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II SÉRIE-A — NÚMERO 141

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PIB acima dos 2,5 % em 2030 e 2040 (Tabela 69), devido, entre outros fatores, ao aumento significativo da

eficiência energética, que se reflete de forma economicamente positiva no custo de produção. Este resultado

ilustra que o percurso da descarbonização do sistema energético nacional tem um impacto positivo em termos

de crescimento da economia, o que está em linha com o estado da arte.

Tabela 69 – Impacto no PIB em 2030 e 2040 do cenário WAM e WEM face a um cenário BAU

20302040

WEM 2,8 % 2,5 %

WAM 2,7 % 2,8 %

Os resultados da análise macroeconómica considerando os cenários WEM e WAM (Tabela 70) mostram que

o impacto de um cenário de medidas adicionais consentâneas com a redução de -55 % em 2030 (WAM), face

a 2005, comparativamente a um cenário de -45 % (WEM), tem um impacto negligenciável no PIB (entre +0,1 %

a -0,3 % em 2030 e 2040, respetivamente), assim como no emprego e no consumo privado e um impacto positivo

no investimento, isto é, verifica-se um aumento da ordem dos 2,0 e 1,2 % no investimento num cenário de

mitigação mais ambicioso. Estes resultados e a sua ordem de grandeza estão em linha com resultados

observados em exercícios similares, como os realizados pela Comissão Europeia (UE, 2024)87.

Tabela 70 – Impactos macroeconómicos nos principais indicadores agregados em 2030 e 2040 do

cenário WAM face ao cenário WEM

WEM vs WAM

2030 2040

PIB 0,1 %-0,3 %

Emprego 0,0 %0,0 %

Consumo

privado 0,8 %0,1 %

Investimento 2,0 %1,2 %

No que diz respeito ao emprego não se verificam alterações quando considerado de forma agregada, todavia,

existem pequenas alterações setoriais. Por exemplo, verifica-se em 2030 um aumento do emprego no setor

electroprodutor, com a instalação de energias renováveis e setores menos energético intensivos, tais como

serviços. Contrariamente, a indústria transformadora e outra indústria de oferta de energia, como a refinação,

os impactos negativos serão mais marcados no curto prazo, no entanto, os novos setores de oferta de energia

tais como hidrogénio verde e os e-fuels, podem reverter o impacto negativo expectável no setor da refinação e

do gás natural no médio/longo prazo.

Convém salientar que a análise setorial resulta em indicadores muito conservadores, uma vez que, face à

sua natureza, os modelos de equilíbrio geral acomodam de forma muito limitada novos clusters energéticos e

todos os impactos na macroeconomia associados a estes.

Importa também referir que o impacto no PIB não considera os impactos económicos positivos associados à

mitigação das alterações e o custo da inação. De facto, estima-se que os impactos das alterações climáticas

poderão corresponder até cerca de 1 % do PIB da UE já nos próximos anos, atingindo até 2,3 % em meados do

século (EU, 2024)6.

Além disso, importa também referir que os impactos macroeconómicos apresentados apenas refletem as

alterações inerentes ao sistema energético existindo uma série de fatores que podem afetar a evolução da

renováveis), bem como crescimento de eficiência energética (fator exógeno ao modelo GEM-E3_PT) de cerca de 0,1 %/ano. Importa referir que o cenário BAU é apenas um cenário de trabalho que serve o propósito de ilustrar o impacto de cenários alternativos considerados para o sistema energético na economia. 87 Europe's 2040 climate target and path to climate neutrality by 2050 building a sustainable, just and prosperous society SWD(2024) 63 final – https://eur-lex.europa.eu/resource.html?uri=cellar:6c154426-c5a6-11ee-95d9-01aa75ed71a1.0001.02/DOC_1&format=PDF