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II SÉRIE-A — NÚMERO 141

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As modelações anteriores demonstraram que no setor agroalimentar, a adoção de práticas agrícolas

regenerativas e mais eficientes no uso dos recursos como a água e a energia, e os novos hábitos de consumo

alimentar e estilos de vida beneficiam a redução da produção de resíduos e da respetiva fração orgânica (via

redução do desperdício alimentar), permitindo também reduzir emissões.

A expansão da agricultura biológica, de conservação e da agricultura de precisão, bem como das pastagens

permanentes, permitirá reduzir emissões associadas ao uso de fertilizantes sintéticos e aos efluentes animais,

e aumentará o sequestro de carbono resultante dos aumentos do teor de matéria orgânica nos solos (a utilização

de composto para substituição do uso de fertilizantes sintéticos azotados é uma medida de circularidade).

Também na fileira florestal, o aumento da florestação ativa, a promoção de práticas silvícolas mais eficientes

no uso dos recursos e na gestão de riscos e a valorização dos serviços dos ecossistemas alavancam e

sustentam um papel crescente para a bioeconomia, com impacto na retenção de carbono e no balanço líquido

de emissões. Os ganhos de produtividade no futuro poderão decorrer de melhores práticas de gestão da floresta

e menos perdas por incêndios.

A fileira florestal é uma cadeia de valor que apresenta já hoje um elevado grau de circularidade, tendo as

florestas um papel incontornável no processo de descarbonização.

Na construção, o aumento da reabilitação urbana, com reutilização de componentes de obra, materiais

recuperados ou reciclados, e uso de espaço público construído «em vazio», os edifícios NZEB, os edifícios

multifuncionais e partilhados com redução da área de edificado, bem como a utilização de novos materiais, mais

sofisticados, com maior eficiência (energética) e durabilidade, e de materiais renováveis com menor pegada de

carbono (ex.: madeira e cortiça) são estratégias de circularidade a prosseguir.

No setor dos resíduos que se encontra intimamente ligado às estratégias de circularidade, as mesmas

permitem ter uma estabilização da produção de resíduos urbanos per capita e da respetiva fração orgânica,

sobretudo por via da redução do desperdício alimentar e da redução do uso de plástico, perspetivando-se o

aumento da recolha seletiva de biorresíduos, o aumento da recolha seletiva multimaterial, o alargamento do

número de fluxos recolhido seletivamente e o desenvolvimento das cadeias de reciclagem, a par da minimização

da deposição de resíduos urbanos em aterro.

Nos resíduos de extração mineira, está previsto também o incremento do aproveitamento de matérias-primas

críticas nos resíduos de extração, como previsto no REMPC.

Figura 67 – Transições induzidas pela economia circular [Fonte: RNC 2050]