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Já agora, aproveito para esclarecer o seguinte: gostaria que houvesse pelo menos a possibilidade de todas as forças políticas fazerem uma primeira intervenção e, se houver colaboração de todas as partes, até às 14 horas e 30 minutos, conseguimos ter essa primeira ronda concluída e, nesse momento, ponderaremos a interrupção dos trabalhos, isto se for possível da parte do Dr. Adelino Salvado fazê-lo e continuar connosco após a interrupção do almoço.
Quanto às diligências junto da Sr.ª Ministra da Justiça, como calcula, elas estão asseguradas, Sr. Deputado.
O Sr. Dr. Adelino Salvado já me fez sinal que queria pronunciar-se sobre esta questão, e eu gostaria de o ouvir. Mas a minha intenção era tentar terminar esta primeira ronda de esclarecimentos e, uma vez concluída, interromperíamos os nossos trabalhos para podermos reprogramar o funcionamento desta audição.
Tem a palavra o Sr. Director Nacional da Polícia Judiciária.

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Sr. Presidente, agradeço imenso a preocupação do Sr. Deputado José Magalhães quanto às razões de eu estar ou não sem almoçar. Fico muito grato, mas prefiro responder às perguntas porque, cada hora que aqui passo, não estou noutro lado a fazer outra coisa qualquer - para o que me pagam.
Portanto, estou disposto a estar aqui o tempo que for necessário, e de seguida se necessário - aliás, penso que também se fez o mesmo ontem. Não tenho, pois, nenhuma preocupação, já fiz muitos julgamentos assim, pela noite fora, tenho resistência física para isso.
Se me permitem, passaria agora às respostas.

O Sr. Presidente: - Sr. Director Nacional, agradeço a sua disponibilidade.
Assim sendo, mantenho que, entre as 14 horas e 30 minutos e as 15 horas, farei uma reapreciação e, se já tivermos terminado a primeira ronda de questões, seguramente proporei uma breve interrupção dos trabalhos.

O Sr. António Filipe (PCP): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado António Filipe, assim não vamos a lado nenhum! Os senhores querem interromper os trabalhos, a Comissão já se pronunciou em sentido contrário, mas os senhores insistem.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, é o contrário!

O Sr. Presidente: - Então, tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, queria apenas dizer que, depois do que o Sr. Director Nacional acaba de dizer, não vale a pena fazer reponderação alguma. Portanto, vamos em frente.

O Sr. Presidente: - Veremos, Sr. Deputado.
Sr. Director Nacional, agradecendo a sua disponibilidade, peço-lhe, então, para responder às questões que lhe foram colocadas pelo Sr. Deputado Jorge Neto.

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Sr. Presidente, gostaria imenso de alertar VV. Ex.as, como disse logo na introdução - e, a partir de agora, vou-me ater ao que referi na introdução dos meus depoimentos em resposta ao Sr. Deputado que primeiro usou da palavra -, para o facto de entender que aqui se aplicam as regras do Processo Penal, de modo que entendo que às testemunhas não devem ser feitas perguntas sugestivas, impertinentes nem quaisquer outras que possam prejudicar a espontaneidade e a sinceridade das respostas. Isto para dizer que entendo que as perguntas devem ser feitas tal e qual como se fazem em qualquer tribunal, e muitos Deputados aqui presentes saberão que, em tribunal, não fariam as que aqui estão a formular e com esta sequência.
Independentemente disso, que é uma posição muito própria, gostaria de começar a responder às perguntas.
Perguntou-me o Sr. Deputado se existirá alguma razão oculta que justifique a viragem nos comportamentos da Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado. Se quer que lhe diga, entendo que sim. É o meu raciocínio, está a perguntar o juízo que faço e a resposta é sim. Ela é uma pessoa de acção e sente uma amargura profunda de deixar a ribalta e o palco mediático da vida vivida na investigação criminal. É a minha opinião.
Quanto ao processo da Moderna, continuo a entender que disse tudo o que tinha a dizer sobre ele. Obviamente, referi aqui que um aspecto da decisão que entendi tomar, e para a qual pedi a colaboração da Dr.ª Maria José Morgado, foi precisamente o respeito pelo princípio da legalidade. Foi o respeito pelo princípio da legalidade que me motivou: não podemos ter dois olhares sobre a realidade consoante ela está de um lado ou de outro.
Não vamos esquecer (e sinto este carinho todo agora, de repente, pela Polícia Judiciária) que na Polícia Judiciária tem de estar sempre muito bem presente a observância do princípio da legalidade e, na investigação, a linha é, muitas vezes, tão cinzenta que compete ao dirigente impor o respeito perfeito e absoluto pelo princípio da legalidade e pela garantia completa e exaustiva dos direitos e liberdades dos cidadãos, porque só assim é que a polícia é uma polícia de qualidade.
Quanto ao despacho que refere do Ministério Público, comungo da sua ideia. A presença de operacionais da Polícia Judiciária num ambiente de julgamento tem de caber ao presidente do colectivo, tem de ser do conhecimento dele; depois, pode ser primeira decisão, no terreno, do Ministério Público, mas nada se pode passar num tribunal, em pleno julgamento, sem que o presidente do colectivo tome uma posição.
Fui presidente do colectivo durante muitos anos e é ele quem dirige toda aquela orgânica e toda aquela estrutura que se passa no tribunal, e não o Ministério Público. Tudo o que se passa no tribunal (e o Ministério Público integra-se no tribunal em julgamento) cabe ao presidente do colectivo decidir. Foi assim que geri toda a minha vida - só se agora mudou a maneira de exercer a disciplina do julgamento!
Portanto, no caso concreto, a legitimidade de tudo o que se passou cabe ao colectivo de Monsanto. Se V. Ex.ª quiser mais esclarecimentos terá que, na minha modesta opinião, recorrer-se do Tribunal colectivo de Monsanto e da sua presidência, nomeadamente da Sr.ª Dr.ª Juíza que exerce as funções de presidência desse colectivo.
As testemunhas que indiquei e apurei que tiveram intervenção (e isso foi-me dito pela própria Dr.ª Maria José Morgado, na reunião que já referi há pouco) foram essas três, não foram faladas mais. Uma delas, dos intervenientes