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Agora vêm dizer que "ouvi dizer"! Acho espectacular que alguém venha a esta instituição e VV. Ex.as façam esta pergunta! Vai perdoar-me este desabafo, mas alguém vem aqui dizer que "ouvi dizer que a directora de O Independente andou a visitar a Polícia Judiciária", e depois vem colocar-me este "ouvi dizer"! Um dia destes vêm dizer que "ouvi dizer que o Sr. Director Nacional da Polícia Judiciária estava a tomar banho nu no Rossio", e pergunto "como é que foi possível?! Até estou constipado, como é que posso ir tomar banho ao Rossio?!" Mas, pronto, ouviu dizer!
Ouviu dizer que a Directora de O Independente andou a visitar a Polícia Judiciária! O que aconteceu é aquilo que referi. A Sr.ª Dr.ª Inês Serra Lopes, pela sua personalidade, não terá dúvida nenhuma em vir aqui dizer exactamente o que estou a dizer-lhe a si, Sr. Deputado, bem como o Sr. Eng.º Leitão. Essa senhora não andou a visitar a Polícia Judiciária coisíssima nenhuma. A resposta, portanto, é "não"! Se alguém ouviu dizer isto foi a nobody, ninguém podia ter afirmado isto!
Quanto ao comunicado, este saiu quando teve de sair. Obviamente, os comunicados não são pessoais, são sempre da directoria nacional. Então, mas assumo a individualidade disto para quê?! Autorizo-os todos, mas conhece algum comunicado em que eu escreva "Eu, fulano tal…"? Mas "eu, fulano tal…" como?! Estou ali numa função de congregador e de líder da directoria nacional!
Então eu tinha de fazer um comunicado individual?! A que título? Não percebo! Individual como? Só farei um comunicado individual, se calhar (e nem sei se o deva fazer), no dia, que será feliz para muitos, em que terei ou considere ter de ir-me embora. Nessa altura, terei de fazer um comunicado individual dizendo que lamento muito, gostei muito de estar aqui com VV. Ex.as, mas esta vida tornou-se de tal maneira agreste que, individualmente, tenho de dizer muito obrigado, passem muito bem... Nessa altura farei um comunicado individual, porém, enquanto estiver naquelas funções nunca o farei; não fiz e nunca farei um comunicado individual.
Perguntaram-me também se tive um encontro, se recebi um telefonema do Ministério da Justiça, não sei quê do Dr. Portas. Comecei por dizer, na minha declaração inicial, mas, se calhar, não valeu a pena (a partir de agora vou remeter para a minha declaração inicial), que, não, nunca sofri pressões. Aliás, se outras pessoas se arrogam vir aqui dizer que nunca receberam pressões, são unanimemente aceites e toda a gente abana a cabeça, por que não posso dizer a mesma coisa se - permitam-me que o diga - estamos no mesmo nível de confiabilidade?
Quem era a testemunha que esteve na sala de julgamento? Não conheço o Tribunal de Monsanto nesse momento, nunca lá fui, não sei quem era a testemunha que estava na sala de julgamento. Perguntem ao presidente do colectivo, se fizerem favor, e averigúem, porque não sei, nunca lá fui. Estive lá dois anos e meio, que me serviram de grave recordação em termos de ocupação má de vida.
Quanto à precarização da prova nestes processos, não estou a ver o que quer dizer. A verdade é que a prova é preservada sempre. Não depende do Director Nacional Adjunto nem do Director Nacional da Polícia Judiciária a preservação ou precarização da prova, depende, sim, dos investigadores, aliás, já o disse mais de 50 vezes! O Director Nacional até pode ir de férias para Helsínquia que o investigador continua na sua fase, no seu trabalho, porque este é um trabalho de equipa, não é um trabalho liderado pelo génio da lâmpada. É um trabalho de equipa e é a equipa que investiga. Portanto, não há, não houve, não poderá haver nem admito que haja precarização da prova nos processos de investigação de delitos económicos.
Portanto, nesse aspecto, posso tranquilizar os Srs. Deputados, mas, pelos vistos, não vale a pena estar a falar disto porque não tranquilizo ninguém, uma vez que há posições pré-assumidas, ou seja, prejudiciais (já ouvi aqui dizer que, diga o que eu disser, houve um dedo de colarinho branco). A essas pessoas de tal maneira afectas a uma ideia pré-concebida, prejudicial, escusado será dizer que a minha posição é, sempre foi e sempre será, enquanto estiver nestas funções, a de elevar os níveis de combatividade do crime.
VV. Ex.as, conforme eu disse ao Sr. Deputado António Costa, que, infelizmente, não está presente nesta Comissão, têm de dar tempo ao tempo. Vou deixar na posse do Sr. Presidente da Comissão, para o uso que VV. Ex.as queiram dar-lhe, a lista das operações executadas desde que estou nestas funções, em que podem verificar o volume do trabalho produzido.
Não houve apaziguamento de combate a crime nenhum. Mesmo no branqueamento, como disse, aqui há dias, a Directoria do Porto conseguiu a maior operação, em termos históricos, quanto ao branqueamento em Portugal. Fica óbvio que, se calhar, ninguém quer saber disso, mas há quem queira: quer a comunidade, quero eu, quer a Directoria do Porto, quer a Polícia Judiciária, porque temos a competência exclusiva para combater este crime.
Portanto, vou deixar na posse de V. Ex.ª, Sr. Presidente, a lista das operações mais relevantes, efectuadas desde que eu estou na Polícia Judiciária e V. Ex.ª dar-lhe-á o destino que convier. Mas dizer-se, como aqui se disse, já por várias vezes, que estou interessado em diminuir o combate o crime ou precarizar seja o que for, farão o favor de ver a vida, o real, o facto, a verdade, o que aconteceu, pois está aqui relatado.
Quanto às operações, elas não aconteceram por acaso, não foram inventadas, isto não é uma fábula.

O Sr. Presidente: - Obrigado, Sr. Director Nacional.
Queria só fazer uma precisão para correcção dos nossos trabalhos nos autos: houve uma questão, que lhe foi colocada pelo Sr. Deputado Alberto Martins, relativamente a precisar qual era a testemunha no processo de Monsanto. Penso que se prende com um pedido da parte desse Sr. Deputado, no sentido do Sr. Director Nacional confirmar quem é o membro, o agente, enfim, o elemento da Polícia Judiciária que terá estado, que é a testemunha do processo, e que se terá deslocado ao Tribunal de Monsanto.
Pareceu-me, agora, pela sua segunda resposta que o Sr. Director Nacional não terá percebido que isto era referente a pessoal da Polícia Judiciária e disse que não conhecia o processo e que o processo é com o juiz que lá está.
Penso que a pergunta era para saber quem é de entre os elementos da Polícia Judiciária, que é testemunha no processo de Monsanto.

O Sr. Alberto Martins (PS): - Exactamente, Sr. Presidente, a pessoa que esteve na sala. Agradeço-lho!

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Sr. Presidente, se me permite, quanto à testemunha em causa, já referi qual era, na