O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

120-(18)

II SÉRIE-B — NÚMERO 27

nais da saúde do Hospital Geral de Santo António desde o início da minha actividade neste Hospital e no serviço de cirurgia vascular.

Declaro que estou à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessárias e atinno a minha total disTx>rúbilidade para ser ouvido em ^uajquçx in^UfritO tjllü X)a iTtNÜllirailü I¥) sentido de completo esclarecimento dos factos ocorridos.

Porto, 5 de Maio de 1992.—Alexandre Álvaro Machado Moreira.

Nota. — Foi entregue ao tlireelor tio serviço >le cirurgia vascular do Hospital Geral ile Santo António cópia ileste pecliilo.

ANEXO 2 Relatório do director do serviço

Ex.mo Sr. Presidente do Conselho de Administração do Hospital Geral de Santo António.

No cumprimento do despacho exarado por V. Ex." em 6 de Maio de 1992, no requerimento apresentado pelo Dr. Alexandre Álvaro Machado Moreira, cumpre-ine informar

Em relação ao doente referido na notícia publicada no passado dia 30 de Abril de 1992, p. 40, do semanário O Independente e relativa aos factos que teriam ocorrido com o Sr. Augusto Aurélio Moreira Dias durante o seu internamento no serviço de cirurgia vascular deste Hospital, a cuidadosa leitura do processo clínico (médico e de enfermagem) forneceu-me todos os elementos necessários para esclarecer o que na realidade ocorreu com este doente durante o seu período de internamento neste Hospital, de 13 de Junho a 4 de Julho de 1989.

Tendo sido enviado ao serviço de urgência dt) Hospital Geral de Santo António por um médico do Hospiud de Espinho, foi internado por sofrer de arieriopatia oclusiva

— grau iv — dos membros inferiores, com lesóes tróficas do pé direito. Referia ainda na sua informação aquele colega que o doente era «um grande fumador e alcoólico».

Na primeira observação efectuada efectuada no serviço de cirurgia vascular, em 14 de Junho de 1989, é posto o diagnóstico de síndrome de Leriche e é proposto para arteriogratia translombar, a qual é efectuada a 15 de Junho de 1989 e confirma o diagnóstico clínico.

Em 22 de Junho de 1989, é feita limpeza cirúrgica das lesões tróficas do pé direito com amputação de dois dedos

— Dr. José Tavares — e o doente é programado para cirurgia aórtica dada a bilateralidade das lesões arteriais existentes.

Ein 26 de Junho de 1989, e após conveniente estudo preoperatorio, é submeüdo a intervenção cirúrgica de pontagem aorto-bifemural com prótese de Dacron — Dr. Alexandre Moreira No pós-operatório imediato ocorre uma trombose do ramo esquerdo dessa prótese, prontamente diagnosticada. O doente é reoperado e o problema solucionado de forma correcta com a desobstrução do ramo da nrotese, seguida de execução de pontagem fémur poplítea esquerda com prótese de Dracon EXS—Dr. Rui Almeida.

Toda esta actuação cirúrgica foi atempada e conecta tanto na indicação como na técnica.

O pós-operatório decorreu com algumas complicações digestivas que foram convenientemente acompanhadas e tratadas, mantendo-se sempre funcionantes as pontagens efectuadas.

Entretanto, e apesar do adequado tratamento cirúrgico, as lesões do pé direito evoluíram e tornou-se necessária a amputação da perna direita abaixo do joelho, intervenção esta que é efectuada em 29 de Junho de 1989 pelo Dr. José Tavares.

Controlada a situação clínica geral e vascular do doente, este é transferido para o Hospital de Espinho com a indicação de que deverá fazer penso e ser estudado quanto a eventual patologia ulcerosa que poderá justificar as perturbações digestivas do pós-operatório.

Do que fica exposto posso desde já concluir, sem margem para dúvida, que o Dr. Alexandre Moreira não efectuou a este doente qualquer cirurgia de amputação de membros ou parte deles.

Isto bastará para demonstrar a falta de veracidade da notícia em causa, para afirmar que as referências nela efectuadas ao Dr. Alexandre Moreira são falsas e que o que se diz da actuação do serviço de cirurgia vascular também não é verdade e é uma infame calúnia que no fundo atinge não só o Dr. Alexandre Moreira mas todo o pessoal do serviço de cirurgia vascular e o próprio Hospital Geral de Santo António.

Quanto ao exercício profissional e comportamento ético e humano do Dr. Alexandre Moreira, é meu dever informar que sempre teve um comportamento exemplar desde o início da sua actividade neste Hospital durante o internato geral até á data de hoje em que é um assistente hospitalar graduado após um concurso de graduação em chefe de serviço, de cujo júri fiz parte e no qual prestou provas brilhantes.

Cumpriu com zelo, assiduidade e notável competência profissional todas as tarefas para que foi designado no serviço e no Hospital, bem como nos cargos médicos que desempenhou e desempenha na Ordem dos Médicos e em sociedades científicas, granjeando assim o apreço ÚC colegas não só do nosso Hospital mas lambem de outros hospitais e serviços.

Manteve sempre uma muito cuidadosa atenção para com os doentes, sendo de salientar o esforço, que no sentido de melhorar as suas condições de tratamento tem feito, com variadas propostas de organização dos processos clínicos, de elaboração de protocolos de observação e tratamento e mais recentemente, aquando da transferência do serviço para outras instalações, o cuidado permanente com a obtenção de condições mais favoráveis e confortáveis de instalação dos doentes.

Também no seu relacionmnento com os colegas e outros profissionais de saúde do serviço de cirurgia vascular e de outros serviços e hospitais o Dr. Alexandre Moreira sempre tem mantido um rigoroso cuidado no seu comportamento ético e mostrando qualidades humanas de lealdade e de frontalidade de posições que são de salientar e que o tomam respeitado e estimado por todos os que fazemos da profissão que escolhemos um caminho de realização pessoal e profissional e uma permanente atitude do serviço em relação aos doentes.

Presto esta informação com lodo o gosto, praticando um acto de justiça e desejo deixar aqui publicamente afirmada a minha profunda solidariedade para com o Dr. Alexandre Moreira, vítima de uma torpe calúnia, de uma infame enormidade, que não pode deixar de causar-me a mais violenta repulsa.

Porto, 7 de Maio de 1992. — O Director do Serviço, Mário Caetano Pereira.