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18 DE JUNHO DE 2016 47

Após um excedente de 2,5% em 2013, a economia portuguesa registou, em 2014, uma capacidade de

financiamento face ao exterior de aproximadamente 3.304 milhões de euros, equivalente a 1,9% do PIB. Para

este saldo contribuíram positivamente todas as balanças, à exceção da balança de rendimentos primários (-

1,1%), sendo de salientar a manutenção de um excedente na balança de bens e de serviços (0,5%, -0,4 p.p.

face a 2013), apesar da deterioração da balança de bens, associado ao aumento das importações.

Fonte CGE 2014 p. 24

O Parecer da UTAO refere também, em síntese, que após três anos consecutivos de recessão, o ano de

2014 foi marcado pela recuperação da atividade económica, observando-se um crescimento do PIB real de 0,9%

em linha com o crescimento da área do euro e com a generalidade das previsões. Afirma o Parecer que esta

recuperação assentou no contributo positivo da procura interna, que compensou o contributo negativo das

exportações líquidas, representado uma inversão face à composição do crescimento económico dos anos

anteriores. Apesar da evolução menos positiva das exportações líquidas em termos reais, continuou a verificar-

se uma capacidade líquida de financiamento da economia portuguesa face ao exterior, beneficiando, em grande

medida, da diminuição do preço do petróleo e dos consequentes ganhos de termos de troca. Acrescenta ainda,

que ao longo do ano, o contexto macroeconómico demonstrou-se em termos genéricos em linha com as

previsões, tendo contudo sido revisto em alta o contributo positivo da componente doméstica, em particular do

consumo privado, em contrapartida com a revisão em baixa das exportações. Ao nível do mercado de trabalho,

registou-se uma diminuição da taxa de desemprego, tendo ficado muito abaixo do previsto no Orçamento do

Estado.

1.3. Análise Sectorial - Representação Externa (PO05)

Da análise da Conta Geral do Estado de 2014 podemos constatar que o orçamento consolidado do Ministério

dos Negócios Estrangeiros (MNE) registou em 2014 uma taxa de execução de 95,9%, o equivalente a 343,1

milhões de euros. O orçamento corrigido situou-se nos 357,8 milhões de euros, refletindo reforços provenientes

de créditos especiais (38,9 milhões de euros), de reforços orçamentais, incluindo o decorrente do 2.º Orçamento

Retificativo tendo em vista o cumprimento do disposto no Acórdão do Tribunal Constitucional relativamente aos

vencimentos do pessoal da Administração Pública (7,3 milhões de euros), e de descativações ao orçamento do

Ministério (2,3 milhões de euros).