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0010 | II Série C - Número 006 | 06 de Novembro de 2004

 

A Igreja Ortodoxa Russa condena o aborto, mas ressalva os casos de violação e outros em que, atentas as circunstâncias particulares, um padre o considere justificado. A contracepção é encorajada sempre que haja risco de contágio de SIDA e outras doenças, e a Igreja Luterana da Noruega tem dado apoio concreto a programas de prevenção neste domínio.
Segundo a representante das Comunidades Judaicas de França, a admissibilidade do aborto deve ser vista caso a caso, por avaliação do rabino (homem ou mulher). A contracepção é permitida sempre que a gravidez possa pôr com risco a saúde física ou psíquica da mulher. É um tema de discussão milenária, havendo rabinos contra e a favor. Mesmo os judeus ortodoxos a admitem, assim como a interrupção da gravidez, sempre que há perigo de vida para a mãe.
Para os judeus a procriação era tradicionalmente vista como obrigação do homem e não da mulher, que pode pedir o divórcio em caso de infertilidade do marido.
Doenças como a SIDA impõem a obrigação do uso de preservativo, como meio de salvar a vida do cônjuge ou companheiro.

Divórcio
O divórcio é proibido pela Igreja Católica, que apenas admite a separação, sem novo casamento. Os divorciados que voltem a casar não podem receber sacramentos.
No entanto, é crescente o número de católicos que se divorciam e casam segunda vez, assim como dos que aceitam o uso de contraceptivos em oposição à doutrina da igreja.
As igrejas evangélicas, a igreja ortodoxa russa e a religião judaica admitem o divórcio em circunstancionalismo diverso.
Na concepção evangélica, o casamento é uma comunidade de vida, indissolúvel enquanto existe no sentimento recíproco dos cônjuges. O fim desse sentimento determina o fim da união. Não são admissíveis "casamentos de fachada". Mulheres e homens têm direitos iguais durante a permanência ou no termo de um matrimónio.
A Igreja Ortodoxa russa só interdita o divórcio aos padres, que podem casar apenas uma vez. Mesmo para os viúvos, um segundo casamento significa exclusão automática.
Na tradição patriarcal judaica é o homem que tem de tomar a iniciativa de pedir o divórcio. Nesta concepção, a mulher tem direito a protecção durante o casamento e, em caso de divórcio, deve receber a restituição do dote. A esterilidade do homem é fundamento de divórcio para a mulher.
O movimento liberal, corrente na Europa, nos EUA e em Israel, aceita hoje, o direito de iniciativa da mulher como requerente do divórcio. As situações são casuísticas, há rabinos - mulheres e homens - com posições contraditórias sobre esta questão.
A tendência é, de qualquer modo, para respeitar a lei do país em que vivem. Só 10% dos judeus são praticantes e, destes, os ortodoxos constituem uma ínfima minoria, embora muito visível.

Igualdade de acesso ao sacerdócio
As Igreja Católica e Ortodoxa russa dizem "não" ao sacerdócio feminino. Não é uma questão de fé, mas de cultura ou tradição.
São, porém, fortes, a nível dos católicos romanos, os movimentos de leigos e até de alguns sacerdotes em favor da ordenação de mulheres. Não existem entre ortodoxos russos, que preferem destacar avanços no papel das mulheres em outros domínios: são hoje admitidas a fazer leituras, a participar nos conselhos paroquiais, a entoar cânticos ou a pintar ícones, a aprender teologia - tudo actividades que tradicionalmente lhes estavam vedadas.
No pólo oposto, encontramos Igrejas Evangélicas e Judaísmo.
Para aquelas, são actualmente idênticas as condições de acesso de mulheres e homens à ordenação, que passa pelo ensino de teologia e exame de conhecimentos bíblicos. A primeira mulher Bispo foi ordenada em 1992. Há; hoje três bispos do sexo feminino. Nos conselhos paroquiais, as mulheres são cerca de 40%, mas na administração ainda não excedem os 10%.
No judaísmo tradicional os rabinos eram homens. Os textos haviam sido escritos e eram interpretados por eles, de uma forma que, segundo o representante das comunidades judaicas de França, era frequentemente sexista.
Agora há um imparável movimento liberal. Em França e em outros países são centenas as mulheres que acederam ao rabinato.
De fora deste quadro ficou, como dissemos, em termos de audição, a religião Muçulmana, tal como a Igreja Ortodoxa Grega e outras, que deverão ser mencionadas nas fases seguintes do relatório.