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II SÉRIE-B— NÚMERO 18

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Deste impacto significativo, dá boa nota a nova Administração da Parvalorem (em exercício desde Agosto

de 2012), no seu Relatório e Contas de 20126, onde considera na página 14:

"A estabilidade do quadro de pessoal da Parvalorem foi bastante afetada, durante o ano de 2012, pelo

impacto do programa de organização dos Serviços Centrais do BPN, pelo Banco BIC, fruto do recrutamento

gradual de colaboradores das várias direções da empresa para este Banco.

Esta situação conduziu à necessidade de sucessivas substituições nas equipas das várias Direções e à

necessidade de promover internamente ações de formação."

Da mesma forma, a Administração da Parvalorem indica na página 13 do relatório:

"Em Abril de 2012 e após cedência de créditos do BPN/BIC (Março 2012), iniciou-se um processo de

adaptação da estrutura orgânica da empresa à sua atividade de recuperação de crédito."

Ora, esta afirmação deve ser comparada com a que preocupação da Troika, na sua 3a avaliação, em Março

de 2012:

"Three special purpose vehicles (SPV) which took over BPN's bad loans in 2010 have failed to recover any

significant amounts so far."

No mesmo sentido, a Administração da Parvalorem, reforça ainda que:

"Por deliberação do Conselho de Administração de 17 de Maio, publicada a 31 de Maio, e decorrente da

avaliação efetuada ao âmbito e objeto das empresas -Parvalorem, Parups e Parparticipadas, foi definida uma

nova estrutura orgânico funcional, integrando 8 direções."

A atividade de recuperação de créditos, como fica demonstrado, só teve uma estrutura orgânica após 12 de

Fevereiro, e uma estrutura organizada conducente a esse objetivo a partir de 31 de Maio de 2012.

Malgrado esta realidade, em Março, a Troika avaliou como dececionante a recuperação de créditos e a

Sra. Secretária de Estado e Finanças, Maria Luís Albuquerque imediatamente arrogou-se insinuar que a

situação era da responsabilidade dos trabalhadores, pois não estariam devidamente motivados para a

recuperação dos créditos.

Não dispondo de estrutura orgânica antes de Fevereiro de 2012 e organizacional antes Junho de 2012,

nem de meios informáticos de suporte, nem de uma estratégia e objetivos claros, seria expectável obter outro

resultado?

Tendo em conta que a estrutura orgânica da Parvalorem, foi sofrendo contínuas alterações ao longo de

2012, por via dos recrutamentos realizados pelo BIC, que também absorveu perto de 60 trabalhadores da

Parvalorem no regime de prestação de serviços, seria credível outro resultado em Março de 2012?

Com o cenário descrito a depender unicamente das decisões da anterior administração, sob orientações e

tutela da Sra. Secretária de Estado do Tesouro e Finanças, os resultados dececionantes só podem ser

atribuídas à gestão da empresa, pelo que não é razoável, o Governo ter informado a Troika em Junho de

2012, que a gestão da recuperação de créditos seria entregue a entidades externas, declarando em

simultâneo que a falha se devia à falta de motivação dos trabalhadores da Parvalorem.

Ainda assim, e num cenário montado para servir outros propósitos, a Parvalorem e os seus trabalhadores,

que praticamente só tiveram condições mínimas para operar a partir de Junho de 2012 — ainda que com as

constantes perturbações resultantes do recrutamento continuado do BIC — apresentaram os seguintes

resultados:

6 Parvalorem — Relatório e Contas 2012

http://www.parvalorem.pt/pt/parvalorem/institucional/Documents/PARVALOREM%20RC%202012.pdf