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II SÉRIE-B — NÚMERO 64

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Para a rápida recuperação da economia contribuíram a melhoria da envolvente externa, o levantamento

gradual das medidas restritivas de confinamento, em paralelo com a elevada taxa de vacinação contra a

COVID-19, e os programas de estabilização e de estímulo económico sem precedentes, tanto a nível nacional

quanto europeu, sendo de destacar os apoios às empresas, que permitiram proteger a capacidade produtiva

da economia. O ritmo de recuperação da economia foi inferior ao esperado em outubro de 2020, quando da

elaboração do Orçamento do Estado para 2021, uma vez que a retoma antecipada para 2021 foi condicionada

pelo recrudescimento dos contágios, seguido do reforço de medidas de confinamento no primeiro trimestre de

2021.

A procura interna apresentou um contributo positivo para o crescimento do PIB (5,1 pp), após ter sido

acentuadamente negativo em 2020 (-5,5 pp), em resultado de uma variação positiva de todas as suas

componentes, enquanto o contributo da procura externa líquida foi menos negativo (-0,2 pp, que compara com

-2,9 pp em 2020).

O consumo privado aumentou 4,5 %, em termos reais, recuperando parcialmente da redução de 7,1 %

registada em 2020. Esta evolução refletiu principalmente o comportamento do consumo em bens correntes

não alimentares e serviços (aumentou 5,6 %, após uma retração de 10,4 % em 2020) e do consumo de bens

duradouros, que aumentou 4,6 % (redução de 7,7 % em 2020), por sua vez, o consumo de bens alimentares

abrandou, passando de um crescimento de 4,8 % em 2020 para 1,5 %, em 2021.

O consumo público acelerou, tendo registado um crescimento de 4,1 %, após um aumento de 0,4 % em

2020, altura em que se refletiu o impacto negativo das medidas de confinamento na produção não mercantil

em volume, que levou ao encerramento de vários serviços públicos.

O investimento (FBCF) aumentou 6,4 % em termos reais (-2,7 % em 2020), beneficiando do dinamismo das

principais componentes.

Em 2021, as exportações aumentaram a um ritmo superior ao das importações, melhorando o contributo da

procura externa líquida para o crescimento do PIB. Refletindo a recuperação económica nos principais

parceiros comerciais, as exportações de bens e serviços aumentaram em volume 13,1 %, após uma redução

expressiva em 2020 (-18,6 %). Este comportamento ficou a dever-se ao aumento das exportações de bens

(11,1 %, que compara com -11,4 % em 2020) e de serviços (18,7 %, após uma quebra de 34 % em 2020),

refletindo neste caso o aumento expressivo da componente de turismo (25,5 %), após a forte contração

observada em 2020, situando-se ainda cerca de 50 % abaixo do nível verificado em 2019.

Durante o ano de 2021, a evolução do mercado de trabalho afigurou-se mais positiva, demonstrando uma

apreciável resiliência, que terá sido influenciada pelo reforço e alargamento das medidas de apoio à

manutenção do emprego e dos rendimentos dos trabalhadores. Com efeito, em 2021, a população

desempregada, estimada em 338,8 mil pessoas, diminuiu 3,4 % em relação a 2020, retomando a tendência

decrescente observada desde 2014. A taxa de desemprego situou-se em 6,6 %, diminuindo 0,4 pp em relação

a 2020 e igualando a taxa de 2019, correspondendo assim, à semelhança do valor desse ano, à taxa de

desemprego anual mais baixa da série iniciada em 2011.

Os preços evidenciaram uma trajetória ascendente, mais pronunciada a partir da segunda metade de 2021,

tendo o índice de preços no consumidor (IPC) aumentado 1,3 % em média anual em 2021, após a variação

nula em 2020. Esta aceleração dos preços foi extensível à generalidade das categorias do IPC, embora mais

pronunciada nos bens energéticos. O aumento dos preços foi ainda mais acentuado na produção industrial,

tendo o respetivo índice acelerado em termos homólogos 20 % em dezembro de 2021 (aumento médio de 6,4

% em 2021, depois de ter diminuído 3,9 % em 2020).