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II SÉRIE-A — NÚMERO 130

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o impacto do regulamento europeu sobre emissões de gases, designadamente no enfraquecimento do setor

industrial, mais em particular no setor automóvel, são outros fatores apontados pela CGE que explicam a

desaceleração económica europeia.

Quanto ao investimento, na área do euro, apresentou um comportamento mais benéfico, causado em

grande parte pela manutenção de condições de financiamento favoráveis e da continuação da orientação

acomodatícia da política monetária do BCE. Relembra que o Conselho do BCE decidiu estender, até ao

final de 2018, o programa de compra de ativos do setor público (lançado em 2015) ainda que diminuindo

ao longo do ano o montante de compras mensais de 30 para 15 mil milhões de euros, continuando a

proporcionar maior liquidez aos bancos e a facilitar o financiamento à economia.

Na Zona Euro, o consumo privado manteve um crescimento moderado, beneficiando da melhoria das

condições no mercado de trabalho e da redução do endividamento das famílias. Com efeito, o emprego

cresceu 1,5% (1,6% em 2017) e a taxa de desemprego diminuiu para 7,9% no final do ano (8,6% em

dezembro de 2017).

A continuação da política de corte de produção do petróleo da OPEP, influenciou o preço do Brent que

continuou a aumentar, em 2018, para se situar em média em 72/dólares/bbl (61 euros/bbl).

Quanto à taxa de câmbio, do euro face ao dólar, seguiu uma trajetória descendente a partir de maio de

2018, atingindo 1,15 em dezembro de 2018 (1,7 no mesmo período de 2017), o que representa uma

depreciação de 4,5%, influenciada pelo abrandamento da economia da área do euro, pelos efeitos do

crescente protecionismo do comércio global e pelas políticas monetárias divergentes entre a área do euro

e os EUA.

Contexto nacional

No que concerne à economia portuguesa, segundo a CGE 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu

2,1% em 2018, acima do crescimento verificado quer para a Área do Euro (1,9%) quer para o conjunto da

União Europeia (2,0%). O crescimento económico ficou apenas a 0,1 pontos percentuais abaixo do previsto

no OE 2018 (2,2%), devido essencialmente ao comportamento menos favorável das exportações de bens

e serviços e do investimento.

Com efeito, as exportações de bens e serviços cresceram 3,6% (7,8% em 2017), motivadas pela

dinâmica quer das exportações de bens (3,6% em 2018; 6,7% em 2017) quer das exportações de serviços

(3,8% em 2018; 11% em 2017). A desaceleração das exportações de bens é muito justificada pelas

restrições à produção dos automóveis da Autoeuropa e à greve dos estivadores dos portos, que ocorrem

no 2.º trimestre do ano.

As importações cresceram 4,9%, abaixo dos 8,1% registados no ano anterior. Esta desaceleração deve-

se essencialmente, do lado dos bens, ao crescimento das importações de combustíveis e da importação de

metais comuns. Do lado dos serviços, a desaceleração das importações foi fortemente influenciada pelos

serviços de transporte, que em conjunto com o setor das viagens e turismo representam 55% do total das

importações de serviços.