O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

27 DE OUTUBRO DE 2022

55

Após um primeiro trimestre de significativa recuperação, a que não foi alheio um efeito de base, dado o

trimestre homólogo ter ainda conhecido períodos de restrição à atividade económica devido à COVID-19, no

segundo trimestre de 2022 o Produto Interno Bruto (PIB) do G20 desacelerou para um crescimento de 2,8%

em termos homólogos reais (-0,4% em cadeia), após 4,5% no primeiro trimestre (0,5% em cadeia), com

destaque para um abrandamento das economias dos EUA (associado sobretudo à quebra de existências e à

diminuição do investimento residencial, este último afetado pelo rápido ciclo de subida das taxas de juro) e do

Reino Unido. A economia da área do euro registou um crescimento de 4,1% em termos homólogos reais (0,8%

em cadeia) no segundo trimestre (5,4% no primeiro trimestre; 0,7% em cadeia), com destaque para o forte

crescimento em Espanha e Itália e mais fraco na Alemanha, traduzindo, no caso dos dois primeiros países, a

recuperação do turismo, associada em parte ao levantamento das restrições relacionadas com a pandemia de

COVID-19.

Quanto à generalidade dos países emergentes (com exceção da China), o crescimento do PIB acelerou no

segundo trimestre de 2022, em resultado do robustecimento da procura interna associado à implementação de

medidas de apoio às famílias e empresas, apesar do forte ajustamento das condições financeiras. Entretanto,

observou-se uma quase estagnação da economia da China, cujo PIB aumentou 0,4% em termos homólogos

reais (4,8% no primeiro trimestre), o valor mais baixo registado no presente século, refletindo as fortes

limitações à circulação e à atividade económica que as autoridades chinesas têm imposto face à persistência

de casos da doença COVID-19, bem como a quebra no mercado imobiliário num contexto de elevado

endividamento do setor empresarial.

Conclui, o Relatório do OE 2023, que, face a estas perspetivas, a generalidade das instituições oficiais tem

vindo, ao longo do ano, a rever em baixa as respetivas previsões para 2022 e 2023 no que concerne ao PIB, e

em alta no que concerne à inflação.

Os indicadores de confiança da economia global (PMI) deterioraram-se significativamente após a invasão

da Ucrânia pela Rússia, encontrando-se todos abaixo do nível 50 (o limiar sugestivo de diminuição da

atividade), antecipando-se um forte abrandamento económico da economia mundial no segundo semestre de

2022. Esta evolução reflete os estrangulamentos sentidos na atividade, nomeadamente na indústria, em face

das perturbações nos mercados energéticos, de matérias-primas e de produtos intermédios, bem como o

aumento das pressões inflacionistas, principalmente nas economias avançadas. Contudo, estas pressões

inflacionistas não foram imediatamente simultâneas nem homogéneas nos diversos países, refletindo

diferenças entre estes, como a severidade do impacto da pandemia de COVID-19 na economia, a estrutura da

atividade económica e a dependência energética externa, problemas de escassez no mercado de trabalho e o

tipo de resposta política à crise pandémica e geopolítica. A inflação atingiu os 8,3% em agosto nos EUA, após

ter registado, em junho, o valor mais alto dos últimos 40 anos, e alcançou o máximo histórico na área do euro

em setembro, ao registar 10% em termos homólogos, refletindo a subida acentuada dos preços das matérias-

primas, em particular as energéticas (40,8%), mas que se estendeu à generalidade dos produtos e serviços,

assistindo-se a um agravamento nos preços dos bens alimentares não processados (12,7%), dos bens

industriais excluindo energia (5,6%) e dos serviços (4,3%). A inflação homóloga subjacente, normalmente