra de 9,8% na formação bruta de capital fixo em 2012 (-11,4% no ano transato), refletindo a manutenção de condições restritivas financiamento do sector privado e a diminuição do investimento público. No período de 2013 a 2016 estima-se uma aceleração dos níveis de investimento, sendo ainda negativa em 2013 (-0,6%) e atingindo os 3,9% em 2016. As exportações de bens e serviços deverão continuar a apresentar um comportamento favorável com um crescimento de 3,4% em 2012, um valor que representa um abrandamento face aos níveis de 2011. Em 2013 estima-se um crescimento de 5,6%, beneficiando da evolução prevista para a procura externa dirigida à economia portuguesa em especial por parte dos países emergentes que compensará alguma desaceleração já sentida desde meados de 2010 na procura de países da área do Euro. A partir de 2013, o consumo privado manter-se-á com taxas de crescimento relativamente baixas por força do reajustamento esperado por parte das famílias e do moderado crescimento do seu rendimento disponível (a evolução positiva tem o seu início em 2014). O crescimento do consumo público, atendendo às metas de contenção orçamental estabelecidas, manter-se-á negativo em todo o horizonte de projeção. Já o investimento deverá apresentar taxas de crescimento positivas a partir de 2014, fruto da recuperação da atividade económica e da melhoria prevista no que respeita às restrições de financiamento da economia portuguesa.
A continuação do bom desempenho das exportações e o crescimento moderado das importações, a partir de 2014, deixa antever que as necessidades de financiamento da economia portuguesa face ao exterior continuem a diminuir, em grande parte devido à melhoria dos défices da balança de bens e de serviços, o qual, mais do que compensa o agravamento previsto para o défice da balança de rendimentos primários.
Projeta-se, assim, para 2013, um défice marginal deste agregado e em 2016 o saldo conjunto das balanças corrente e de capital registe um excedente na ordem dos 4,9% do PIB.
Este é um dos principais ajustamentos ocorridos na economia portuguesa na sequência do programa de ajustamento iniciado em 2011: a melhoria do saldo da Balança Corrente e de Capital. De salientar que este agregado foi historicamente negativo e que fruto do PAE se projeta que se torne excedentário (de forma consolidada) e desta forma permita diminuir o elevado nível de endividamento externo (medido pela posição internacional de investimento em % do PIB).