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II SÉRIE-A — NÚMERO 61 14_____________________________________________________________________________________________________________

As dificuldades económicas do país não são um exclusivo da primeira década deste século. A desaceleração da produtividade começou no final da década de 80, após o

impacto inicial da abertura à UE com os fluxos comerciais e de fundos europeus. A

economia portuguesa entrou na UE com importantes atrasos estruturais, ao nível das

qualificações, intensidade capitalística, infraestruturas, capacidade tecnológica e

funcionamento das instituições e mercados. Apesar do progresso realizado nas duas

primeiras décadas de integração, os resultados foram insuficientes e muitos destes

atrasos persistiam e contribuíram para fragilizar a situação portuguesa face à crise

internacional. A esta situação, acresciam outros problemas, como a quebra de natalidade

e o envelhecimento.

Na atual fase, os dois maiores instrumentos competitivos da economia portuguesa

decorrem de investimentos materializados antes da crise financeira de 2008: o capital

humano disponível e as infraestruturas e instituições. Nenhum destes ingredientes

estava disponível nos anos 80. Em 1980 apenas 2 % dos trabalhadores das empresas

privadas tinham licenciatura. Em 2010 já eram cerca de 16%. Entre os mais jovens a

percentagem de licenciados aproximou-se dos padrões europeus. A qualidade da

educação tem também vindo a aumentar, fruto dos investimentos realizados na última

década, tal como demonstram os instrumentos comparativos internacionais, como os

testes PISA, ainda que alguns destes progressos tenham sido postos em causa no

período recente, como demonstram os indicadores de insucesso escolar.

Não se pode correr o risco de voltar a perder a corrida da tecnologia. No passado, a

ausência do País dessa corrida contribuiu para a baixa produtividade e custou-lhe

sucessivas vagas de emigração e um aumento enorme da desigualdade entre

portugueses.