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16 DE JUNHO DE 2021

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A economia portuguesa em 2019

No que diz respeito à economia portuguesa, num contexto de abrandamento generalizado da atividade

mundial e de elevados níveis de incerteza, a economia portuguesa em 2019 continuou a registar um crescimento

acima da área do euro pelo quarto ano consecutivo, mas tendo desacelerado ligeiramente face a 2018.

Em 2019, o produto interno bruto cresceu, em termos reais, 2,2%, valor previsto no Orçamento do Estado

para 2019. Porém, verificam-se algumas diferenças em termos de composição, com as componentes do

investimento e das exportações a apresentarem um comportamento menos favorável face ao previsto,

contrabalançado pelo melhor desempenho do consumo.

Quadro 2 – PIB e principais componentes

Em 2019, o investimento (FBCF) foi a componente mais dinâmica da procura interna, ao registar um

crescimento de 6,3%. Com exceção da componente de equipamento de transporte (-4,6%), todas as outras

componentes apresentaram um contributo positivo para o crescimento do investimento. De realçar a

componente da construção, que representa 49% do investimento e apresentou o crescimento mais elevado

(8,9%), seguida pela componente de produtos de propriedade intelectual (6,5%).

O consumo final das famílias aumentou 2,2%, valor abaixo do registado no ano anterior (2,9%). Esta variação

deveu-se a uma desaceleração significativa do consumo de bens duradouros (menos 5,2 pp), enquanto o

consumo de bens alimentares e de bens correntes não alimentares e serviços apresentou uma ligeira

desaceleração (menos 0,1 pp e menos 0,2 pp, respetivamente).

No que diz respeito ao comércio internacional, as exportações cresceram 3,7% em 2019, contra os 4,5% em

2018. A dinâmica das exportações é explicada pela desaceleração do crescimento da componente dos serviços

para 3,8% (menos 2,5 pp face a 2018), uma vez que o crescimento das exportações de bens permaneceu

inalterado.

Por seu lado, as importações cresceram 5,2% em 2019 (5,7% em 2018). A variação anual das importações

foi explicada pela desaceleração do crescimento da componente de bens de 5,7% em 2018 para 4,5% em 2019,

uma vez que a componente dos serviços acelerou face ao ano anterior para 8,6% (5,9% em 2018).

Em relação ao mercado de trabalho, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de

desemprego em 2019 fixou-se em 6,5% (7% em 2018), valor ligeiramente acima do previsto no Orçamento do

Estado para 2019 (6,3%). O emprego cresceu 0,8%, aumento inferior ao verificado em 2018 (2,3%). Por seu

lado, a população ativa apresentou um crescimento de 0,4%, ligeiramente superior ao de 2018.

Em termos anuais, o aumento do emprego foi suportado principalmente pelo aumento registado no setor dos

serviços, mas também, ainda que em menor escala, na indústria transformadora. Por seu lado, o número de

empregados nos setores da agricultura, silvicultura e pescas, e no setor da construção, diminuiu.