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20 DE SETEMBRO DE 2024

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Pressão crescente sobre os recursos naturais

A procura global dos recursos naturais poderá duplicar até 2060. A procura alimentar global irá crescer até

2050 e a produção de calorias terá de aumentar 56 %, o que implicará mais 593 mil hectares de terra cultivada.

Até 2050, o consumo final de energia a nível global poderá aumentar 0,7 % ao ano.

Impactos em Portugal: maior conflito pelo uso da água entre as utilizações humana, energética e agrícola.

Será assumido um papel cada vez mais destacado nas negociações com Espanha sobre a partilha de recursos

hídricos. Portugal poderá encontrar oportunidades de desenvolvimento económico, se aprofundar a aposta na

promoção da economia circular e explorar os recursos minerais e marinhos sob a sua jurisdição de forma

adequada.

Diversificação e mudança dos modelos económicos

As escolhas entre a integração física e virtual, ou a fragmentação e o isolamento, moldarão o curso da

globalização nos próximos anos. A globalização dificilmente será revertida, mas poderá passar a operar numa

dinâmica de maior variedade de modelos económicos que estarão, simultaneamente, em cooperação e

competição entre si.

Impactos em Portugal: o País tem uma economia integrada nos circuitos da globalização e sujeita às

dinâmicas de integração/fragmentação. A aplicação do conceito de autonomia estratégica aberta e a

reconfiguração dos fundos europeus poderão ter impactos profundos. Um reforço da autonomia poderá implicar

uma recuperação das atividades mineira e industrial em território nacional num quadro de sustentabilidade.

Evoluções demográficas divergentes

O crescimento populacional, em simultâneo com o envelhecimento, será desigual entre regiões. A população

mundial deverá atingir um máximo de 10 mil milhões de pessoas até 2050, iniciando então uma fase

decrescente. O envelhecimento será uma das transformações mais significativas do Século XXI, com profundos

impactos sociais.

Impactos em Portugal: estima-se que em 2050 haverá 297,2 pessoas idosas por cada 100 jovens. O

envelhecimento da população levará a uma maior procura de serviços de saúde, mas também pode ter efeitos

socioeconómicos negativos por via da diminuição da população ativa e da crescente pressão sobre os sistemas

de segurança social. A população portuguesa será mais diversa étnica e culturalmente e haverá um reforço da

língua portuguesa no mundo fruto do crescimento populacional nos países africanos de língua oficial portuguesa.

Um mundo mais urbano

Em 2050, 68 % da população mundial viverá em cidades. As cidades tendem a proporcionar uma melhor

utilização de recursos e mais oportunidades, apesar de serem mais afetadas por problemas como a habitação

precária ou a degradação ambiental. As cidades serão o palco e os atores de muitas das dinâmicas que

moldarão o Século XXI.

Impactos em Portugal: a tendência de urbanização é concomitante com a litoralização e é previsível que os

dois fenómenos se mantenham ao longo das próximas décadas. A acumulação de pessoas na faixa litoral, por

um lado, criará externalidades positivas e, por outro lado, acentuará os obstáculos à coesão territorial e ao

desenvolvimento equilibrado do País.

Um mundo mais digital

Haverá uma evolução exponencial do volume de dados, do desenvolvimento da internet das coisas e da

inteligência artificial (IA). A análise de dados para a tomada de decisões estratégicas só será possível com

algoritmos cada vez mais sofisticados. Disseminar-se-á o emprego relacionado com os dados e as tecnologias