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15 DE OUTUBRO DE 2018

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Os anos de 2017 e 2018 consolidaram também um novo paradigma de investimento e exportações em

Portugal, centrado no incremento da competitividade, na atratividade do País como centro de negócios (TOP 30

do Ranking Doing Business), na inovação tecnológica e em elevados níveis de VAB – com o surgimento de

clusters industriais de ponta ou o reforço do investimento em centros de serviços partilhados e centros de

competências.

A natureza e o dinamismo do tecido exportador também se alteraram nos últimos anos, com a consolidação

de uma base exportadora mais alargada e com maior diversificação de mercados, o aumento da qualidade dos

produtos e a melhoria da reputação dos setores industriais tradicionais, o maior peso dos produtos de alto valor

acrescentado e com componente tecnológica, e a criação de startups com forte orientação internacional. O peso

das exportações de alta tecnologia no total das exportações, aumentou em 19% face ao valor verificado em

2015.

É de salientar que os últimos dados oficiais do inquérito ao potencial científico e tecnológico nacional (IPCTN

2017; DGEEC), mostram que a despesa total em I&D cresceu 175 milhões de euros e atinge 1,33% do PIB em

2017, reforçando a tendência de crescimento verificada desde 2016 e a convergência com a Europa. Este

aumento tem sido sobretudo expressivo nas empresas – 12% entre 2016 e 2017 – e representa agora mais de

metade da despesa nacional em I&D. Ainda neste contexto, a contratação de investigadores pelas empresas

cresce 11% entre 2016 e 2017, com o número de investigadores na população ativa a crescer para 8,5‰ em

2017 (situava-se em 8,0‰ em 2016 e 7,4‰ em 2015). O número de investigadores cresceu a uma taxa anual

de cerca 6% no ensino superior desde 2015.

Adicionalmente, o número de doutorados em empresas a realizar atividade de I&D que beneficiam de apoio

(através do SIFIDE) cresceu 30% desde 2015 e mais de 10% entre 2016 e 2017, sendo que o número de

empresas com atividades de I&D que beneficiam destes apoios para contratar investigadores doutorados

aumentou 37% desde 2015, incluindo cerca de 290 empresas em 2017.

Por outro lado, o Painel Europeu de Inovação 2018 continua a demonstrar uma melhoria geral nos resultados,

com as dimensões «ambiente propício à inovação» e «inovadores» a apresentarem evoluções muito positivas.

O inquérito CIS às empresas mostra, neste âmbito, uma melhoria nos 6 indicadores de controlo entre 2014 e

2016, com as PME inovadoras a mostrarem os melhores resultados.

Importa, por isso, continuar a atuar ao nível dos fatores críticos da competitividade da economia portuguesa

que mais afetam o crescimento potencial do produto, nomeadamente a existência de baixos níveis de

produtividade e competitividade da economia nacional, decorrente da redução dos níveis de investimento, de

um baixo perfil de especialização produtiva e de um nível inadequado de competências da população; e o fraco

desempenho na cooperação entre as entidades do sistema de ciência e inovação e as empresas, e na

transferência e comercialização do conhecimento.

Neste contexto, o desenvolvimento científico e tecnológico, a cooperação entre ciência e as empresas e a

transferência de conhecimento para a economia, são encarados como desafios centrais para alavancar as

atividades de I&D em Portugal, bem como a tradução dessa colaboração em conhecimento aplicável a novos

produtos, processos e organizações. Assim, as medidas a concretizar na promoção da I&D e da Inovação,

continuam a organizar-se em quatro eixos, que têm por objetivo:

 Reforçar o investimento em ciência e tecnologia, democratizando o conhecimento e inovação e

incentivando a cooperação com associações empresariais, clusters e empresas;

 Renovar as atividades existentes através da inovação, adaptação tecnológica e da melhoria das

capacidades de gestão;

 Promover o potencial criador de novas empresas, novos empreendedores e novas ofertas;

 Estimular a integração não assimétrica de empresas e instituições em cadeias de valor internacionais,

favorecendo a internacionalização do conhecimento e da economia portuguesa.

Reforçar o Investimento em Ciência e Tecnologia, Democratizando o Conhecimento e Inovação e

Incentivando a Cooperação com as Empresas

A criação de condições favoráveis ao desenvolvimento da atividade científica e à sua democratização,

consolidando não só os mecanismos de promoção do emprego científico e do incentivo à qualificação avançada

dos recursos humanos, mas igualmente o desenvolvimento de um ambiente institucional propício à transferência