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II SÉRIE-B — NÚMERO 9

Relações com a Espanha em matéria de recursos hídricos

Estudos recentes permitem afirmar que existem recursos hídricos suficientes no Guadiana para a satisfação das necessidades imputáveis a Alqueva, respeitando as condições ambientais no rio, desde que as utilizações em Espanha observem o Convénio de 1968, as directivas comunitárias e as convenções internacionais relevantes na matéria, o que pressupõe a moderação no aumento dos consumos, acompanhada de uma coordenação na gestão dos recursos.

Esta é a orientação que o Governo está a seguir no quadro das negociações bilaterais para a celebração de um novo Convénio entre Portugal e Espanha para os Recursos Hídricos Comuns, por forma a garantir o cumprimento do acordado em 1968, no respeito do princípio da sustentabilidade do desenvolvimento.

Nesta matéria os interesses de Portugal serão intransigentemente defendidos não só para viabilizar e defender a opção por Alqueva, mas igualmente para assegurar uma utilização equilibrada dos recursos que suporte as condições ambientais no rio e no estuário, a par da situação das exigências de um modelo de desenvolvimento que requer disponibilização de água de forma continuada.

A gestão coordenada da bacia, em termos de quantidade e qualidade da água do Guadiana, prevenirá as situações de desequilíbrio como as que se viveram no decurso do último período de seca.

Relações com a Comissão Europeia

A comparticipação comunitária para o investimento a realizar até 1999 reclama ainda um intenso esforço negocial tendente à sua concretização.

Após ter sido feito sentir pelo Governo a necessidade de uma clarificação da Comissão sobre a sua atitude relativamente à candidatura apresentada pelo governo anterior, foi recebida uma comunicação da Sr." Wulf-Mathies, Comissária responsável pela política regional, que foi já objecto de resposta.

Registou o Governo a posição de princípio favorável ao financiamento comunitário e deu conhecimento da sua firme disposição em assegurar a correcta aplicação de todas as directivas comunitárias relevantes, designadamente em matéria de ambiente.

Neste sentido, o Governo manifestou o seu interesse em colaborar na realização de estudos que permitam confirmar a disponibilidade de recursos hídricos e a harmonização do projecto com a preservação ambiental.

O Governo deixou, no entanto, bem clara a sua posição de que este trabalho de parceria com a Comissão Europeia terá sempre de subordinar-se ao respeito rigoroso pelas competências próprias do Estado membro.

Financiamento do projecto

O montante a investir até ao final do século está orçado em cerca de 100 milhões de contos, a preços de 1994. Quer o Governo garantir a sua cobertura através de fundos provenientes da União. Europeia, da EDP e do Orçamento do Estado.

Por forma a permitir um arranque sustentado do projecto em todas as suas frentes foi estimado para o corrente ano um investimento de 10,6 milhões de contos. O Governo decidiu já inscrever no Orçamento do Estado para 1996 uma verba de 2,7 milhões, a transferir para a EDIA, a título de reforço do seu capital social. Ao mesmo tempo, decidiu acelerar as negociações com a Comissão Europeia para assegurar a comparticipação de fundos comunitários através do QCA.

Ao considerar este projecto como um verdadeiro instrumento de coesão nacional que, em qualquer caso, reclama um grande esforço dos contribuintes, o Governo pretende congregar nesta decisão um amplo consenso nacional que deverá ser expresso na Assembleia da República, já na fase de discussão dp Orçamento do Estado para 1996.

Lisboa, 4 de Janeiro de 1996.

A Divisão de Redacção e Apoio Audiovisual.

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