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5 DE MARÇO DE 2025

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Esta carta conferiu ao concelho de Mogadouro responsabilidades na defesa da linha de fronteira, além de

diversos privilégios económicos e territoriais que se destacaram durante a Idade Média. O foral foi, mais tarde,

renovado pelo rei D. Dinis, em 1297, e pelo rei D. Manuel, em 1512.

O atual concelho de Mogadouro (que junta antigos concelhos e freguesias vizinhas ao concelho original)

surgiu aquando das reformas administrativas liberais, através do decreto datado de 6 de novembro de 1836.

Assim, Mogadouro anexa os antigos concelhos de Azinhoso, Bemposta, Penas Roias e algumas freguesias que

pertenciam a Moncorvo e Algoso, cedendo a Freixo de Espada à Cinta a freguesia de Lagoaça. Por decreto de

24 de outubro de 1855, é integrada a freguesia de Castro Vicente, concelho extinto em 1836 e então anexado a

Alfândega da Fé.

A Ordem dos Templários, a Ordem de Cristo e o Castelo de Mogadouro:

A vila de Mogadouro, que foi cedida à Ordem dos Templários no ano de 1145, começou então a ser murada,

sendo apenas concluída mais tarde, no reinado de D. Dinis. Depois de extinta a Ordem Militar dos Templários,

em 1311, D. Dinis criou a Ordem de Cristo, à qual concedeu a comenda de S. Mamede de Mogadouro, visando

dotar estas terras fronteiriças de fortificações capazes de defender a fronteira do Reino de Portugal.

Destaca-se assim que, desde a fundação da nacionalidade, o Castelo de Mogadouro adquiriu um papel muito

importante na defesa das fronteiras durante as guerras com Leão e com Castela, que se prolongaram ao longo

da história de Portugal até 1762. Este equipamento defensivo garantiu a segurança de Mogadouro e das áreas

circundantes, criando um ambiente de estabilidade que foi essencial para o desenvolvimento regional.

Entretanto, como comenda da Ordem de Cristo, o castelo foi adaptado a residência dos comendadores, facto

que implicou grandes transformações na estrutura original. Desta forma, durante os séculos XIV e XV, foram

vários os edifícios construídos no interior, em especial durante o governo dos Távoras.

A destruição de todo este complexo, que no século XVIII ainda era designado por “palácio, a que chamam

castelo" desenrolou-se ao longo da época moderna e acentuou-se nos últimos séculos. Conserva-se apenas

uma parte da infraestrutura, com a torre de menagem e parte das antigas muralhas que são, ainda hoje, uma

preciosa relíquia da arquitetura militar medieval, classificadas como Monumento Nacional.

Os Távoras:

A 20 de novembro de 1433, a vila de Mogadouro é doada a Álvaro Pires de Távora, passando a estar desde

então associada à conhecida família dos Távoras que, tendo iniciado uma ascensão notável e mesmo

alcançando o título de marqueses, assumiu um papel importante e influente na região.

Este papel da família Távora, que controlou a região entre os séculos XV e XVIII, foi fundamental para o

desenvolvimento da arquitetura religiosa de Mogadouro, que inclui monumentos significativos como a Igreja da

Misericórdia, os nichos dos Passos ou o Convento de São Francisco e a sua igreja. Estas construções hoje são

importantes símbolos religiosos do concelho. Estes monumentos são também testemunhos da história local,

preservando as memórias de um passado marcado pela devoção e pela influência aristocrática. Os brasões dos

Távoras, que ainda adornam muitos desses edifícios, simbolizam o poder e a importância desta família na

história de Mogadouro, deixando uma marca indelével na sua identidade cultural.

Por fim, destaca-se também a forte influência dos Távoras nas acessibilidades de Mogadouro. Esta família

implementou um extenso plano de construção de vias e pontes, melhorando significativamente as ligações

rodoviárias dentro e fora do concelho. Este investimento em infraestruturas não só facilitou o trânsito e o

comércio, mas também estreitou a relação de Mogadouro com os concelhos limítrofes, fortalecendo a sua

posição como um centro regional vital. A construção de pontes como a de Remondes ou a de Meirinhos, bem

como de outras infraestruturas viárias, foi essencial para afirmar Mogadouro como um centro económico vital

para a região.

As relações transfronteiriças:

A vila de Mogadouro sempre desempenhou um papel central nas relações transfronteiriças devido ao seu

posicionamento estratégico próximo à fronteira com a Espanha. Já na Idade Média, as rotas comerciais, que