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23 DE ABRIL DE 2019

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2. Economia Portuguesa e Finanças Públicas: Evolução

Em 2017, a economia mundial cresceu 3,8%, aproximando-se do nível de crescimento de antes da crise

financeira de 2008 (média de 4,2% entre 1997 e 2007). Este crescimento verificou-se devido à aceleração das

economias dos EUA e do Japão e em menor grau da União Europeia e do conjunto da área do euro. A economia

do Reino Unido abrandou, o crescimento do PIB em 2017 foi o mais baixo dos últimos cinco anos, devido à

continuação da incerteza quanto à concretização da saída deste país da União Europeia («Brexit»).

Na área do euro a economia também melhorou, o PIB registou um crescimento de 2,4% em 2017, o mais

elevado desta década, as exportações cresceram (de 3,4% em 2016, para 5,1% em 2017) devido à solidez da

procura externa, proveniente da retoma da economia mundial. O investimento continuou moderado. O consumo

privado também manteve um crescimento moderado, beneficiando da melhoria das condições no mercado de

trabalho e dos progressos alcançados em termos de redução do endividamento das famílias. O emprego cresceu

de forma robusta, registou um aumento de 1,6%, em média, em 2017 e a taxa de desemprego desceu para

8,6% em dezembro de 2017.

Em Portugal o PIB registou um aumento de 2,7% em 2017. O crescimento económico em Portugal deveu-se

sobretudo à dinâmica do investimento e a uma ligeira aceleração do consumo privado. A procura externa líquida

apresentou um contributo ligeiramente negativo.

O investimento (Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF)) registou um crescimento de 9,2% em 2017, mais

7,7 p.p. do que em 2016, e com todas as componentes a contribuírem positivamente para esta evolução. Ainda

assim, as componentes do investimento mais dinâmicas foram o investimento em equipamento de transporte

(14,1%) e investimento em outras máquinas e equipamento (13,5%).

O consumo final das famílias registou um crescimento de 2,3%. As exportações cresceram 7,9% devido, em

grande medida, à forte dinâmica das exportações de serviços (10,9%), com destaque para o setor do turismo,

não obstante uma aceleração também ao nível das exportações de bens, refletindo o impacto das exportações

da Autoeuropa na segunda metade do ano e um aumento das exportações de bens energéticos por parte da

Galp.

As importações cresceram 7,9%, na componente de bens e na componente de serviços.

A taxa de desemprego em 2017 foi de 8,9%, valor inferior ao previsto no Orçamento do Estado de 2017

(10,3%). Esta diminuição da taxa de desemprego é especialmente relevante num contexto de aumento da

População Ativa (+0,8%), que já não acontecia desde 2010. No emprego verificou-se um aumento de 3,3%

devido ao contributo dos setores dos serviços, indústria e construção.

Nos desempregados de longa duração verificou-se uma diminuição de 25,2%, face a 2016, e nos

desempregados jovens a quebra foi de 13%.

A produtividade do trabalho registou uma quebra de 0,6% em 2017, devido ao forte aumento do emprego

acima do crescimento do PIB.

A capacidade de financiamento da economia portuguesa em 2017 melhorou 0,4 p.p. relativamente a 2016 e

permaneceu positiva pelo sexto ano consecutivo (1,4% do PIB). A balança de bens registou um défice maior do

que o de 2016 (-9 962 milhões de euros em 2017) e a balança de serviços apresentou uma melhoria substancial

do seu excedente (11 944 milhões de euros em 2017). A balança de rendimentos primários e a balança de

rendimentos secundários apresentaram melhorias em relação a 2016. A balança corrente, no seu todo, foi de

0,5% do PIB. Já a balança de capital continuou a contribuir positivamente para a capacidade de financiamento

da economia, registando um saldo de 1 667 milhões de euros (menos 16 milhões de euros que em 2016).

3. Consolidação Orçamental

O valor do défice orçamental das Administrações Públicas, em 2017, fixou-se em 0,9% do PIB2, o mais baixo

da história da democracia portuguesa.

2 Citando a Conta Geral do Estado de 2017 «De acordo com a primeira notificação do Procedimento por Défices Excessivos de 2018 (INE, Destaque Procedimento dos Défices Excessivos, 26 de março de 2018), o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos elevou o défice das Administrações Públicas para 2,96% do PIB. Importa frisar que, mantendo-se aquém do limite de 3% previsto no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), e tratando-se de um evento de carácter extraordinário (não tendo impacto no saldo estrutural), tal contabilização não coloca qualquer risco quanto à entrada do país num novo Procedimento por Défices Excessivos».