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23 DE MARÇO DE 2016 13_____________________________________________________________________________________________________________

DIAGNÓSTICO ECONÓMICO E SOCIAL

No quadro da programação de políticas públicas assume relevância crucial a

identificação da real situação da economia e sociedade portuguesas para sobre elas atuar

de forma adequada.

A economia portuguesa exibe uma preocupante redução no investimento, a que não é

alheia a redução da taxa de poupança que se observou desde o período anterior à entrada

na área do euro. A economia portuguesa não conseguiu evitar uma desaceleração lenta,

mas sustentada, da produtividade total dos fatores, que se iniciou em finais da década de

80. A queda da taxa de poupança atingiu valores preocupantes no auge da atual crise.

Em 2012, perante o aumento galopante do desemprego, a taxa de poupança das famílias

caiu para 6,9 % do rendimento disponível. Os valores mais recentes divulgados pelo

Instituto Nacional de Estatística, I. P. (INE, I. P.), para o 3.º trimestre de 2015, colocam

a taxa de poupança das famílias em apenas 4% do rendimento disponível.

Na década anterior à crise internacional (2007/2008) verificou-se uma retração do

crescimento económico em todos os países da Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Económico (OCDE). Em resultado da emergência asiática, verificou-

se uma maior concorrência para as exportações de produtos industriais e uma subida dos

preços das matérias-primas no mercado internacional. Portugal, com uma especialização

marcada por uma estrutura de produção próxima da dos países emergentes, foi

particularmente afetado. Num período inicial o país beneficiou do choque positivo da

entrada de fundos europeus e do acesso preferencial a um mercado de 400 milhões de

consumidores, que beneficiava de alguma proteção. Contudo, Portugal assistiu à gradual

degradação da sua posição, com a progressiva abertura do mercado único aos novos

países membros da União e aos grandes produtores mundiais, em particular nos sectores

tradicionais de especialização do país. A adoção do Euro, que se revelou uma moeda

particularmente forte, reforçou os problemas de competitividade das exportações

nacionais. Hoje, Portugal tem de reafirmar a sua competitividade num mercado mais

aberto e exposto à concorrência global.