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II SÉRIE-A — NÚMERO 108

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menos volátil, pois exclui os preços dos bens energéticos e alimentares processados e não processados,

subiu para 4,8% (era de 1,9% em setembro do ano passado).

O agravamento dos indicadores de atividade da área do euro é causado pelos impactos da conjuntura na

indústria, especialmente da Alemanha, com escassez de fornecimentos e custos de produção acrescidos, e o

forte impacto que a elevada inflação representa para o setor dos serviços e para o rendimento disponível real

das famílias, após impulso que resultou do levantamento de restrições relacionadas com a pandemia de

COVID-19. Esta situação poderá mesmo agravar-se no final do ano, visto que a estratégia russa de

interrupções frequentes no fornecimento do gás ameaça o normal funcionamento da economia e mantém os

preços do gás em níveis historicamente altos, pressionando a inflação, pelo que relevam elevada importância

as medidas implementadas a nível europeu, já mencionadas, para mitigar os efeitos destes constrangimentos.

Também a atuação da política monetária, com tendência ascendente das taxas de juro sincronizada nas

principais economias avançadas (com o objetivo de contrariar a subida galopante da taxa de inflação), bem

como a perspetiva de novas subidas das mesmas, permitem antecipar que a procura interna na área do euro

na segunda metade do ano apresentará uma tendência de desaceleração ainda mais acentuada,

nomeadamente através de uma moderação do consumo privado e do investimento das famílias e das

empresas.

A atenuar estes impactos na atividade económica global estarão fatores como a resiliência demonstrada

pelo mercado de trabalho, o elevado nível de poupança acumulada durante a pandemia de COVID-19 nos

EUA e na área do euro e a implementação de medidas orçamentais que visam mitigar o impacto da subida

dos preços no poder de compra das famílias e do aumento dos custos de produção nas empresas.

Ao longo do ano de 2022, os mercados financeiros internacionais continuaram voláteis e dominados pela

incerteza em torno do atual conflito militar e pelo aumento do pessimismo dos investidores perante uma

possível recessão económica provocada pela reversão da política monetária expansionista que marcou a

última década. Assistiu-se a uma maior restritividade nas condições financeiras, que afetou de forma

simultânea os mercados bolsistas, de títulos de dívida e cambiais, naquele que tem sido o maior ajustamento

desde a crise financeira internacional. Com efeito, os índices bolsistas internacionais – Euro Stoxx 50 para a

área do euro e Dow Jones para os EUA – apresentaram, em setembro de 2022, uma quebra acumulada no

ano de 23% e 21%, respetivamente, refletindo as preocupações em torno da evolução futura das economias e

das taxas de juro. Por seu lado, no Reino Unido, a apresentação de um pacote de estímulos fiscais (entretanto

revertido) desencadeou um choque negativo de confiança entre os investidores, tendo levado à intervenção do

Banco de Inglaterra nos mercados de obrigações públicas, ajudando a estabilizar os movimentos de selloff

tanto na dívida quanto na libra.