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II SÉRIE-A — NÚMERO 61 16_____________________________________________________________________________________________________________

Desde 2010, o produto interno bruto (PIB) diminuiu em termos reais 6%, um

desempenho pior em cerca de 9 pontos percentuais ao registado na UE28 e 7,2 pontos

pior do que o verificado na Zona Euro, agravando assim de forma significativa a

divergência face ao espaço onde Portugal está inserido.

No mesmo período, a produtividade total dos fatores permaneceu quase constante,

registando também um desempenho pior do que o verificado quer na Zona Euro, em que

aumentou 0,5%, ou no conjunto da UE28, em que aumentou 1,2%.

Este desempenho traduziu-se numa diminuição, em mais de 7%, do rendimento

disponível bruto das famílias no mesmo período, provocando uma regressão

significativa neste indicador.

O reequilíbrio das contas externas foi um dos grandes objetivos do programa de

ajustamento implementado, pois só essa correção permitiria aumentar a capacidade de

financiamento da economia e reduzir o endividamento. Pretendia-se promover uma

aceleração do crescimento das exportações e assegurar um contributo positivo da

procura externa líquida para o crescimento do PIB com uma alteração da estrutura da

economia, corrigindo o excessivo peso dos bens não transacionáveis na economia

portuguesa. Assistiu-se de facto a uma correção acelerada dos desequilíbrios externos,

apresentando a economia portuguesa um saldo positivo da balança corrente e de capitais

desde o final de 2012. Infelizmente, essa correção não resultou da aceleração das

exportações, nem corresponde a uma correção estrutural, ficando a dever-se muito à

compressão significativa da procura interna, com níveis de investimento e de consumo

de bens duradouros muito baixos, e a uma redução do preço dos bens energéticos, que

permitiu que as importações de bens e serviços estivessem, no final de 2014, e em

termos nominais, abaixo do valor registado em 2011. No final de 2015, as importações

estão, no entanto, a um nível superior ao do anterior máximo, o ano de 2008, o que

levanta sérias reservas à interpretação estrutural sobre a melhoria do saldo da balança

corrente.