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27 DE OUTUBRO DE 2022

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pelo aumento da incerteza, pelo aumento dos custos de financiamento e pelo impacto continuado das

restrições nas cadeias de produção e distribuição globais nos custos e oferta de materiais e equipamento.

Esta alavanca da atividade permitirá amortecer, em parte, a desaceleração do consumo privado, de 5,4%

em 2022 para 0,7% em 2023, num contexto de estabilização da taxa de poupança em níveis inferiores à sua

média histórica. O crescimento do consumo das famílias é suportado pelas medidas de apoio ao rendimento

com efeito no final de 2022 (cerca de 1,5% do rendimento disponível), bem como pelas constantes na

proposta de Orçamento do Estado para 2023.

A evolução do consumo púbico refletirá, por um lado, a reversão das medidas associadas à mitigação da

pandemia de COVID-19 e o abrandamento das despesas com parcerias público-privadas; e, por outro lado, a

evolução perspetivada para o emprego público.

Concomitantemente, a conjuntura internacional irá refletir-se num crescimento da procura externa mais

moderado, prevendo-se que as exportações de bens e serviços em 2023 cresçam de forma menos intensa

(3,7%) face ao verificado em 2022, não obstante um continuado ganho de quota de mercado. Por seu lado, as

importações deverão crescer 4%, acima da evolução da procura global, dado serem afetadas pelo conteúdo

importado do investimento, traduzindo-se assim num contributo da procura externa líquida negativo (-0,3 pp),

visto as exportações registarem um crescimento ligeiramente inferior ao das importações.

Assim, para 2023, face às previsões anteriores, o crescimento é revisto em baixa em 2 pp, dado prever-se

que todas as componentes do PIB, à exceção do consumo público, registem crescimentos inferiores ao que foi

projetado no último Programa de Estabilidade, em março passado.

O Relatório OE 2023 faz uma comparação com as projeções de outras instituições nacionais e

internacionais. As projeções de outras instituições, nacionais e internacionais, confirmam um crescimento

robusto para 2022, com uma desaceleração do ritmo do mesmo para 2023. A estimativa de crescimento para

2022 (6,5%) está dentro do intervalo de previsões das instituições, posicionando-se no intervalo balizado pela

estimativa de crescimento da OCDE (5,4%) e pelas do Banco de Portugal e do CFP (ambas 6,7%). Em 2023,

a previsão do Ministério das Finanças (1,3%) é bastante mais conservadora, contudo dentro das previsões das

restantes instituições, posicionando-se ligeiramente acima da previsão do CFP (1,2%) e sendo metade da

previsão do Banco de Portugal (2,6%).

As diferenças entre as previsões apresentadas pelas diversas instituições podem refletir diferenças na

informação estatística disponível quando da publicação das mesmas, nas medidas de política consideradas,

assim como nos pressupostos e hipóteses externas assumidos. Estes fatores são de particular relevância no

contexto atual de elevada volatilidade e incerteza, no qual se tem assistido a uma rápida degradação dos

indicadores externos, agravando o grau de desatualização das previsões.

Tendo presente o enquadramento para 2023, o Relatório OE 2023 refere que a ação financeira do Estado