O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

4 DE FEVEREIRO DE 2025

29

sul), Este S. Pedro (a este) e S. Victor (a oeste). Publicações de tempos idos, como o Liber Fidei (importante

compilação dos Séculos XII e XIII, relativa à organização administrativa eclesiástica de Braga), situa a póvoa de

Gualtar em frente ao sopé do monte de Espinho. Em outro momento dessa compilação, refere-se que a vila de

Gualtar é situada abaixo do monte Calvelo ao correr do rio Este. A principal linha de água é o rio Este, com

nascente a poucos quilómetros, em Este S. Mamede e vai desaguar no rio Ave, já perto da sua foz, que acontece

em Vila do Conde. No domínio do relevo, o ponto mais alto é o monte de Pedroso (332 metros).

O primeiro registo de habitantes de S. Miguel de Gualtar surge nas inquirições de D. Afonso II, no ano 1220.

Nos últimos Censos, realizados em 2021, pelo INE, foi dado conta da evolução da população para 6761

habitantes.

Reconhecimento histórico

• Pré-História e Antiguidade:

Gualtar já era habitado na civilização castreja do calcolítico, como provam o Castro de Pedroso – situado no

limite de Adaúfe e Gualtar – e vários achados dessa época, aquando da construção do novo hospital de Braga.

Os romanos também habitaram esta terra na antiguidade, como o comprovam alguns vestígios interessantes.

«Na entrada principal da igreja velha, na reentrância do lado direito, está depositada uma Ara romana, que foi

achada no exterior da igreja, junto à calçada romana da Pia». Este achado mostra que, provavelmente, existiu

neste local um pequeno templo romano. Ainda, no local onde está implementada a Universidade do Minho,

foram identificados – durante a sua construção – fragmentos de tijolo e tégula dispersos por toda a área

(encontrados, também, em vários outras zonas da freguesia) e um aqueduto de uma estrutura hidráulica de

época romana, datável dos Séculos I a IV. Há ainda referências da existência de uma ponte de arco de volta

inteira sobre o rio Este. A via romana – XVII que ligava Braga (Bracara) – Chaves (Aquae Flaviae) e Astorga

(Astúrica Augusta), CCXLVII Milhas – 364 km, é outra prova da passagem e convívio dos romanos em Gualtar.

No Museu D. Diogo de Sousa encontra-se um Miliário de Heliogábalo com o n.º 1992 – 0671 na sua inscrição.

Podem, também, ser vistas algumas vias secundárias (cangostas), provenientes da era romana, que passaram

pela suevo-visigótica e prolongaram-se pela Idade Média e Moderna até à atualidade. Neste caso, o melhor

exemplar é a já citada calçada romana da Pia. As outras que ainda existem mantêm uma admirável configuração

medieval.

• Idade Média:

A tradição monástica da Arquidiocese de Braga vem do primeiro quartel do Século V. «Com efeito, o monge

Baquiário (autor De Fide, por volta do ano 450) foi o primeiro a mencionar a existência de um mosteiro na

Península Ibérica, que Lambert situou na diocese de Braga». No cartulário bracarense Liber Fidei compilação

de documentos do Século XI a XIII, são citados vários mosteiros em Braga, um dos quais é o de Gualtar,

dedicado a S. Martinho, com o orago S. Miguel. Na obra D. Pedro Bispo de Braga, de Avelino de Jesus da Costa,

refere que, no Século X, o mosteiro e a vila de Gualtar já existiam, assim como as herdades que eram pertença

do abade Ildevredo. Estudos indicam que o mosteiro se situava no local onde está a antiga igreja, dados os

achados de elementos construtivos de épocas anteriores à edificação (Século XI) da igreja românica,

encontrados em trabalhos arqueológicos, efetuados no interior da capela-mor, que, são, provavelmente, do

antigo mosteiro. Os mosteiros que não tinham património próprio acabaram por se extinguir passando os seus

oratórios, em alguns casos, a serem as futuras igrejas paroquiais. Foi o que aconteceu com o antigo mosteiro

de Gualtar: o mosteiro e o património passaram, por doação, para a posse da Condessa D. Ilduara.

• Idade Moderna:

No fim do Século XV escreve-se que eram cobradas XXX libras à Igreja de S. Miguel de Gualtar (livro Censual

de D. Diogo de Sousa). No início do Século XVI, a mando do Arcediago do Couto de Braga, D. Diogo Gomes