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II SÉRIE-A — NÚMERO 108

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internacional.

Daí que a generalidade das instituições e organismos internacionais tenha procedido sucessivamente à

revisão em baixa do crescimento económico mundial e à revisão em alta da taxa de inflação para o ano de

2023.

As mais recentes previsões do BCE e da OCDE, de setembro, preveem um crescimento médio do PIB da

área do euro de 0,9% e de 0,3%, respetivamente, para 2023, representando uma revisão em baixa de 1,2 pp e

de 1,3 pp, respetivamente, face às previsões de junho de 2022. Tal previsão traduz uma expetativa de forte

desaceleração face ao crescimento estimado de 3,1% para 2022, por ambas as instituições. A desaceleração

económica prevista para a área do euro em 2023 deve-se sobretudo ao pior desempenho da Alemanha, cujo

PIB poderá diminuir 0,7% (crescimento estimado de 1,2% em 2022).

Em consequência, projeta-se que a procura externa relevante para a economia portuguesa, que em 2022

tem um crescimento estimado de 8,3%, desacelere em 2023 para um crescimento de 3%.

De acordo com as expetativas implícitas nos mercados de futuros, o preço do petróleo deverá abrandar em

2023, para 78 USD/bbl, comparado com valores previstos de 98 USD/bbl em 2022, ao que poderá acrescer

uma tendência de apreciação do dólar norte-americano face ao euro. Em relação ao preço em dólares das

matérias-primas não energéticas, o BCE prevê uma quebra em torno de 10% em 2023 (aumento previsto de

7% em 2022).

Quanto à política monetária, projeta-se que esta continue a ser restritiva em 2023, traduzindo o

prosseguimento da normalização da política monetária, iniciado em 2022, a fim de contrariar a subida da taxa

de inflação e a depreciação do euro face ao dólar. Por sua vez, e considerando o mercado de futuros (23 de

setembro), as taxas de juro de curto prazo da área do euro deverão subir para 2,9%, em média, em 2023

(previsto de 0,5%, em média, em 2022).

O Relatório do OE 2023 apresenta um cenário macroeconómico para o ano de 2023 prevendo uma

desaceleração da economia portuguesa, com um crescimento real de 1,3% face ao crescimento estimado de

6,5% para 2022, prevendo-se assim uma convergência face à área do euro (crescimento de 3,1% e 0,9%,

respetivamente, em 2022 e 2023, de acordo com as projeções do BCE) nestes dois anos, mantendo-se a

tendência verificada desde 2017 e apenas transitoriamente interrompida em 2020 com a pandemia.

O crescimento do PIB para 2022, não obstante ter como pressuposto uma estabilização em cadeia nos

dois últimos trimestres do ano, tem associado um contributo positivo da procura interna (4,4 pp), resultado do

dinamismo do consumo (privado e público) e do investimento, reforçado pelo contributo da procura externa

líquida (2,2 pp), com as exportações a crescerem significativamente acima das importações (18,1% e 12%,

respetivamente). O crescimento estimado do PIB para 2022 é superior em 1,6 pp face ao estimado no último

Orçamento do Estado, em abril passado, resultado de uma melhoria mais acentuada do consumo privado,

bem como das exportações.

Em 2023, o Relatório OE 2023 prevê que o crescimento assentará num maior dinamismo do investimento

(3,6%), onde pontuará uma mais forte efetivação dos investimentos previstos no âmbito do Plano de

Recuperação e Resiliência (PRR). Ainda assim, o crescimento do investimento empresarial será impactado