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17 DE ABRIL DE 2019

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consulta de Ortopedia. Nem é aceitável que se espere 135 dias por uma cirurgia prioritária de doença oncológica

em Urologia, ou 820 dias por uma consulta de Obesidade, ou 586 dias por uma consulta de Pneumologia. Não

podemos aceitar que um doente tenha de esperar mais de 4 anos e meio por uma consulta de Urologia (1775

dias), ou que se espere 1070 dias por uma consulta prioritária de Ortopedia. Nem que se espere 306 dias por

uma cirurgia vascular, 414 dias por uma cirurgia de Otorrinolaringologia ou 1063 dias por uma cirurgia da

obesidade. Estes tempos de espera não demonstram qualidade na resposta, muito pelo contrário.

Para tentar conseguir dar resposta às necessidades, os Conselhos de Administração são obrigados a

recorrer à prestação de serviços, para poder ter as escalas preenchidas, o que aumenta em muito a fatura a

pagar. As prestações de serviços são muito mais dispendiosas, mas o Governo não dá alternativa aos hospitais.

O Governo alega que quer reduzir o recurso às prestações de serviços, o que nos parece, evidentemente, muito

bem. Mas com o Ministério das Finanças a não autorizar contratações, como seria previsível, os gastos em

contratações externas não param de aumentar. Entre 2016 e novembro de 2018, o Governo gastou 290,5

milhões de euros na contratação de médicos tarefeiros:

E os gastos com horas extraordinárias também disparam em 2018. A despesa dos hospitais com trabalho

extraordinário e suplementos disparou até novembro de 2018. Face ao período homólogo (2017), são mais 265

milhões de euros, para um total de 568 milhões pagos em horas extra:

Desde junho de 2018 que, todos os meses, os hospitais gastam mais de 50 milhões de euros em trabalho

extraordinário e suplementos.

E o problema não acaba aqui porque, como o orçamento dos hospitais não chega, para poderem ter recursos

humanos e garantir a assistência aos utentes, os hospitais não pagam aos seus fornecedores e, como

demonstramos acima, as dívidas não param de crescer. Os orçamentos dos hospitais não são adequados às

necessidades, estão muito aquém das necessidades e o Governo, com a conivência do BE, do PCP e do PEV,

nada faz a este respeito.

E quando olhamos para a atualização de 2019 do Programa Nacional de Reformas (PNR) 2016-2023,

deparamo-nos, mais uma vez, com medidas pouco ambiciosas para a área da Saúde, com um discurso

repetitivo, revelador da pouca e fraca estratégia do Governo nesta área e demonstrativo de que, ao contrário do

que apregoa publicamente, a Saúde não é uma área prioritária, o que, mais uma vez, nos levanta enormes

reservas. De referir que a esmagadora maioria das medidas elencadas para esta área estão por implementar

290,5

97,8

98,1

94,6

2016 - nov/18 2016 2017 nov/18 YTD

SNS – GASTOS COM CONTRATAÇÕES EXTERNAS EM MILHÕES DE EUROS

1.141

270

303

568

2016-2018 2016 2017 2018

SNS – GASTOS COM HORAS EXTRAORDINÁRIAS EM MILHÕES DE EUROS