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II SÉRIE-A — NÚMERO 1

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A diferença de ter menos dois «P».

«A 13 de abril deste ano, os especialistas em obstetrícia do Hospital de Braga enviaram à administração uma

carta na qual elencavam os problemas que enfrentavam após a perda de 25 % da equipa “Explicámos que em

termos de capacidade havia menos 302 horas de atividade e que isso teria impacto no serviço de urgência e no

número de consultas”, explica uma fonte, que preferiu permanecer anónima. A 10 de maio, a diretora do serviço,

demissionária desde março, alertou para os problemas por resolver. A 16 de maio, o serviço avisou que teria de

fechar a urgência externa cinco dias depois, por falta de pessoas para a escala. A administração não respondeu

até que, na véspera da rotura, impôs aos médicos que assegurassem a escala. A sequência de eventos é

comum a muitas outras em hospitais do SNS e o contraste com a gestão privada ilustra o problema principal da

gestão pública hospitalar: a falta de autonomia. Para substituir os médicos e enfermeiros que saem são precisos

concursos e uma via-sacra processual, que inclui a bênção das Finanças».

Junho de 2022.

Hospital de Braga tenta evitar novo fecho da urgência de obstetrícia.

«O Conselho de Administração do Hospital de Braga confirmou, no sábado, que as urgências de ginecologia

e obstetrícia iriam estar encerradas no domingo e durante 24 horas, devido à “impossibilidade de completar

escalas”, após o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciar a falta destes profissionais. (…) Em

comunicado divulgado no sábado, o SIM defendia que este é o “lamentável resultado da incapacidade do

Governo em captar e fixar médicos no SNS (Serviço Nacional de Saúde), oferecendo-lhes condições de trabalho

e remuneratórias adequadas ao seu nível de responsabilidade”.

O Presidente da Câmara de Braga antevê que a falta de médicos se alastre a outros serviços. (…) Se o

hospital fosse gerido por uma parceria público privada (PPP), como foi até 2019, o autarca entende que esse

facto “não impediria, mas diminuiria as consequências” destes constrangimentos causados pela falta de

médicos».

4 de outubro de 2023.

Hospital de Braga e Barcelos com encerramentos nas urgências.

«Hospitais da região do Cávado estão com dificuldades em preencher escalas. Médicos recusam fazer mais

que 150 horas extraordinárias legalmente previstas.

Depois de 11 dias encerrada no mês de agosto e quatro em setembro, a urgência de ginecologia e obstetrícia

do Hospital de Braga volta a encerrar no próximo fim de semana. A informação foi comunicada esta terça-feira

pela unidade hospitalar. Além da urgência também o bloco de partos estará encerrado entre as 8h de sexta-

feira e as 8h de segunda-feira, 9 de outubro. Durante o condicionamento, está apenas garantido o bloco de

partos para as utentes e grávidas que estejam internadas no hospital. Em casos de urgência as grávidas e

parturientes devem optar por se deslocar a um dos outros hospitais da região: Hospital Senhora da Oliveira em

Guimarães, Hospital de Famalicão ou de Viana do Castelo. A situação poderá repetir-se ao longo do mês, visto

que as escalas estão a ser fechadas semanalmente.»

27 dezembro 2023.

Hospital de Braga: «O que está a condicionar as urgências são, sobretudo, casos não urgentes».

«O diretor do serviço de urgência do hospital constata que a afluência tem aumentado nos últimos dias por

conta dos constrangimentos que se têm verificado noutros hospitais da região, mas alerta para outro problema.

(…) O diretor dá o exemplo desta terça-feira quando cerca de 70 % dos doentes que se encontravam no serviço

de urgência do Hospital de Braga “não eram urgentes”: “Tínhamos muitos doentes com pulseira verde e isto

condiciona muito a observação depois dos doentes graves”.»