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II SÉRIE-B — NÚMERO 58

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Depois, nas posteriores operações de revenda dessa empresa é evidente que foi parar a quem precisava

de construir, mas não é verdade — e o Sr. Deputado sabe disso — que tenha sido vendido como sucata em

2012 à Martifer.

Na verdade, está aqui a querer criar-se um plano de ligação, de nexos causais para uma coisa que

acontece dois anos depois; nem sequer naquela altura se estimava que pudesse acontecer, porque o que se

estimava que pudesse acontecer era o processo de reprivatização ter êxito, um processo de reprivatização ao

qual a Martifer nem sequer concorreu e aquilo poderia ter sido adjudicado ou a russos ou a brasileiros se não

tivesse havido a questão das ajudas da União Europeia.

Estes são factos, Sr. Deputado; não é discurso!”25

Ainda sobre esta questão o Sr. Presidente do Conselho de Administração da Empordef, Dr. Rui Jorge de

Carvalho Vicente Ferreira, esclarece a Sra Deputada Carla Cruz na 2.ª audição:

“(…) Nós não tínhamos dinheiro para pagar os salários, não tínhamos dinheiro para pagar as dívidas —

basta ver o que apresentei aqui no início —, não tínhamos financeiro bancário e tínhamos muita dificuldade.

Era necessário agarrar todos os ativos que não eram aplicáveis na atividade dos Estaleiros. E aí começa a

questão. É que é extremamente saudável uma empresa reduzir os seus stocks e, principalmente, alienar

ativos que não têm aplicação na atividade.

Essa situação que refere, em que diz que foi parar ao subconcessionário, imaginemos, dois anos antes, era

preciso muita imaginação, e não foi, porque na realidade houve, salvo erro, mais de duas dezenas de

concorrentes, ganhou quem apresentou o melhor preço e julgo que até foi um sucateiro, portanto, as

afirmações que fez intrínsecas na pergunta deixemo-las como estão. Mas, na realidade, deveriam ter exercido

toda a sua capacidade de gestão, mesmo que não tivessem de pagar os salários porque, quando temos

matéria-prima que foi adquirida sem destino e sem aplicação e que, ao fim de quase sete anos, não teve

qualquer aplicação, eu acho que até já deveria ter sido feita há mais tempo.”26

 Trabalhadores

Neste capítulo, importa sublinhar algumas afirmações dos Depoentes na CPI, que ajudam a perceber como

se trabalhava na ENVC.

Salienta-se o que afirmou o Sr. Presidente do Conselho de Administração da Empordef, Dr. Rui Jorge de

Carvalho Vicente Ferreira, relativamente à falta de competitividade dos ENVC:

“(…) Cito mais um exemplo, que também está no estudo, que é o índice de produtividade média do

benckmark do mercado. O estudo refere que, na Europa, havia uma média de um índice 14 de produtividade e

os Estaleiros tinham pouco mais de um índice 7. Ou seja, a produtividade média dos Estaleiros era metade da

média dos estaleiros europeus.”27

Em audição com a Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, com os Srs.

António Costa e Abel Viana, [coordenador e representante da referida Comissão], os mesmos responderam

sobre o número de trabalhadores, absentismo e produtividade na empresa ENVC.

Pergunta do Sr. Deputado Abel Baptista:

“(…) Foram feitas aqui afirmações por parte de responsáveis e foram entregues documentos dizendo que

os Estaleiros Navais de Viana do Castelo tinham uma organização sobredimensionada. A Comissão de

Trabalhadores concorda ou não com esta afirmação?”28

25

Cfr. Ata da audição da CPIENVC, de 11 de março de 2014, Sr. Ministro da Defesa Nacional, Dr. José Pedro Aguiar Branco, págs. 34-

35. 26

Cfr. Ata da audição da CPIENVC, de 13 de março de 2014, Presidente do Conselho de Administração da EMPORDEF, Sr. Dr. Rui

Jorge de Carvalho Vicente Ferreira, págs. 75-76. 27

Cfr. Ata da audição da CPIENVC, de 13 de março de 2014, Presidente do Conselho de Administração da EMPORDEF, Sr. Dr. Rui

Jorge de Carvalho Vicente Ferreira, pág. 21. 28

Cfr. Ata da audição da CPIENVC, de 26 de março de 2014, coordenador e representante da Comissão de Trabalhadores de Viana do

Castelo, Srs. António Costa e Abel Viana, pág. 40.