O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

 

um bom resultado! E deu uma boa lei! Isso é um bom método. Se alguém agora fizer o mesmo, ficarei a admirar esse método.
Digo-lhe mais: o Dr. António Costa era um Ministro da Justiça muito, muito estimado na Polícia Judiciária. Era 100% estimado na Polícia Judiciária! Porquê? Porque era uma pessoa que conhecia os problemas da Polícia, visitava a Polícia, ouvia Polícia, fez reuniões com a Polícia e percebia-se que ele percebia quais eram os problemas da Polícia.
Porque a Polícia, Sr. Deputado, tem problemas sérios e graves, que não são propriamente só as questões de telemóveis e de carros. Há problemas muito, muito mais sérios e muito delicados.
Portanto, falei, sim, com o Dr. António Costa. Aliás, se quer que lhe diga, eu conheço o Dr. António Costa há muitos, muitos anos. Nem sei desde quando! Porque eu não nasci quando fui para a Rua Alexandre Herculano; tive actividade política, antes e depois do 25 de Abril, e sempre tive actividade pública, portanto falo com quem entendo. Quanto ao Dr. António Costa, conheço-o de há muitos anos, nem lhe sei dizer desde quando.
Agora, no exercício das minhas funções, enquanto estive à frente da DCICCEF, fiz todas essas reuniões na presença do Sr. Procurador-Geral, da Dr.ª Cândida Almeida, do Dr. Bonina e dos assessores do Dr. António Costa.
Já agora, digo-lhe que estou a ver que o Sr. Deputado tem boas informações dentro da Polícia Judiciária, nomeadamente da Directoria do Porto. Parabéns!
Mas digo-lhe também que para haver efectividade e actualidade, os processos não podem ser monstros, porque senão acontece como no processo da UGT. Portanto, o processo da Brisa está bem assim, e há-de dar um bom julgamento assim!
Eu (e voltamos à 1.ª pessoa) levei para a Polícia a experiência que tinha nos tribunais, que é aproximar a data da consumação do crime, da data da acusação e da data do julgamento, para tornar efectiva a repressão, para dar efectividade, actualidade e impacto junto das pessoas e para educar as pessoas nestes valores.
Mas para isso os processos não podem ser monstros. Já nos deparamos com suficientes dificuldades no crime económico, por isso não vale a pena estar a torná-las em dificuldades maiores. Vejam o que é que aconteceu no processo Bayer/Pequito, ou no processo Fundo Social Europeu, ou no processo UGT!
Os megaprocessos anestesiam a justiça, porque tornam impossível um julgamento eficaz!
Repare que no processo Vale e Azevedo há trânsito em julgado. Ora, ele foi preso no dia 16 de Fevereiro, e o trânsito em julgado ocorreu agora, portanto faça as contas e compare com os outros casos!
Por conseguinte, trata-se de uma questão de métodos, não é uma questão de pessoas. Mas é claro que os métodos não nascem nos computadores, directamente. Têm de ser as pessoas a pensá-los, a reflectir e a analisar.
E há algo que é importantíssimo na Polícia Judiciária: o que se faz, faz-se com 80% de factor humano e 20% de factor técnico. E o Dr. Adelino Salvado subestima o factor humano! Para ele, as pessoas são fusíveis. Não tem princípios humanistas na Direcção, porque senão não fazia o que fez em relação à minha Direcção, sequer. Eu tenho princípios humanistas! Sempre tive! Era acusada pelo Dr. Adelino Salvado de exagerar no apoio à investigação criminal.
Os Srs. Deputados vejam quantas vezes eu apareci publicamente? Dei duas entrevistas, e todas as conferências de imprensa eram dadas pelos operacionais, porque sempre fui defensora da investigação suada, da pessoa com olhos encarnados que acabou de fazer a operação, porque é essa que sabe o que quer transmitir à opinião pública. O Dr. Adelino Salvado é defensor da informação padronizada.
Aliás, quando o Dr. Adelino Salvado tinha acabado de tomar posse e eu lhe propus um agraciamento público a todos os investigadores do caso Brisa e do caso das Finanças, o Dr. Adelino Salvado, por escrito, respondeu-me que não concordava com esse agraciamento público, porque era contrário à cultura organizacional da PJ - DCICCEF.
Portanto, dois pesos e duas medidas não sou eu que tenho!
Sempre falei da dinâmica dos investigadores e do que aprendi com os investigadores. E se alguma crítica faço ao Dr. Adelino Salvado é precisamente a de não dar importância ao manancial de experiência dos investigadores e não se apoiar suficientemente nos investigadores - pelo menos nos investigadores que tinham experiência e treino no crime económico.
Não há aqui um problema de pessoas! Sabe o que é que me disse um colega Procurador-Geral Adjunto quando fui para a Polícia Judiciária? Que eu ia desempenhar uma função abaixo da minha categoria funcional administrativa no Estatuto. Porque, enquanto Procuradora-Geral Adjunta, só reporto ao Procurador-Geral, e como Directora Nacional Adjunta, reporto a um Director Nacional, que por sua vez reporta à Ministra. Mas isto não me fazia impressão nenhuma, porque a minha convicção e era fazer alguma coisa para combater a corrupção!
Toda a restruturação da PJ/DCICCEF, que se pode ver no relatório anual, foi uma restruturação feita com base nos ensinamentos trazidos da experiência dos investigadores, ensinamentos nacionais e internacionais, inclusive e, com certeza, com o apoio do Dr. Bonina e com o apoio para cima do Dr. Bonina e do Dr. António Costa.
Da parte do Sr. Director Nacional actual, os apoios que tive foi um isolamento crescente, conforme numerosos exemplos que podia dar. Da parte da actual Sr.ª Ministra da Justiça também não tenho conhecimento de qualquer apoio.
Como o Sr. Deputado me perguntou se eu alguma vez falei com ela, posso dizer-lhe que não falei, nem vou falar, nem faz sentido que fale, porque a minha inserção no sistema era operacional, e como tal só podia ter uma interpretação operacional de todas estas matérias.
O trabalho em equipa na PJ/DCICCEF sempre existiu, e não foi um trabalho de equipa só no n.º 42-A da Alexandre Herculano, foi um trabalho em equipa com a Inspecção-Geral de Saúde, com a Inspecção-Geral de Finanças, com a Banca, com a CMVM, com polícia, com congéneres estrangeiras.
Inclusivamente, se os Srs. Deputados quiserem, está aqui uma comunicação da Embaixada Britânica/Law Enforcement, uma carta datada de 28 de Agosto de 2002, que foi enviada para a DCICCEF pelo oficial de ligação para os assuntos fiscais da Embaixada Britânica e que diz o seguinte: "Cara Dr.ª Maria José, não podemos deixar passar esta oportunidade de lhe agradecer toda a valiosa colaboração prestada pela DCICCEF a este Gabinete nos últimos anos. Sempre pudemos contar com o vosso apoio, o que tornou possível a obtenção de bons resultados quando trabalhámos em conjunto. E estamos certos que isso se deveu em grande parte ao seu trabalho na chefia dessa Direcção Central".